Saúde

Adolescência, puberdade e sexualidade

A partir de determinada idade, o ser humano começa a sofrer transformações físicas, acompanhadas de mudanças no comportamento e nos interesses pessoais.

Esse conjunto de mudanças físicas e psicológicas faz parte de um processo natural de desenvolvimento no qual se deixa de ser criança para tornar-se adulto: é a adolescência.

Pense e liste algumas mudanças que ocorrem no corpo de meninos e de meninas durante a adolescência.

As mudanças não ocorrem apenas no corpo. Você já percebeu mudanças no comportamento e nos interesses pessoais de adolescentes? Neste capítulo, você vai compreender e refletir sobre essas e outras questões.

Adolescência, puberdade e sexualidade

adolescentes

Ao nascer, meninos e meninas apresentam características externas que diferenciam os sexos: os meninos têm pênis e as meninas, vagina. Essas características sexuais que cada um tem desde o nascimento são chamadas características sexuais primárias.

Veja uma aula sobre o corpo humano feminino para complementar seus estudos.

O período de transição entre a infância e a vida adulta é chamado de adolescência. A entrada na adolescência ocorre de maneira lenta e gradual, variando muito entre as pessoas, e não tem um tempo determinado para começar ou terminar.

É uma fase geralmente caracterizada por dúvidas e conflitos. O conceito atribuído à adolescência é bastante amplo e envolve não apenas transformações físicas e fisiológicas, mas também comportamentais, influenciadas por elementos culturais que variam nas diversas sociedades e sofrem mudanças com o passar do tempo.

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Na adolescência passamos por questões que envolvem ora a vida adulta, ora a vida infantil: há necessidade da liberdade e da responsabilidade do mundo dos adultos, mas ainda existe o medo de deixar a infância e assumir riscos.

Sentimos necessidade de nos diferenciar, construir a própria identidade, diferente da identidade dos pais e da família, mas existem conflitos sobre como conviver com algumas diferenças apresentadas por outras pessoas ou outros grupos de adolescentes.

Trabalho infantil e do adolescente

No Brasil e em muitos países, crianças podem ser privadas da vivência dessa fase de transição e podem assumir tarefas e responsabilidades próprias dos adultos. Algumas delas deixam de estudar e abandonam a escola por conta disso.

Segundo a Constituição Federal do Brasil de 1988r o trabalho é admitido a partir dos 16 anos, exceto nos casos de trabalho noturno, perigoso ou insalubre, para os quais a idade mínima é 18 anos. Trabalhos a partir dos 14 anos são permitidos, mas na condição de aprendiz.

Algumas formas nocivas de trabalho infantil e do adolescente incluem trabalhar em canaviais, minas de carvão, funilaria, cutelaria e metalurgia.

O principal motivo que leva a criança e o adolescente ao trabalho é a necessidade de ajudara família financeiramente.

É na adolescência que podem ser formados grupos com características próprias que procuram afirmar sua identidade perante a sociedade.

A convivência com adolescentes parecidos na forma de pensar, de se vestir, de se comportar dá segurança para enfrentar as mudanças típicas dessa fase.

Alguns adolescentes ou grupos de adolescentes podem apresentar comportamentos agressivos, tanto verbais quanto físicos, procurando impor ao(s) outro(s) sua maneira de pensar e de agir.

Quando esses comportamentos são assumidos de forma intencional e repetitiva, marcando uma relação desigual de poder com outras pessoas e causando na vítima dor, angústia e medo, chamamos de builying, que, no Brasil, podem resultar em processo judicial de danos morais contra o agressor.

A adolescência também pode ser marcada por uma necessidade de conhecer lugares, formas de ver o mundo e pessoas diferentes.

A crescente possibilidade de estar conectado com outras pessoas, por meio da internet, permitiu aos adolescentes o acesso a uma quantidade inimaginável de informações e pessoas espalhadas pelo mundo, o que é bastante positivo para seu desenvolvimento.

Além disso, as redes sociais, comuns no dia a dia dos adolescentes conectados à rede, proporcionam ainda mais acesso às informações e mais interação entre as pessoas, que podem trocar ideias, expor seus pontos de vista, organizar-se para eventos e manifestações.

Por outro lado, a internet gerou o risco da invasão da privacidade e diversas formas de buliying, o cyberbullying. Não são incomuns casos de veiculação de mensagens e imagens preconceituosas e agressivas em relação a pessoas e grupos sociais.

Esse comportamento demonstra que ainda temos um longo caminho a percorrer para a construção de uma sociedade que respeita e sabe conviver de maneira pacífica com opiniões e opções de vida diferentes.

Durante a adolescência ocorrem mudanças físicas e fisiológicas, responsáveis pelo amadurecimento dos órgãos do sistema genital e pelo aparecimento de diferenças mais acentuadas entre os sexos, as chamadas características sexuais secundárias, que caracterizam a puberdade.

A puberdade indica que o organismo está se preparando para a reprodução. Ela é, portanto, uma fase da adolescência e manifesta-se de maneira diferente nos meninos e nas meninas.

O seu início pode variar muito de uma pessoa para outra, podendo ocorrer, em média, entre os 9 e os 15 anos para o sexo feminino e entre os 10 e os 14 anos para o sexo masculino.

As mudanças que ocorrem na puberdade estão relacionadas com a produção e a liberação de hormônios sexuais, produzidos pelas glândulas do sistema genital: ovários, nas mulheres, e testículos, nos homens.

Veja uma vídeo sobre Puberdade Feminina

Veja um vídeo sobre Puberdade Masculina

Diferentemente dos outros animais, o amadurecimento sexual nos seres humanos é marcado por questões de natureza cultural e psicológica e não apenas biológica.

As mudanças que ocorrem no corpo e a interação com outras pessoas podem provocar sensações e sentimentos muitas vezes conflituosos como prazer, medo, culpa, raiva, atração, repulsão, amor, ódio, entre outros. Essas sensações e sentimentos são naturais e continuarão a fazer parte da vida, mesmo na idade adulta.

Com o amadurecimento e as experiências pessoais, aprendemos a conviver de modo mais pacífico com os conflitos e as dúvidas e a lidar melhor com os sentimentos e as sensações, evitando que eles comprometam a qualidade de vida.

A possibilidade de conversar com amigos, colegas, familiares, profissionais da saúde e até mesmo com professores sobre questões relacionadas à sexualidade de forma aberta e sincera, evitando preconceitos e com disposição para entender e respeitar ideias e opiniões diferentes, é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e saudável.

A sexualidade e os papéis sociais

Você já parou para pensar sobre o que é ser homem ou ser mulher na nossa sociedade?

Qual o papel de cada um? Quais são os comportamentos considerados “corretos” e “adequados’’ para homens e para mulheres?

Apesar dos enormes avanços ocorridos nas últimas décadas, a mulher ainda enfrenta preconceito e diversos tipos de violência social.

Pesquisas mostram que as mulheres chegam a ganhar até 30% menos que os homens para desempenhar as mesmas funções ou atividades econômicas.

A conquista do mercado de trabalho não provocou, em muitos casos, uma melhoria da qualidade de vida das mulheres, pois muitas delas passaram a ter duas jornadas de trabalho -dentro e fora de casa.

Todavia, a inclusão crescente das mulheres no mercado de trabalho, assim como o desenvolvimento e a popularização dos métodos contraceptivos, vêm permitindo que as mulheres exerçam sua sexualidade de maneira mais plena, reivindicando os mesmos direitos dos homens.

Nos dias de hoje, as mulheres podem ter mais segurança para expor suas ideias e sentimentos e vêm lutando pelos seus direitos.

A Lei Maria da Penha, por exemplo, promulgada em 2006, é um instrumento legal importante para impedir que a violência doméstica e familiar continue.

Ela é uma ferramenta que permite às mulheres brasileiras, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, terem garantidos seus direitos fundamentais, assegurando-lhes oportunidades de viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e desenvolver seu aperfeiçoamento pessoal, intelectual e social.

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Puberdade Masculina

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