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Características do Tecido Epitelial: revestimento e glandular

Entenda quais são os principais tipos de tecidos epiteliais

tecido epitelial é um tipo de tecido corporal que forma a cobertura em todas as superfícies internas e externas do seu corpo, reveste as cavidades do corpo, órgãos e é o principal tecido nas glândulas. Esse tecido tem uma variedade de funções dependendo de onde está localizado em seu corpo, incluindo proteção, secreção e absorção.

É um dos quatro principais tipos de tecido corporal encontrados em seus órgãos e cobre as superfícies internas e externas do seu corpo. Tem várias estruturas e funções diferentes, dependendo de onde está em seu corpo.

Todas as substâncias que entram ou saem de um órgão devem primeiro atravessar o tecido epitelial. A imagem a abaixo é um exemplo de tecido epitelial. O nome epitélio designa estruturas de superfície (o prefixo “epi” designa “superfície”).

Tecido epitelial
Foto de células da pele humana observadas ao microscópio óptico e coradas com a técnica de hematoxilina-eosina (HE). Observe como os núcleos das células estão em diferentes estágios do ciclo celular.

Tecido epitelial de revestimento

O tecido epitelial de revestimento constitui a camada externa mais superficial de nossa pele. Observe algumas das características distintivas desse tecido, que também reveste superfícies internas ou externas de diversos órgãos. Perceba que ele é composto de muitas células firmemente unidas, quase sem espaços entre elas.

Tecidos de revestimento
Na pele do nosso braço há diversos tecidos. A parte mais superficial da pele é formada por tecido epitelial. Os esquemas não estão em escala. Cores fantasia.

Outra característica importante do epitélio é a maneira como essas células obtêm alimento e oxigênio. Perceba que os vasos sanguíneos não penetram no tecido epitelial – que, por isso, é descrito como um tecido avascular.

Os alimentos devem se difundir, célula a célula, de maneira a nutrir todas elas. Uma terceira característica importante do tecido epitelial é a firme adesão ou junção entre células vizinhas e à sua base de sustentação. Isso é proporcionado pela ligação dessas células a uma estrutura denominada lâmina basal, composta de glicoproteínas e fibras muito resistentes de uma substância chamada colágeno.

As células da pele humana, em constante reprodução, produzem bastante queratina, uma proteína muito resistente e impermeável que forma os filamentos intermediários das células.

As novas células, produzidas continuamente na camada mais profunda da pele (epitélio pavimentoso estratificado), empurram as células mais antigas em direção à superfície corporal. Privadas de alimento, devido à quantidade cada vez maior de queratina abaixo delas, as células superficiais da epiderme acabam morrendo.

Células do tecido epitelial
Epitélio pavimentoso estratificado. Imagem obtida por microscopia óptica, mostrando na parte mediana o epitélio pavimentoso estratificado que forma a pele.

Mesmo mortas, elas revestem o corpo humano e servem de verdadeiro escudo, pois protegem as células mais profundas, que estão vivas. O tecido epitelial também reveste órgãos como os pulmões, a traqueia e os intestinos.

Esse tecido de revestimento pode exercer funções de secreção de muco e pode ter especializações, como vimos no caso do revestimento dos brônquios.

Especializações de membrana em epitélios de revestimento

As células dos tecidos epiteliais apresentam diversas especializações. Você já viu que as células da epiderme, a camada mais superficial da pele, têm características muito especiais: estão continuamente se reproduzindo por mitose, apresentam grande conteúdo de queratina e junções muito fortes.

Viu também que existem cílios no epitélio da traqueia e das partes altas das vias respiratórias, e que essas células produzem muco, uma substância pegajosa à qual aderem as impurezas do ar inspirado, como a poeira e as bactérias.

O movimento ciliar empurra o muco para fora da traqueia e ele geralmente é engolido e digerido. No intestino, há células do epitélio que também têm uma especialização da membrana.

A parte da membrana que não está em contato com outras células, ou seja, a que está voltada para o lado em que o alimento transita pelo órgão, apresenta diminutas protuberâncias semelhantes a dedos de luvas. Essas estruturas são denominadas microvilos, ou microvilosidades.

Células epiteliais do intestino
Fotomicrografia eletrônica de varredura da superfície interna do intestino delgado, mostrando os microvilos. O comprimento de cada microvilo é de cerca de 2,5 μm.

É no intestino delgado que ocorrem a digestão e a absorção da maior parte dos nutrientes dos alimentos. As microvilosidades das células do intestino ampliam consideravelmente a área de contato com as células, o que favorece a assimilação do alimento.

É importante perceber que os nutrientes do alimento só serão assimilados em pedaços pequenos o suficiente para atravessar a membrana de uma célula do tecido epitelial de seu intestino delgado. A digestão reduzirá o alimento a moléculas relativamente pequenas e elas só irão para o sangue após passarem do interior do intestino (luz intestinal) às células que o revestem.

Os epitélios apresentam especializações morfológicas, como vimos nesses exemplos, mas também outras menos evidentes, pois são funcionais. Acredita-se que os epitélios sejam importantes para ativar o sistema imune.

Agentes infecciosos, como vírus, seriam detectados ao atravessar certos epitélios, provocando a ativação da resposta imune. Isso explicaria a resistência natural a certas doenças.

Estudos recentes evidenciaram uma vasta microbiota de bactérias na pele humana, vivendo em relação harmônica. Em diferentes regiões do corpo, como nas axilas, no couro cabeludo, etc., encontram-se bactérias especializadas.

Bactérias na pele humana
Ilustração, feita em computador, de pele humana em ampliação, mostrando bactérias (corpúsculos em azul e em verde) que vivem associadas às glândulas sudoríparas da pele e aos pelos (estruturas cilíndricas em marrom).

Elas não provocam nenhuma agressão ao organismo e se alimentam de células mortas e dos resíduos das secreções. Isso apenas demonstra que, além da vasta microbiota que temos em certas regiões internas do corpo, como na boca e nos intestinos, a superfície corporal externa também mantém uma relação de equilíbrio com microrganismos.

A ilustração abaixo mostra um corte da pele humana. Observe que ela é formada pela epiderme (tecido epitelial) e pela derme (tecido conjuntivo).

Esquema de corte da camada superficial da pele mostra o estrato basal e as células epiteliais no limite com a derme. Mais acima, em azul mais escuro, uma célula com projeções de citoplasma por entre diversas células ainda vivas, que tem função de defesa do organismo.

Abaixo da derme, encontra-se a tela subcutânea, ou hipoderme, formada principalmente por células com muita gordura (adipócitos), que não fazem parte da pele. Na base da epiderme há células chamadas melanócitos, que produzem um pigmento chamado melanina.

A melanina ajuda na proteção contra a radiação ultravioleta e contra agentes oxidantes. Pessoas de pele clara têm tantos melanócitos quanto pessoas de pele escura; as diferenças na cor da pele são conferidas pela quantidade de melanina produzida. Os melanócitos de pessoas de pele escura apresentam maior atividade celular.

Além dos melanócitos, a epiderme tem células sensíveis a estímulos mecânicos, os mecanorreceptores. Responsáveis pelo tato, essas células encontram-se ligadas a terminações nervosas. Praticamente todas as regiões do corpo possuem mecanorreceptores capazes de perceber variações de pressão, porém a sensibilidade nas áreas pouco queratinizadas é maior.

Tecido epitelial glandular

O epitélio que constitui as glândulas é formado por células especializadas em fabricar e expelir substâncias, atividade denominada secreção.

O epitélio glandular é considerado um epitélio especializado na função secretora. As células glandulares têm tipicamente muitos ribossomos associados aos retículos endoplasmáticos, além de complexos golgienses desenvolvidos. Há glândulas que lançam suas secreções no sangue, e são por isso chamadas endócrinas(o prefixo grego endo- significa “dentro, interno, interior” e krinein significa “separar”).

Glândulas importantes na infância
O timo, glândula importante na infância (no detalhe, observa-se seu grande tamanho no recém-nascido em relação às estruturas vizinhas). Ela regride com a idade, sendo um exemplo de glândula endócrina, assim como a tireoide e as suprarrenais.

As glândulas salivares e sudoríparas lançam produtos que vão para o meio externo, e não para o sangue, sendo por isso denominadas exócrinas (o prefixo grego “exo” significa “saída, externo, exterior”).

Embora cientes da proposta de uma nova nomenclatura em anatomia, optamos aqui pela terminologia mais frequente nas obras de referência utilizadas. Assim, mantivemos o termo “sudorípara”, que, pela nova terminologia, seria substituído por “sudorífera”

Há ainda glândulas mistas, como o pâncreas, que fabrica o suco pancreático lançado no intestino delgado (secreção exócrina) e hormônios, como a insulina, lançados no sangue (secreção endócrina).

Após fabricar enzimas e outras substâncias em seu citoplasma, as células glandulares as secretam logo em seguida, por exocitose.

Resumo

  1. Os tecidos epiteliais podem revestir superfícies internas ou externas e podem constituir glândulas.
  2. Os tecidos epiteliais são avasculares, têm firme adesão entre as células, praticamente nenhum material intercelular e diversas especializações de membrana.

Referências bibliográficas

DA SILVA GOMES, Ezio Henrique; MARQUES, Giovanna Ladeira; NUNES, Erika Takagi. PARTE I–HISTOLOGIA PRÁTICA 1-TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO E GLANDULAR. BIOLOGIA GERAL, p. 8

GERAIS, DIAMANTINA–MINAS. 1. Tecido epitelial de revestimento 2. Tecido epitelial glandular 3. Tecido conjuntivo-células 4. Tecido conjuntivo-matriz extracelular 5. Tecido adiposo.

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