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O que são células-tronco: tipos – resumo

Conheça os tipos de células tronco: totipotente, multipotente e pluripotente

Você sabe o que são células-tronco? Seus tipos e funções. Nessa aula alguns desses assuntos serão tratados em detalhes, até porque é difícil passar uma semana em que não sejam divulgadas experiências com células-tronco, células imaturas indiferenciadas e capazes de originar outras células indiferenciadas ou células maduras e diferenciadas.

Teoricamente, elas podem ser usadas no tratamento de todo tipo de doença, desde a falência de um órgão essencial (como o coração ou o pâncreas), passando pela degeneração decorrente do envelhecimento (por exemplo, o mal de Alzheimer), até os acidentes (como as lesões traumáticas da medula espinal).

Por isso, essas células adquiriram um caráter de panaceia (remédio para todos os males), diante da possibilidade de solução de problemas complexos.

O que são células-tronco e suas diferenciações

Células-tronco são células com a capacidade de se diferenciar em outros tipos de células. Uma célula-tronco pode, por exemplo, dar origem a uma célula muscular, ou dependendo do estímulo, dar origem a uma célula do fígado ou um neurônio.

Esse potencial tem muito interesse para a medicina. Imagine podemos produzir um órgão interior a partir de células-tronco, e assim, não precisar mais de transplante.

A imagem abaixo mostra justamente esse potencial.

Diferenciação das células tronco - totipotentes, multipotentes pluripotentes unipotentes
Haileyfournierde la traducción Lorito987, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

 Tipos de células-tronco.

Podemos dividir a células troncos em três tipos principais:

  • Células totipotentes:
  • Células multipotentes:
  • células pluripotentes:

Células-tronco somáticas podem se dividir e substituir células perdidas durante a vida, atuando como um sistema de reposição.

Todavia, são menos versáteis que as células-tronco embrionárias e podem se diferenciar apenas em alguns tipos celulares.

As células-tronco da medula óssea, por exemplo, originam células do sangue (como as hemácias). Por sua vez, as células-tronco do pâncreas e do coração só se diferenciam em circunstâncias especiais.

Pela versatilidade e pela facilidade de obtenção, muitos pesquisadores preferem trabalhar com células-tronco embrionárias extraídas de embriões humanos com, no máximo, quatro ou cinco dias pós-fecundação, obtidos em clínicas de reprodução assistida. Esse é um dos motivos para a resistência que as pesquisas enfrentam.

Com exceção do uso de células-tronco de cordão umbilical em casos de leucemia, os tratamentos baseados em células-tronco ainda não se encontram plenamente disponíveis para uso em seres humanos, mesmo que diversos casos isolados tenham se mostrado bem-sucedidos.

Uma linha de pesquisa que vem avançando envolve o uso de células-tronco na formação de órgãos inteiros, destinados a transplantes.

A técnica já permitiu obter em laboratório vasos sanguíneos, uretras e traqueias, que foram implantados com sucesso em pacientes, evitando a necessidade de aguardar órgãos de doadores compatíveis.

Veja uma aula sobre as fases da mitose.

Para quem acompanha o noticiário referente às células-tronco, muitas vezes é difícil separar o joio do trigo. Estudos bem conduzidos e documentados (promissores, mas ainda preliminares) confundem-se com pesquisas apressadas e mal executadas, de cientistas que buscam mais a fama do que resultados consistentes.

Parece certo que a terapia com células-tronco trará alívio ou solução para doenças hoje incuráveis. No entanto, ainda há muito trabalho pela frente.

Apesar dos evidentes avanços, ainda existe distância entre o que acontece nos laboratórios e a aplicação das técnicas em clínicas e hospitais.

Um dos motivos para isso é a dificuldade em controlar a proliferação e a diferenciação dessas células, evitando a formação de tumores e outras complicações.

Outra razão é que, embora promissoras, essas pesquisas enfrentam oposição de grupos (sobretudo religiosos) que questionam a ética do uso de células embrionárias em pesquisas ou tratamentos.

A maioria das células de organismos pluricelulares diferencia-se e desempenha funções específicas. Seres humanos têm mais de 200 tipos celulares, todos originados de células-tronco indiferenciadas e sem função definida.

Em certas situações (que podem ser simuladas em laboratório), as células-tronco diferenciam-se e podem atender a necessidades específicas do organismo.

Veja aqui uma aula sobre Biotecnologia.

Dos vários tipos de células-tronco, destacam-se as embrionárias e as somáticas. Presentes em embriões, as células-tronco embrionárias podem se transformar em qualquer tipo de célula diferenciada.

Já as células-tronco somáticas encontram-se em certos órgãos e tecidos de organismos já formados. Em seres humanos, por exemplo, existem na medula óssea, em vasos sanguíneos, no coração, no cérebro, nos músculos, na pele, no pâncreas, no fígado e nos dentes.

Células-tronco e clonagem terapêutica

Nos últimos anos, as células-tronco têm sido muito estudadas por suas potenciais aplicações nos campos da pesquisa e da terapêutica.

Dependendo de sua capacidade de diferenciação, as células-tronco podem ser classificadas em:

  •  Células-tronco totipotentes.São o zigoto e as células que resultam de suas primeiras divisões. As células dessa categoria podem originar células de qualquer tecido ou mesmo de anexos embrionários, como a placenta.
  •  Células-tronco pluripotentes.São células que podem se diferenciar em todos os tipos de células, com exceção das células-tronco totipotentes e das células de anexos embrionários, como a placenta.
  •   Células-tronco multipotentes.Encontradas em órgãos maduros (medula óssea, cérebro, placenta e fígado, por exemplo), são capazes de se diferenciar em diversos tipos de células, mas não em todos.
  •    Células unipotentes.  São células capazes de formar apenas um tipo de células diferenciadas.

Aprofunde-se nesse assunto vendo uma aula completa sobre clonagem.

Com o eventual domínio de técnicas que permitam obter e cultivar essas células, os pesquisadores esperam originar substitutos para órgãos e tecidos lesados, origem de muitas doenças humanas (como o mal de Alzheimer, a doença de Parkinson, o diabetes melito, os traumatismos do sistema nervoso e outras).

Terapias experimentais já usam esses tipos de células para recuperar o coração de pessoas acometidas por infarto agudo do miocárdio ou insuficiência cardíaca grave.

Células-tronco podem ser obtidas, por exemplo, da medula óssea vermelha de adultos, do sangue do cordão umbilical  ou por clonagem.

A clonagem com fins reprodutivos, gerando células-tronco capazes de formar embriões e novos indivíduos, é a clonagem reprodutiva, que, em seres humanos, é condenada pela comunidade científica internacional e explicitamente proibida pela legislação de quase todos os países.

Uma estratégia polêmica de obtenção de células-tronco envolve a clonagem terapêutica, técnica semelhante à utilizada no desenvolvimento de clones animais, como a ovelha Dolly.

Nessa modalidade de clonagem, cuja finalidade é a obtenção de material terapêutico (para tratamento de enfermidades), um ovócito secundário obtido de doadora tem o núcleo mecanicamente removido; em seu lugar é introduzido o núcleo de uma célula adulta, já diferenciada.

A seguir, a célula é quimicamente estimulada a se dividir, até atingir o estágio de blástula, com centenas de células.

Do embrião clonado, extraem-se células-tronco indiferenciadas (totipotentes), que, teoricamente, podem se diferenciar em neurônios (células nervosas), células ósseas, células musculares, células de revestimento interno de vasos sanguíneos ou qualquer outra.

Vislumbra-se, dessa maneira, um largo campo de possibilidades no tratamento de numerosas doenças, como as lesões de medula espinhal decorrentes de trauma da coluna vertebral.

Você sabe o que é biotecnologia?

Terapia com células-tronco

Sob determinadas circunstâncias, as células-tronco podem originar tipos específicos de células diferenciadas. Isso ocorre, particularmente, quando elas são mantidas em contato com células de determinado tipo.

Por exemplo: células-tronco mantidas na proximidade de células musculares tendem a se converter em células musculares.

Por causa dessa capacidade, as células-tronco têm sido usadas no tratamento de algumas doenças degenerativas.

Existem diversos casos documentados de sucesso com essa técnica no tratamento, por exemplo, de infarto do miocárdio.

Após sofrer o infarto, certo número de células do miocárdio (músculo cardíaco) morre, em decorrência da má oxigenação.

Com a perda de massa muscular funcionante, a capacidade contrátil do coração fica prejudicada a ponto de, em casos graves, comprometer a força de bombeamento do sangue. Em certos casos, a solução é o transplante cardíaco.

Veja também:

O emprego de células-tronco, no entanto, tem mostrado um novo caminho. Essas células, que são obtidas, por exemplo, por punção da medula óssea, são depois injetadas diretamente no miocárdio ou no sangue, de onde migram para o miocárdio.

Havendo a diferenciação dessas células em células musculares cardíacas, ocorre a regeneração do músculo cardíaco, e sua função é restabelecida.

A terapia com células-tronco, portanto, é um tratamento em que se faz a substituição de tecidos lesados (doentes) por tecidos saudáveis, obtidos da diferenciação de células–tronco.

Atualmente, essa forma de tratamento está sendo usada ou pesquisada em casos de doença de Parkinson, diabetes melito, distrofia muscular, esclerose múltipla, lesões de medula espinal (como a secção por acidentes), doença de Alzheimer, doenças cardíacas, problemas renais e disfunções hepáticas.

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Fontes de O que são células-tronco – tipos  – resumo:

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