Saúde

Métodos anticoncepcionais: o que é, principais tipos

Conheça os diferentes tipos de métodos contraceptivos

A partir da puberdade, o corpo dos meninos e das meninas sofre alterações, possibilitando a reprodução. Para assumir a responsabilidade de ter e de criar filhos, todavia, são necessárias, além de muita maturidade, condições adequadas para o crescimento e o desenvolvimento da criança.

Por isso, a decisão de ter filhos deve ser consciente e planejada. Acompanhe um vídeo e depois continue a leitura.

As pessoas ativas sexualmente podem evitar uma gravidez indesejada e planejar o momento de ter filhos utilizando diferentes métodos anticoncepcionais.

Os casais que optam por evitar a gravidez devem buscar a orientação de um médico, que os aconselhará o uso de um ou mais métodos anticoncepcionais (ou contraceptivos).

Não existe um método mais adequado em termos absolutos. Cada um deles tem suas características e envolve vantagens e desvantagens. Os principais métodos anticoncepcionais estão classificados na tabela abaixo.

Naturais, de abstinência ou comportamentaisTabelinha, temperatura basal, muco cervical
BarreiraCamisinha masculina, camisinha feminina, diafragma, espermicidas
HormonaisPílulas, injetáveis, implantes, adesivos e anel vaginal
CirúrgicosVasectomia, laqueadura
IntrauterinosDIU

Principais Métodos anticoncepcionais

metodos-contraceptivos

MÉTODOS NATURAIS, DE ABSTINÊNCIA OU COMPORTAMENTAIS

Os métodos naturais, de abstinência ou comportamentais consideram o período fértil da mulher, determinado pela observação do ciclo menstrual. Durante o período fértil, o casal que utiliza exclusivamente esses métodos deve evitar a penetração vaginal se quiser evitar a gravidez.

Os métodos naturais ou comportamentais ajudam a mulher a conhecer o seu próprio corpo, são gratuitos, não causam problemas à saúde e são plenamente aceitos por algumas religiões.

Por outro lado, necessitam de muita disciplina, períodos de abstinência sexual e tempo de observação do próprio corpo. Além disso, apresentam índice de fracasso elevado, pois é muito comum ocorrerem alterações no ciclo menstruai em função de variações hormonais, doenças e fatores psicológicos, como o estresse.

Além disso, o ciclo menstruai pode ser irregular, principalmente em mulheres jovens, dificultando ainda mais a determinação do período fértil. Outra limitação desses métodos é o fato de não prevenirem contra doenças sexualmente transmissíveis (DST s).

Alguns casais utilizam dois ou os três métodos comportamentais, ou naturais ao mesmo tempo, a fim de diminuir o risco de fracasso. Vamos conhecer alguns desses métodos.

Tabelinha ou método do calendário

metodos anticoncepcionaisAntes de utilizar esse método, a mulher deve acompanhar e anotar, durante alguns meses, o dia do início do ciclo menstruai, ou seja, o primeiro dia da menstruação, a fim de verificar a regularidade e a duração do ciclo.

Em geral, a ovulação ocorre 14 dias antes da menstruação seguinte. Sendo assim, uma mulher com um ciclo regular de 28 dias, ou seja, cuja menstruação ocorre em intervalos de 28 dias, ovulará provavelmente no 14° dia do ciclo. Outra mulher, com ciclo regular de 30 dias, ovulará no 16fi dia do ciclo.

Embora o ovócito demore alguns dias para percorrer a tuba uterina, ele só é viável para a fecundação por 24 horas após a ovulação.

Por sua vez, os espermatozoides conseguem sobreviver em torno de 3 dias no interior do sistema reprodutor feminino. Sendo assim, o período fértil da mulher pode durar aproximadamente 7 dias: 3 dias antes da ovulação, o dia da ovulação e os 3 dias seguintes.

Uma mulher com ciclo regular de 30 dias que menstruou no dia 26 do mês provavelmente ovulou no dia 12. Seu período fértil, portanto, foi do dia 9 ao dia 15.

Se a mulher tiver variação na duração dos ciclos menstruais, deverá, após observar durante 6 meses, subtrair 18 dias do ciclo mais curto do período observado e 11 dias do ciclo mais longo. 0 resultado corresponderá ao início e ao final do período fértil.

Exemplo:

  • ciclo mais curto observado: 26 dias;
  • início do período fértil: 26 – 18 = 8Q dia do ciclo;
  • ciclo mais longo observado: 35 dias;
  • final do período fértil: 35 – 11 = 242 dia do ciclo.

Se quiser evitar a gravidez, utilizando apenas esse método, o casal deve evitar ter relações sexuais com penetração no período fértil determinado por meio da tabelinha.

Temperatura basal

Nesse método, a mulher deve medir e anotar diariamente sua temperatura corporal basal. A temperatura basal é a temperatura do corpo logo ao acordar e antes de fazer qualquer esforço físico.

Ela oscila normalmente em torno dos 36,5 °C, mas diminui cerca de 0,5 °C no dia da ovulação e aumenta entre 0,3 °C e 0,8 °C nos dias seguintes. Com esses dados, deve-se montar um gráfico da temperatura basal em função do dia do ciclo menstruai.

Antes de começar a utilizar esse método, é recomendado que se montem gráficos por alguns meses. Esse procedimento é necessário para que a mulher conheça o seu padrão de variação da temperatura basal, que, após estabelecido, poderá ser usado para estimar o período fértil.

Veja o exemplo a seguir.

Enquanto não for possível estimar o período fértil, é recomendado que se utilize outro método contraceptivo para evitar a gravidez.

Método Billings ou muco cervical

muco cervicalEsse método baseia-se na observação da secreção da vagina (muco), parecida com a clara de ovo e de consistência variável (elasticidade), durante o ciclo menstruai. A mulher deverá observar e se familiarizar com as mudanças no muco por um período de seis meses antes de utilizar o método.

Após a menstruação, a mulher passa aproximadamente 3 dias sem produzir este muco. A partir daí, a produção começa e o muco vai mudando de consistência com o passar dos dias, tornando-se mais elástico.

O período fértil acontece cerca de 4 dias após o muco cervical grosso, pegajoso e de coloração esbranquiçada tornar-se um líquido transparente e elástico.

Métodos de barreira são aqueles que barram a passagem dos espermatozoides, impedindo o seu encontro com o ovócito e, consequentemente, a fecundação.

Os métodos de barreira são considerados bastante seguros, com índice de fracasso entre 3% e 15%, que pode variar em função do produto escolhido e da maneira de utilização. Vamos conhecer alguns deles.

Camisinha masculina

Também conhecida como preservativo ou camisa de vênus, é atualmente um dos anticoncepcionais mais populares, não só em função da sua grande eficácia e facilidade de uso, mas pelo fato de ser um dos únicos anticoncepcionais capazes de prevenir as doenças sexualmente transmissíveis.

A camisinha masculina é distribuída gratuitamente no Brasil e em outros países pelos Órgãos públicos de saúde e comercializada em farmácias e supermercados.

O primeiro passo importante na utilização da camisinha é a verificação da data de validade e da presença do selo do Inmetro, que é a instituição responsável por testar a qualidade do produto. Preservativos com a data de validade vencida ou sem o selo do Inmetro não devem ser utilizados.

A camisinha não deve permanecer em locais quentes e úmidos e sua embalagem só deve ser aberta no momento da utilização. Acompanhe passo a passo a maneira correta para utilizá-la:

  1. abrir a embalagem com cuidado para não danificar a camisinha;
  2. verificar qual é o lado correto;
  3. apertar a ponta, onde existe um espaço para armazenar o esperma, para retirar o ar;
  4. colocar a camisinha somente com o pênis ereto;
  5. após a ejaculação, jogar a camisinha usada no lixo (e não no vaso sanitário, pois pode causar entupimento).

Camisinha feminina

A camisinha feminina apresenta características semelhantes às da camisinha masculina, mas tem sido pouco utilizada no Brasil.

Anel menor

A mulher deve colocar a camisinha somente no momento em que será usada. Veja como utilizá-la corretamente:

  1.  abrir a embalagem com cuidado para não danificar a camisinha;
  2.  apertar o anel menor com o polegar e o indicador formando um “8”;
  3. introduzira extremidade menor na vagina, deixando o anel maior aberto para fora;
  4. empurrar a camisinha para dentro da vagina, cobrindo o colo do útero;
  5. após a relação sexual, jogar a camisinha usada no lixo (e não em vasos sanitários).

Diafragma e espermicida

O diafragma é um anel flexível, não descartável, coberto por uma membrana fina de borracha. É colocado pela mulher no colo uterino, antes da relação sexual.

Ele impede a passagem dos espermatozoides para o útero. Para aumentar sua eficiência, devem-se utilizar espermicidas (substâncias que matam espermatozoides), vendidos na forma de cremes ou pastas.

Métodos anticoncepcionais

Os espermicidas também podem ser utilizados de maneira independente do diafragma. Eles devem ser colocados diretamente na vagina antes da relação sexual.

O diafragma deve ser feito sob medida por um profissional de saúde. Não pode ser utilizado por mulheres virgens (devido, geralmente, à presença do hímen) ou que tiveram bebê há menos de 8 semanas.

Após a relação sexual, a mulher deve permanecer com o diafragma por cerca de 8 horas. Após esse tempo, ele deve ser retirado, lavado com água e sabão neutro e guardado seco em estojo apropriado. A vida útil do diafragma depende da manutenção e do uso corretos.

Esse método não interfere no ciclo menstruai, mas também não protege contra DSTs. Algumas mulheres que utilizam o diafragma, podem apresentar irritação vaginal e infecção urinária.

Atualmente, os métodos anticoncepcionais hormonais estão disponíveis apenas para as mulheres. Esses métodos liberam hormônios (estrógeno e progesterona) que inibem a ovulação e, em alguns casos, a menstruação.

Os métodos hormonais só podem ser utilizados com a indicação e o acompanhamento de um médico, pois interferem no ciclo menstruai e apresentam várias contraindicações. Mulheres que têm ou já tiveram problemas cardíacos ou cardiovasculares, câncer, doenças do fígado, enxaqueca, que são fumantes ou estão amamentando não devem utilizá-los.

Os principais métodos hormonais são:

  • as pílulas anticoncepcionais, que são comercializadas em cartelas. É necessário ter disciplina durante o uso, pois geralmente precisam ser tomadas diariamente;
  • as injeções, que contêm uma dose maior de hormônios em relação às pílulas. São utilizadas a cada mês ou trimestre, dependendo da quantidade e do tipo de hormônio;
  • os implantes, que são pequenos tubos que, colocados sob a pele, liberam hormônios na corrente sanguínea. Podem durar até três anos;
  • os adesivos, que são colocados sobre a pele e contêm hormônios, que são lentamente absorvidos pela pele, e precisam ser substituídos semanalmente.
  • anel vaginal, que é um disco que libera hormônios e deve ser encaixado no colo uterino; precisa ser substituído a cada três semanas.

Apesar de a pílula ser o anticoncepcional hormonal feminino mais popular, os outros métodos vêm ganhando espaço pela sua praticidade, já que não necessitam de tanta disciplina. Os principais problemas de saúde relacionados ao uso de métodos anticoncepcionais cirúrgicos são má-formação óssea, alterações na tuba uterina que podem provocar gravidez tubária, problemas graves na coluna vertebral e certos tipos de câncer ginecológicos.

Métodos cirúrgicos

Como são geralmente irreversíveis, os métodos cirúrgicos somente são recomendados para casais que não querem ter filhos ou que já têm filhos e estão seguros de que não desejam ter outros.

São indicados também quando, no casal, existe alguém com algum problema grave de saúde. Os métodos cirúrgicos são a laqueadura, para as mulheres, e a vasectomia, para os homens.

É uma cirurgia na qual as tubas uterinas são seccionadas (cortadas), impedindo a passagem do ovócito para o útero e, dessa forma, evitando o seu encontro com os espermatozoides.

Muitas mulheres optam por realizar a laqueadura na ocasião em que fazem o parto cirúrgico (cesárea).

A cirurgia não interfere no ciclo menstruai, ou seja, a mulher continuará ovulando e menstruando.

Vasectomia

Ao contrário da laqueadura, que precisa ser feita em um hospital, a vasectomia é uma cirurgia mais simples e que pode ser feita em um consultório médico, com anestesia local.

vasectomia

Na vasectomia, um pequeno corte é feito na bolsa escrotal e os canais deferentes são cortados e amarrados. O homem continua ejaculando, mas os espermatozoides ficam retidos nos testículos e são absorvidos pelo corpo.

Os DIUs (dispositivos intrauterinos) são pequenos objetos, em geral de plástico, colocados no útero por um ginecologista, que fará avaliação e acompanhamento da paciente.

Podem ser revestidos com cobre ou acrescidos de outras substâncias, como hormônios (estrógeno e progesterona). Como a mulher pode ficar com o DIU por vários anos, esse método não necessita de disciplina e organização, como é o caso da pílula.

Política nacional de direitos sexuais reprodutivos

Em 2005, foi lançada a Política Nacional de Direitos Sexuais e Reprodutivos, que tem como objetivos principais ampliar a oferta de métodos anticoncepcionais reversíveis, aumentar o acesso à esterilização cirúrgica voluntária e introduzir e disponibilizar tratamento de infertilidade em todo o país pela rede do SUS (Sistema Único de Saúde). Para saber mais, acesse: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_direitos_sexuais_ reprodutivos.pdf>. Acesso em: nov. 2014.

É considerado um método bastante seguro, com índice de fracasso muito baixo (em torno de 1%), mas apresenta contraindicações.

Mulheres com problemas nas tubas uterinas e no útero, anemia, alergia ao cobre, problemas de coração ou menstruação abundante geralmente não podem utilizá-lo. Alguns DIUs podem aumentar a quantidade e duração do sangramento menstruai.

O DIU com revestimento de cobre é o mais comum. O cobre tem efeito espermicida, impedindo que os espermatozoides cheguem até as tubas uterinas.

Além disso, o DIU provoca algumas alterações no útero que dificultam a passagem dos espermatozoides e impedem a nidação, caso ocorra fecundação.

Alguns hospitais públicos no Brasil têm programas de planejamento familiar e colocam gratuitamente o DIU, após uma avaliação cuidadosa da paciente.

A pílula do dia seguinte

Lançada no Brasil em 1999, a pílula do dia seguinte é um contraceptivo que só deve ser utilizado em situações de emergência, quando, por exemplo, a camisinha furar ou em caso de estupro.

Ela nunca deve ser usada como anticoncepcional regular, pois tem taxas elevadas de hormônios, podendo causar vômitos, náuseas, enxaquecas e alterações no ciclo menstruai.

Os hormônios da pílula do dia seguinte agem sobre os ovários, impedindo ou retardando a ovulação. No colo uterino, aumentam o espessamento do muco, o que dificulta a passagem dos espermatozoides, e, no endométrio, impedem a nidação, caso tenha ocorrido a fecundação.

A pílula do dia seguinte precisa ser tomada até 72 horas após a ocorrência da relação sexual. Esse método só deve ser utilizado com a orientação de um médico, que irá avaliar o estado de saúde da mulher e ver se não há riscos para ela. Mulheres com problemas cardiovasculares, cardíacos e nos órgãos genitais internos (ovários, tubas uterinas e útero) geralmente não podem fazer uso desse medicamento.

Resumo dos tipos de Métodos anticoncepcionais

  • Métodos anticoncepcionais naturais.
  • Métodos anticoncepcionais de barreira.
  • Métodos anticoncepcionais hormonais.
  • Métodos anticoncepcionais cirúrgicos.
  • Método anticoncepcional intrauterino.
  • Pílula do dia seguinte.

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