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Répteis: Características, classificação, fisiologia, reprodução e exemplos

Veja as principais características dos répteis, sua anatomia e seus principais exemplos

Repteis são vertebrados e fazem parte do reino animal. São animais ectotérmicos (temperatura regulada pelo ambiente) extremamente adaptados ao ambiente terrestre e vivem em sua maioria em regiões quentes do planeta Terra.

Uma de suas características mais marcantes é sua pele coberta por escamas e placas resistentes ao calor. Veja um vídeo para introduzir os principais conceitos e depois continue com a leitura.

Principais características dos répteis

Os répteis apesar de serem considerados adaptados ao ambiente seco podem ser encontrados tanto em água doce quanto em ambiente marinho. Os representantes mais conhecidos que vivem em ambientes aquáticos são a tartaruga marinha e o cágado, sem esquecer também dos crocodilos e jacarés, sem esquecer também algumas cobras que vivem boa parte do tempo na água.

A maioria desses animais é carnívora e se alimentam de outros animais, mas também há vários repteis que são herbívoros, caso de algumas espécies de tartarugas.

A diversidade desse grupo é muito grande, tanto quanto sua anatomia quanto a origem filogenética. Fatos esses que levam os biólogos a divergência quanto a um consenso sobre sua classificação, pois muitos chegam a dizer que os répteis são um grupo artificial. Apenas para efeitos de estudos iremos considerar os répteis como uma classe dos cordados.

Adaptações aos ambientes secos

Os primeiros vertebrados a se tornarem independentes da água para se reproduzir foram os répteis. Diferentes dos anfíbios, que podem viver em ambientes terrestres, animais como sapos, rãs e pererecas são extremamente dependentes da água para se reproduzir.

Um fato que marca muito a evolução dos vertebrados e que nos répteis os ovos com casca são uma importante característica que permitem a sobrevivência em ambientes com pouca água.

O embrião é protegido pela casca que ajuda a evitar a perda excessiva de água. A fecundação é interna, ou seja, acontece no interior do corpo da fêmea e não mais na água como no caso dos anfíbios.

Sua pele com escamas grossas são fatores adaptativos que favorecem a sobrevivência em ambientes secos, pois ajudam a evitar a perda excessiva de água.

A adaptação ao ambiente seco também se dá pelo fato dos pulmões são mais eficientes nas trocas gasosas e o coração mais eficiente em manter o sangue venoso separado do sangue arterial.

Não que estes sangues não se misturem nos répteis, mas se compararmos aos peixes e anfíbios a circulação nesses animais é bem mais eficiente.

Veja mais detalhes sobre esse assunto no artigo  Adaptações dos répteis ao ambiente terrestre.

Anatomia dos Répteis

  • Sistema circulatório: coração com quatro câmaras
  • Sistema Nervoso: Nervos, medula espinhal e cérebro.
  • Sistema respiratório: vias aéreas superiores e inferiores, ar entra pela narina e as trocas gasosas são feitas no pulmão.
  • Sistema esquelético: esqueleto ósseo e possuem cartilagem nas articulações
  • Sistema de excreção: a urina dos repteis é concentrada, o que facilita sua adaptação a ambientes secos.

Répteis - Características, classificação e exemplos

Os repteis possuem uma série de órgãos que são muito semelhantes aos mamíferos. Possuem órgãos como esôfago, traqueia, coração, pulmão, estômago, ovário, bexiga e ovários (nas fêmeas) são apenas alguns exemplos de órgãos que temos em comum.

O coração dos Répteis

Se comparado com os anfíbios, a circulação de sangue é bem mais eficiente nos répteis, pois seu coração tem 4 cavidades. Ainda assim há certa mistura de sangue arterial com o sangue venoso. Essa mistura é mais intensa nos não crocodilianos, já que nesses o septo não é totalmente fechado.crocodilianos e não-crocodilianos

Reprodução

Como já foi dito, a fecundação nos répteis é interna, ou seja, acontece dentro das fêmeas. O macho possui um pênis, que introduz na cloaca da fêmea, onde são lançados os espermatozoides.

Os ovos que são fecundados irão desenvolver os embriões que, por sua vez, nascem com os sistemas de órgão completos que ao longo da vida irão apenas se desenvolver.

Os ovos também possuem uma casca dura, feita principalmente de sais como o carbonato de cálcio que conferem certa resistência aos ovos e, ao mesmo tempo, permitem as trocas gasosas por causa dos micro poros em sua estrutura

Logo abaixo da casca existe uma membrana chamada de córion que irá envolver o embrião. O âmnio é uma bolsa cheia de líquido amniótico que tem como função proteger de choques mecânicos.

A clara é a fonte de proteínas que o animal irá se nutrir ao longo da gestação. A gema fornecerá a gordura.

Grande parte dos répteis é ovípara, ou seja, põe os ovos logo após a fecundação. Há também o ovovíparos, que retêm os ovos por mais tempo incubando no interior do corpo.

Classificação dos Répteis

As principais ordens dos répteis são: Quelônios, Squamata ou escamados, e crocodilianos e rincocéfalos

Quelônios

São representados pelas tartarugas marinhas (ambientes marinhos), cágados (água doce) e jabutis (terrestre). Suas principais características são:

  • presença de um casco formado por uma carapaça dorsal;
  • um conjunto de placas achatadas na região ventral (plastrão);
  • bico córneo, sem dentes.

A maioria dos quelônios é herbívora, mas há também os que se alimentam de outros animais.

A carapaça óssea coberta por queratina em seu dorso, talvez seja sua característica mais marcante. São ovíparos.

Qual é a diferença entre tartaruga, cágado e jabuti?

As diferenças residem em algumas características do corpo, nos cascos, nas patas e no pescoço, além do hábitat em que vivem. Dependendo da região, os nomes populares muitas vezes se confundem. Há regiões no Brasil, como na Amazônia, em que algumas espécies chamadas de tartarugas são, na verdade, cágados e vice-versa.

As tartarugas podem ser tanto marinhas como de água doce. Os cágados vivem em água doce, seu casco é mais achatado que o das tartarugas e seu pescoço é mais longo. Outra diferença é que, quando as tartarugas recolhem a cabeça para dentro do casco, elas não dobram o pescoço para o lado, como fazem os cágados. Os jabutis são terrestres, seu casco é alto e as patas de trás são cilíndricas

Vale a pena conhecer o site do Projeto Tamar. Lá você encontrar muita informação sobre as tartarugas marinhas

Ordem Squamata ou Escamados

É a ordem dos ofídios e lacertílios, cobras e lagartos, respectivamente. Entre os lacertílios, os mais conhecidos são os lagartos, iguanas, calango, lagartixa e camaleões. Alimentam-se principalmente de artrópodes e outros pequenos animais.

Veja uma aula completa sobre a Ordem Squamata aqui no site.

Os ofídios são as cobras (popularmente conhecidas como serpentes). São ápodes, ou seja, não possuem membros. São carnívoras e tem o corpo coberto por escamas.

Veja algumas curiosidades sobre as cobras.

Há as serpentes que produzem veneno e há as que são constritoras, ou seja, capturam suas presas e a esmagam.

O veneno de algumas cobras tem sido usados em várias frentes de pesquisas e há grandes possibilidades de se produzir inúmeros produtos de interesse de comércio e para a saúde.

Em relação ao tamanho existem serpentes desde pouco centímetros até vários metros de comprimentos, como no caso da sucuri da Amazônia. Em alguns países são chamados de anaconda.

Cheguei a escrever aqui um artigo sobre uma lenda que conta um pouco da lenda da cobra-grande da amazônia.

Recomendo a visita no site do Instituto Butantan para conhecer mais sobre o universo das serpentes.

Crocodilianos

Os crocodilianos são, atualmente, os maiores répteis viventes.

Suas principais características são:

  • vivem próximo a ambientes aquáticos, onde caçam e se alimentam;
  • colocam seus ovos na terra, em buracos no chão ou cobertos com folhas;
  • têm quatro patas curtas com garras e uma grossa cauda usada para natação e defesa;
  • sua pele é recoberta por placas córneas, que são mais finas e maleáveis na região ventral do corpo.

Qual é a diferença entre o jacaré e o crocodilo?

Há uma série de diferenças entre esses animais. Os crocodilos são geralmente maiores do que os jacarés e habitam ambientes com água salgada.

Também há diferenças em relação ao comportamento: os crocodilos colocam seus ovos em ninhos de lama e areia escurecida e os jacarés em ninhos junto à vegetação cercada por água doce.

As diferenças mais visíveis estão no crânio. Os crocodilos, ao fecharem a boca, expõem vários dentes ao longo da maxila inferior (mandíbula), enquanto os jacarés exibem apenas alguns dentes da frente quando estão com a boca fechada. O formato do focinho dos jacarés é em forma de “U” enquanto o dos crocodilos, em forma de “V”.

No Brasil, só há jacarés.

Determinação do sexo em répteis

Em répteis como crocodilos, algumas tartarugas e lagartos, a determinação do sexo dos filhotes é influenciada pela temperatura do ambiente durante as fases iniciais do desenvolvimento do embrião.

Por exemplo, em algumas tartarugas, os machos são originados se os ovos forem incubados na areia em temperaturas entre 26 °C e 28 °C; já as fêmeas nascem de temperaturas de incubação superiores a 30 °C.

O nascimento de ambos os sexos é garantido, pois há variação diária ou sazonal (de estações) de temperaturas e no ninho os ovos são colocados em diferentes profundidades e, assim, vão receber quantidades diferentes de calor.

Importância ecológica dos répteis

Durante muito tempo, no Brasil, os jacarés foram (e ainda são, em menor escala) muito caçados pelos coureiros de forma ilegal, para a obtenção da carne e do couro.

O couro da região ventral dos animais é fino, maleável e é usado comercialmente para a fabricação de sapatos e bolsas. Esse fato provocou a diminuição da população de jacarés.

Atualmente existem, na região do Pantanal, algumas fazendas para criação de jacarés, voltadas para a exploração do couro e da carne desses animais.

Essa prática diminuiu muito a caça ilegal restabelecendo o  equilíbrio nas teias alimentares na região e favorecendo a exploração econômica. O Brasil é hoje 0 segundo maior exportador de couro de jacaré do mundo.

A era dos Dinossauros

Os répteis já foram o grupo de animais que dominaram ambientes terrestres, marinhos e também os ares. Era o tempo dos dinossauros. Alguns eram muito ágeis, haviam os gigantes e os grandes predadores. Nem todos os dinossauros eram gigantes.

Os dinossauros foram animais terrestres que dominaram o planeta durante cerca de 100 milhões de anos, mas que hoje estão extintos. Sabemos da existência dos dinossauros pelos vestígios fósseis (esqueletos, ossos, pegadas) que eles deixaram no planeta.

O termo dinossauro (do grego deinos = terrível; saurus = lagarto) foi criado em 1841, pelo paleontólogo inglês Richard Owen; não se sabe ao certo porque ele criou esse nome, mas ele é usado até hoje, associado a muitas fantasias e mitos.

Hoje sabemos que nem todos os dinossauros eram lagartos “terríveis” e gigantescos – muitos eram do tamanho de galinhas.

Os dinossauros viveram na Terra em épocas diferentes. Com o surgimento dos répteis, entre 360 milhões de anos e 280 milhões de anos atrás, houve uma grande expansão desse grupo.

Os dinossauros apresentavam as mais variadas formas de alimentação. Apesar da fama de grandes e ferozes predadores, muitos eram herbívoros ou onívoros.

A história da Terra é dividida em várias eras para facilitar seu estudo. A faixa de tempo em que os dinossauros existiram é conhecida como Era Mesozoica.

O fim dos dinossauros

Os registros fósseis de dinossauros mais recentes datam de 65 milhões de anos atrás. Depois disso, eles desapareceram completamente do planeta.

Muitas hipóteses surgiram para explicar o desaparecimento desses animais, incluindo epidemias e mudanças climáticas drásticas. A hipótese mais aceita atualmente é a da queda de um meteorito de proporções gigantescas na Terra.

O que se seguiu ao impacto deve ter sido uma alteração impressionante e muito rápida: terremotos e maremotos, vulcões em erupção, incêndios e uma atmosfera possivelmente carregada de gases venenosos.

A grande quantidade de partículas em suspensão na atmosfera deve ter provocado uma escuridão que pode ter durado meses ou anos dificultando a fotossíntese pelas plantas e deixando diversos seres vivos sem aumento. Esse desequilíbrio nas cadeias alimentares provavelmente provocou a extinção dos dinossauros.

Dinossauros e sua relação com as aves

Por muito tempo, os dinossauros foram considerados um grupo de répteis, por apresentarem escamas e dentes. Apesar de os dinossauros estarem extintos, as características físicas observadas nos fósseis desses animais permitem aos cientistas identificá-los e classificá-los.

Porém, durante o processo de fossilização de um animal, muitas das suas características são perdidas e essa falta de informação pode ocasionar dúvidas na identificação.

Nos últimos anos, os cientistas têm estudado mais detalhadamente os dinossauros e as hipóteses atuais indicam que eles estão mais relacionados com o grupo das Aves. Todas as aves que conhecemos seriam ancestrais de um dinossauro.

Um exemplo bastante interessante é o Shuuvia deserti, um dinossauro encontrado no deserto da Mongólia que apresenta evidências de penas, uma característica das aves atuais.

Veja o slide abaixo para fixar o que foi aprendido até agora.

Resumo da Aula Répteis

  • As principais adaptações que permitiram aos répteis a conquista do meio terrestre.
  • Os principais grupos de répteis.
  • A importância ecológica das fazendas de criação de jacarés.
  • Algumas características dos dinossauros.
  • A relação entre dinossauros e aves.

Não esqueça de dizer o que achou da aula Répteis – Características, classificação e exemplos

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Referências

  • Benton, Michael J. (2015). Vertebrate Paleontology. [S.l.]: Oxford: Blackwell Science Ltd. (4ª edição).
  • Cracraft, Joel; Donoghue, Michael J., eds. (2004). Assembling the Tree of Life. [S.l.]: Oxford University Press
  • Welbourne, Dustin. «There’s no such thing as reptiles any more – and here’s why». The Conversation (em inglês). Consultado em 21 de junho de 2019

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7 Comentários

  1. Desculpa ser chata, mas a parte da circulação está errada, pois a minoria dos répteis possuem 4 cavidades no coração(nesse caso só a classe dos crocodilianos) e a parte da abertura chamada de septo interventricular é totalmente incompleto nos não crocodilianos tal como diz aí. A parte do ”mais intensa nos não crocodilianos” não está totalmente correta a partir do momento que estes animais possuem essa abertura totalmente completa. Espero ter ajudado um pouco, e desculpe alguma coisa, eu não falei isso por mal, e nem com o objetivo de prejudicar ninguém, foi só umas dicas ;)

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