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Classificação dos Peixes – Classe e Características

Veja também sua fisiologia, anatomia, origem e sua importância

Em relação à classificação dos peixes, podemos considerá-los entre os primeiros vertebrados a aparecerem no planeta Terra. Podemos classificá-los em três grupos principais: os peixes sem mandíbulas, conhecidos por agnatos ou ciclóstomos; os condrictes, que possuem seu esqueleto de cartilagem; e por fim os osteíctes, peixes ósseos, que são a maioria

Nesta aula veremos suas principais características, a classificação e um pouco de sua fisiologia e anatomia. Veja antes a aula dentre do slide e um vídeo resumindo o assunto logo abaixo.

Em nossa aula anterior já havíamos falado sobre a notocorda e a características dos cordados.

Classificação dos Peixes

Podemos classificar os peixes basicamente em três grupos:

  • Ciclóstomos ou agnatos: são os peixes que não possuem mandíbulas
  • Condrictes: são os peixes cartilaginosos
  • Ósseos: são os peixes ósseos

Ciclóstomos ou agnatos

lampreia - Peixes sem mandíbulas - Classificação dos Peixes - Classe e Características
M.Buschmann, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

Seus representantes mais conhecidos são as lampreias e feiticeiras (também conhecidas como peixe-bruxa). Sua principal característica é a ausência de mandíbulas se comparadas com outros peixes. São os vertebrados mais primitivos encontrados em nosso planeta.

Alguns autores consideram errado considerar os ciclóstomos como peixes, porém apenas como caráter didático iremos falar sobre seus representantes nesta aula.

Seu esqueleto é formado por um crânio cartilaginoso com um eixo dorsal, ou cordão, sem a presença de vértebras. Sua pele se apresenta lisa e sem escamas. A boca é circular e como já foi dito, não apresentam mandíbulas. O interior da boca possui dentes córneos, sua língua é denticulada e com capacidade de abrir feridas em seu hospedeiro.

O sexo dos ciclóstomos é separado e sua fecundação é externa, ou seja, possuem macho e fêmea em indivíduos separados e o desenvolvimento do embrião até o nascimento ocorre fora do corpo.

Lampreias são consideradas ectoparasitas e se alimentam de sangue de outros peixes e até mesmo baleias e golfinhos. Já as feiticeiras (ou peixe-bruxa) vivem enterradas no lodo e se alimentam de animais mortos.

Condrictes – os peixes cartilaginosos

Veja as diferenças e suas semelhanças

Os condrictes são os peixes que não possuem ossos, seu esqueleto é feito de cartilagem. Entre seus representantes encontramos os tubarões, arraias e quimeras.

O tamanho desses animais pode variar de poucos centímetros a vários metros. Nadam através de contrações musculares e com auxílio de nadadeiras.

Diferentes dos ciclóstomos, possuem mandíbulas. A definição de mandíbula pode ser dita da seguinte maneira: estrutura rígida que se articula com o crânio permitindo ao animal a ação de abrir e fechar a boca. Veja aqui no site uma aula completa com os principais filos do reino animal.

A localização da boca é ventral e possui várias fileiras de dentes serrilhados

Possuem um grande fígado, vesícula biliar, pâncreas e uma glândula retal cuja função é eliminar o excesso de sal do sangue.

A visão desses animais como o tubarão é bastante conhecida por serem muito desenvolvidas. O olfato, por sua vez, não fica para trás podem detectar a presença de animais feridos a quilômetros de distância.

Possuem sexos separados, assim como os ciclóstomos, porém a fecundação é interna, sendo que há espécies ovíparas e ovovivíparas. Não possuem estágio larval, sendo assim seu desenvolvimento é direto. A maioria dos condrictes é marinha.

Osteíctes – os peixes ósseos

Também chamados de peixes ósseos, são os mais abundantes dos peixes e estão amplamente distribuídos nos ambientes marinhos e dulcícolas.

Veja também sua fisiologia, anatomia, origem e sua importância

Seu esqueleto é calcificado. Seu tamanho pode variar de alguns milímetros até alguns metros. A maioria dos peixes osteíctes possuem escamas de origem dérmica.

O sistema digestório dos peixes ósseos tem bastante semelhança ao dos tubarões e arraias (condrictes). Porém não encontramos a glândula retal. No lugar da cloaca há o ânus.

Existe uma estrutura muito importante para a natação dos peixes ósseos, chamada de vesícula gasosa (bexiga natatória). É uma grande bolsa dorsal que pode se encher e esvaziar de gases principalmente oxigênio e nitrogênio que podem ser retirados da corrente sanguínea para que o peixe controle seu nível de flutuação sem muito esforço.

Fisiologia dos Peixes

A respiração nos peixes é branquial, ou seja, é feita por uma estrutura chamada brânquias, que é capaz de retirar o oxigênio da água, seu sistema circulatório é fechado, porém, o sangue venoso e sangue arterial não são separados. O sistema digestório é completo, pois possuem boca e ânus.

Os peixes são uma das maiores fonte de alimentos tanto para outros animais quanto para os seres humanos. Representam grandes fontes de proteínas, lipídeos sais minerais e vitaminas. Para várias espécies animais assim como para muitas comunidades humanas são a principal fonte de alimento.

Se você ainda viu a aula em nossa caixa de slide no começo da aula, lá no topo da página, não se esqueça de ver, lá você encontrar muitas ilustrações, tabelas e exemplos que vão facilitar o entendimento sobre os peixes.

Veja aqui uma aula completa sobre os Peixes Ciclóstomos, condrictes e osteíctes.

A origem dos peixes 

Há cerca de 2,5 bilhões de anos (b.a.) as bactérias já estavam no ambiente terrestre. Plantas e invertebrados só ocuparam esse ambiente por volta de 450 milhões de anos (m.a.) atrás, e os fungos entre 400 e 500 m.a. atrás.

Nesse mesmo período, há cerca de 500 m.a.r o grupo dos peixes começava a ocupar os oceanos. Os primeiros peixes não tinham mandíbulas.

O surgimento dessa estrutura, bem como o da coluna vertebral, permitiu que esses animais se tornassem predadores mais eficientes.

A mandíbula possibilitou aos peixes abocanhar suas presas, prender o alimento de forma mais eficiente, o que não era possível apenas com uma boca circular, como a dos agnatos. A mandíbula conferiu aos peixes uma enorme vantagem evolutiva.

Ao mesmo tempo, a coluna vertebral, originada da notocorda, uma característica revolucionária na evolução dos seres vivos, permitiu que se formasse um eixo de sustentação do corpo, proporcionando melhor locomoção e exploração do ambiente. O crânio protege o encéfalo do peixe.

A maioria dos peixes apresenta brânquias, estruturas responsáveis pela respiração dos peixes. A água entra pela boca, atravessa as brânquias, e o gás oxigênio dissolvido na água é absorvido pela corrente sanguínea.

Ao mesmo tempo, o sangue traz o gás carbônico produzido na respiração, que sairá pelas brânquias. Protegendo as brânquias, há duas placas chamadas opérculos, localizadas próximo à cabeça.

Importância ecológica dos peixes

O principal papel ecológico dos peixes está no fato de participarem de diversas teias alimentares, como presas ou como predadores.

Os peixes também fazem parte da alimentação humana. Das quase 20.000 espécies de peixes conhecidas, cerca de 9.000 servem como alimento. Arenque, bacalhau, dourado, cavala, truta e atum respondem por quase dois terços do total anual da pesca no mundo.

O aumento da pesca vem provocando intensa queda no estoque de peixes em diversas partes do mundo. Estima-se que cerca de 90% dos grandes peixes predadores, como o marlim e as espécies maiores de atum, já estejam extintos em certas áreas dos oceanos.

O mar é considerado a fonte de alimento do futuro, mas seus recursos são finitos. Antes de explorar alguma espécie como atividade econômica, é fundamental conhecer características, como ciclo de vida, participação nas teias alimentares marinhas, taxa e período de reprodução.

Essas informações, associadas a atitudes e valores fundamentados na sustentabilidade, podem ser um caminho para evitar o esgotamento rápido desse recurso e a extinção de espécies. No entanto, há fatores econômicos que ainda influenciam as decisões sobre a exploração desses e de outros recursos naturais.

Relações Ecológicas

Uma das relações ecológicas que os peixes estabelecem com outros seres vivos é o comensalismo.

Comensalismo

A relação ecológica em que um ser vivo se aproveita do alimento ingerido ou produzido pelo outro sem prejudicá-lo é chamada comensalismo.

É o caso da rêmora, que tem na cabeça uma estrutura com a qual se prende ao corpo do tubarão. Ao fazer isso, a rêmora aproveita os restos das refeições do tubarão. Para o tubarão, as rêmoras não causam prejuízo.

O slide abaixo foi utilizado pra fazer a vídeo-aula no começo desse post. Esse material foi atualizado e pode ser encontrado em nosso Kit Slides de Biologia.

E aí? O que achou da aula sobre peixes? Deixe seu comentário? Faça perguntas? Deixe sua sugestão de aula. Sua opinião é sempre muito importante. Até a próxima aula.

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Bibliografia

  1.  Lima, Ricardo Cunha (1978). Introdução à aquicultura. Bahia: [s.n.] pp. 16 e 17

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36 Comentários

    1. A função da bexiga natatória reduzi a densidade do corpo, permitindo que o peixe flutue ou afunde na água. A maioria dos peixes ósseos apresenta bexiga natatória, uma bolsa cheia de gases acima do estômago. Eles controlam o volume da bexiga natatória trocando gases com o sangue.

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