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O que é gravidez: como ocorre, sintomas

Veja o que as mudanças, o que acontece durante a gravidez.

O termo gravidez descreve o período desde a fertilização do óvulo até o desenvolvimento do feto até o nascimento. Uma gravidez normalmente dura 267 dias. O médico soma o tempo desde o início da última menstruação até a fecundação e, portanto, chega a uma média de 280 dias ou 40 semanas.

A divisão em nove meses é mais comum. Este tempo é dividido em três seções de 3 meses cada.

Como ocorre a gravidez

Pode ocorrer depois de uma relação sexual, processo natural, ou por processo artificial como a fecundação em vitro, por exemplo.

Alguns dias após o óvulo ter sido fertilizado pelo espermatozoide, o óvulo se implanta no revestimento do útero . Se a implantação ocorrer na tuba uterina, desenvolve-se uma gravidez ectópica . Uma gravidez ectópica coloca em risco a saúde da gestante e é detectada por uma ultrassonografia pela vagina.

Após a fecundação, o zigoto leva de três a quatro dias para chegar ao útero. Nesse período, o corpo lúteo está prestes a interromper a produção de progesterona.

Caso ela cesse de fato, não há chance de se instalar uma gravidez, e a pequena mórula acaba sendo eliminada com a menstruação, sem ser percebida. No entanto, caso a mórula se instale no útero, começará a produção de um hormônio que tem por função manter o corpo lúteo ativo, produzindo progesterona. Esse hormônio é a gonadotropina coriônica humana, ou HCG.

hormônios início da última menstruação
Secreção de estrógeno, progesterona e gonadotropina coriônica em diferentes etapas da gravidez, tomando como referência o início da última menstruação (e não da fecundação)

A gonadotropina coriônica humana (HCG) é um hormônio glicoproteico de estrutura molecular muito parecida à do LH. Sua função é manter o corpo lúteo ativo. Logo que o pequeno embrião se aloja na parede do útero, começa a produção de HCG.

A presença desse hormônio pode ser detectada por exames laboratoriais no sangue a partir de oito dias após a ovulação. Assim, a constatação de resultado positivo para HCG é indicativo seguro de gravidez. Observe a curva de HCG no gráfico da figura acima.

Abaixo um embrião humano com seis semanas de existência (cerca de 1,5 cm de comprimento) flutua no líquido amniótico preso à placenta pelo cordão umbilical.

Gravidez de um embrião

O nível sanguíneo de HCG se eleva rapidamente, dobrando a produção a cada dois dias, até a oitava ou décima semana da gravidez, quando então começa a decair.

Por volta da 24ª semana, atinge um nível cinco vezes menor do que o nível máximo e se mantém constante até o final da gravidez. O decréscimo da produção de HCG é compensado pela maturação da placenta, que passa a produzir ela mesma os hormônios necessários para a manutenção da gravidez.

Ao chegar à cavidade uterina, por volta do sexto dia após a ovulação, a mórula, originada a partir do desenvolvimento do zigoto, estaciona no útero.

um pequeno embrião chega ao útero.
No sexto dia após a fecundação, um pequeno embrião chega ao útero.

O pequeno embrião começa a desenvolver uma câmara oca, e se forma uma camada de células especializadas em buscar alimento, o trofoblasto.

Por volta do sétimo dia, o embrião, agora denominado blastocisto, adere à parede uterina, especialmente preparada para recebê-lo.

abrigo na parede uterina.
No sétimo dia após a fecundação, o pequeno embrião, agora já chamado blastocisto, procura abrigo na parede uterina.

Este processo é denominado nidação. Por volta do oitavo dia, o trofoblasto obtém alimento digerindo as células do endométrio. Ao mesmo tempo, as células trofoblásticas se reproduzem, formando cordões celulares que se estendem até as camadas mais profundas do endométrio, constituindo um sincício trofoblástico, ou sincíciotrofoblasto.

blastocisto começa a buscar alimento na parede do útero e tem início a produção de HCG
Por volta do oitavo dia após a fecundação, o blastocisto começa a buscar alimento na parede do útero e tem início a produção de HCG.

Essa estrutura inicia a produção de HCG, crucial para o desenvolvimento do embrião e, ao mesmo tempo, explica a razão de esse hormônio ser indicativo do início da gravidez.

O pequeno embrião (células rosadas no esquema) recebe alimento das células e secreções endometriais digeridas pelo trofoblasto, que, ao mesmo tempo, começa a formar os anexos embrionários.

No nono dia após a ovulação já se forma um primórdio da cavidade amniótica. Essas células, originárias do zigoto, e as células do endométrio, formarão a placenta.

começa a se formar um primórdio de cavidade amniótica.
Por volta do nono dia após a fecundação, o trofoblasto começa a formar vilosidades do lado da parede uterina, o que aumenta a área de contato. Ao mesmo tempo, começa a se formar um primórdio de cavidade amniótica.

Perto do final da gravidez, a quantidade de estrógeno produzida diariamente é quase vinte vezes superior à quantidade normal produzida em mulheres que não estão grávidas.

Em geral, a partir da décima semana de vida do embrião, ele passa a se chamar feto (que significa “pequenino”), pois todos os órgãos principais já estão formados.

O cordão umbilical liga o feto à placenta e é constituído a partir do alantoide e da vesícula vitelínica. No detalhe, placenta humana plenamente formada.

As artérias umbilicais trazem sangue que se renova nas vilosidades coriônicas, banhadas por sangue materno. O sangue do feto nunca deixa os vasos sanguíneos, e retorna pela veia umbilical.

A progesterona também é produzida de maneira abundante e tem diversas funções. Antes mesmo da implantação do embrião no útero, a progesterona facilita o deslocamento do embrião, pois aumenta as secreções das tubas uterinas.

Além disso, ao estimular a proliferação de células do endométrio e a atividade glandular, esse hormônio ajuda a nutrir o sincíciotrofoblasto.

Esse conjunto de células desenvolve e recobre as vilosidades coriônicas da placenta, que ficam banhadas por sangue materno. Essas vilosidades permitem a troca de substâncias entre o feto e a mãe, mas não há mistura de sangue.

A progesterona também age sobre o útero, inibindo as contrações musculares desse órgão que poderiam provocar um aborto espontâneo.

Além disso, como já foi mencionado, a progesterona tem efeito sobre as glândulas mamárias, ativando a produção de leite, primeiro alimento do bebê após o nascimento.

Estrutura de uma mama durante a gravidez.
Estrutura de uma mama durante a gravidez.

Após o parto as glândulas mamárias começam a produzir leite, alimento ideal para o bebê, podendo ser o único alimento nos seis primeiros meses de vida.

Os gêmeos

Em certas populações humanas, pouco mais de 4% das mulheres grávidas têm gravidez gemelar, isto é, com mais de um embrião.

Quando o zigoto inicia a divisão mitótica, pode ocorrer um evento raro, no qual os dois blastômeros se separam e, ainda assim, prossegue o processo de clivagem. Isso acaba por originar duas crianças com exatamente a mesma constituição cromossômica, chamadas gêmeos idênticos.

Esses gêmeos são monozigóticos (MZ), ou seja, se originaram do mesmo zigoto, e são necessariamente do mesmo sexo. Em cerca de 1% das ovulações são desenvolvidos dois folículos ovarianos simultaneamente, e dois ovócitos são liberados.

Nesse caso, se houver fecundação, dois espermatozoides fecundarão dois ovócitos: os gêmeos resultantes serão tão parecidos quanto dois irmãos quaisquer, podendo ser de sexos diferentes. Esses gêmeos são dizigóticos (DZ), também chamados gêmeos fraternos.

Os anexos embrionários podem se arranjar de diferentes formas em uma gestação gemelar, tanto de gêmeos monozigóticos (MZ) ou idênticos como de gêmeos dizigóticos (DZ) ou fraternos.

Os gêmeos podem não compartilhar nenhum anexo embrionário. Essa situação é comum entre gêmeos DZ (50%), mas pouco comum entre gêmeos MZ (15%; linha D do gráfico). Esses gêmeos são também chamados divitelínicos.

Os gêmeos podem compartilhar todos os anexos embrionários (situação A) ou compartilhar apenas a placenta (em vermelho) e o cório (em azul), mas não o âmnio (em amarelo; situação B).

Os gêmeos podem compartilhar todos os anexos embrionários ou compartilhar apenas a placenta

Os gêmeos podem não compartilhar nenhum dos anexos embrionários (situação D) ou compartilhar apenas a placenta (em vermelho), mas não o cório (em azul) nem o âmnio (em amarelo; situação C).

Os gêmeos podem não compartilhar nenhum dos anexos embrionários

Quando compartilham a placenta, os gêmeos são ditos univitelínicos. Nesse caso, eles podem compartilhar a placenta, mas não os outros anexos, o que ocorre com 50% dos gêmeos fraternos ou DZ e pequena porção dos gêmeos idênticos ou MZ (15%, linha C do gráfico).

Frequência de compartilhamento de anexos embrionários humanos, em gêmeos monozigóticos (MZ) e dizigóticos
Frequência de compartilhamento de anexos embrionários humanos, em gêmeos monozigóticos (MZ) e dizigóticos (DZ). As letras A, B, C, D se referem às situações das duas figuras da gestação dos gêmeos. As gestações gemelares com duas placentas (linha D) são mais comuns entre gêmeos dizigóticos. No entanto, metade dos gêmeos dizigóticos é univitelínica, isto é, compartilha uma mesma placenta (linha C).

A maior parte dos gêmeos idênticos compartilha placenta e cório (70%, linha B do gráfico), mas não o âmnio (esquema B).

O compartilhamento dos três anexos embrionários é exclusivo de gêmeos idênticos (esquema A), o que é muito raro (linha A do gráfico). Em casos ainda mais raros, esses embriões que compartilham todos os anexos embrionários podem estar fisicamente ligados, formando os chamados gêmeos xifópagos ou siameses.

Resumo

1. Perto do fim da gravidez, a quantidade de estrógeno produzida diariamente é quase vinte vezes superior à quantidade normalmente produzida em mulheres não grávidas. A progesterona também é produzida de maneira abundante e tem diversas funções.

2. Os gêmeos podem ser monozigóticos ou dizigóticos e podem compartilhar placentas ou não. Cerca de 15% dos gêmeos monozigóticos têm placentas separadas (divitelínicos), e cerca de 50% dos gêmeos dizigóticos compartilham a mesma placenta (univitelínicos).

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Referências Bibliográficas

ELITO JUNIOR, Julio et al. Gravidez ectópica não rota: diagnóstico e tratamento. Situação atual. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 30, p. 149-159, 2008.

BEIGUELMAN, Bernardo. O estudo de gêmeos. Ribeirão Preto: SBG, 2008.

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