{"id":10043,"date":"2020-05-31T17:18:49","date_gmt":"2020-05-31T20:18:49","guid":{"rendered":"https:\/\/planetabiologia.com\/?p=10043"},"modified":"2022-11-24T15:46:31","modified_gmt":"2022-11-24T15:46:31","slug":"bexiga-urinaria","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/planetabiologia.com\/bexiga-urinaria\/","title":{"rendered":"Fun\u00e7\u00e3o da Bexiga urin\u00e1ria: anatomia e estruturas"},"content":{"rendered":"<p>A bexiga urin\u00e1ria<strong> \u00e9 um \u00f3rg\u00e3o do <a href=\"\/funcao-do-sistema-urinario\/\">sistema urin\u00e1rio<\/a> com fun\u00e7\u00e3o de armazenar a urina produzida nos <a href=\"\/rim\/\">rins<\/a>. \u00c9 um \u00f3rg\u00e3o muscular liso com capacidade de armazenar entre 650 a 750 mL de urina. A Bexiga fica localizada na parte inferior da cavidade abdominal.<\/strong><\/p>\n<p>A urina \u00e9 produzida nos rins e desce dois tubos chamados ureteres at\u00e9 a bexiga. A bexiga armazena urina, permitindo que a mic\u00e7\u00e3o seja pouco frequente e controlada.<\/p>\n<h2><b>Principais caracter\u00edsticas da bexiga urin\u00e1ria<\/b><\/h2>\n<p>A bexiga urin\u00e1ria \u00e9 um saco muscular na pelve, logo acima e atr\u00e1s do osso p\u00fabico. Quando vazia, a bexiga tem o tamanho e a forma de uma pera.<\/p>\n<p>A bexiga \u00e9 revestida por camadas de <a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/tecido-muscular\/\"><strong>tecido muscular<\/strong><\/a> que se esticam para reter a urina. A capacidade normal da bexiga \u00e9 de 650 a 750 mL.<\/p>\n<p>Durante a mic\u00e7\u00e3o, os m\u00fasculos da bexiga se apertam e dois esf\u00edncteres (v\u00e1lvulas) se abrem para permitir que a urina flua. A urina sai da bexiga para a <b>uretra<\/b>, que transporta a urina para fora do corpo. Por passar pelo p\u00eanis, a uretra \u00e9 mais longa nos homens (8 polegadas) do que nas mulheres (1,5 polegadas).<\/p>\n<h2><b>Fun\u00e7\u00e3o da Bexiga Urin\u00e1ria<\/b><\/h2>\n<p>A <b>bexiga<\/b> \u00e9 um \u00f3rg\u00e3o do sistema urin\u00e1rio. Desempenha dois pap\u00e9is principais:<\/p>\n<ul>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><b>Armazenamento tempor\u00e1rio de urina<\/b> &#8211; a bexiga \u00e9 um \u00f3rg\u00e3o oco com paredes distens\u00edveis. Possui um revestimento interno dobrado (conhecido como rugae), que permite acomodar at\u00e9 650 a 750 mL de urina em adultos saud\u00e1veis.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><b>Auxilia na expuls\u00e3o da urina<\/b> &#8211; a musculatura da bexiga se contrai durante a mic\u00e7\u00e3o, com relaxamento concomitante dos esf\u00edncteres.<\/li>\n<\/ul>\n<figure id=\"attachment_10048\" aria-describedby=\"caption-attachment-10048\" style=\"width: 550px\" class=\"wp-caption aligncenter\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"size-full wp-image-10048\" src=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/Vis\u00e3o-geral-do-trato-urin\u00e1rio..jpg\" alt=\"Forma e anatomia da bexiga urin\u00e1ria\" width=\"550\" height=\"563\" srcset=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/Vis\u00e3o-geral-do-trato-urin\u00e1rio..jpg 550w, https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/Vis\u00e3o-geral-do-trato-urin\u00e1rio.-293x300.jpg 293w\" sizes=\"(max-width: 550px) 100vw, 550px\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-10048\" class=\"wp-caption-text\">Vis\u00e3o geral do trato urin\u00e1rio.<\/figcaption><\/figure>\n<h2><b>Forma e anatomia da bexiga urin\u00e1ria<\/b><\/h2>\n<p>A apar\u00eancia da bexiga varia dependendo da quantidade de urina armazenada. Quando cheio, exibe uma forma <b>oval<\/b> e, quando vazio, \u00e9 achatado pelo intestino sobrejacente.<\/p>\n<p>Os recursos externos da bexiga s\u00e3o:<\/p>\n<ul>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><b>\u00c1pice<\/b> &#8211; localizado superiormente, apontando para a s\u00ednfise p\u00fabica. \u00c9 conectado ao umbigo pelo ligamento umbilical mediano (um remanescente do \u00faraco).<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><b>Corpo<\/b> &#8211; parte principal da bexiga, localizada entre o \u00e1pice e o fundo<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><b>Fundo (ou base) <\/b>&#8211; localizado posteriormente. \u00c9 de forma triangular, com a ponta do tri\u00e2ngulo apontando para tr\u00e1s.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><b>Pesco\u00e7o<\/b> &#8211; formado pela converg\u00eancia do fundo e das duas superf\u00edcies infero-laterais. \u00c9 cont\u00ednuo com a <a href=\"\/uretra\/\"><strong>uretra<\/strong><\/a>.<\/li>\n<\/ul>\n<p>A urina entra na bexiga atrav\u00e9s de um <a href=\"\/ureter\/\"><strong>ureter<\/strong><\/a> esquerdo e outro direito e sai pela uretra. Internamente, esses orif\u00edcios s\u00e3o marcados pelo <a href=\"https:\/\/www.imaios.com\/br\/e-Anatomy\/Estruturas-anatomicas\/Musculos-do-trigono-da-bexiga\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">tr\u00edgono<\/a> &#8211; uma \u00e1rea triangular localizada no fundo da bexiga urin\u00e1ria.<\/p>\n<p>Em contraste com o resto da bexiga interna, o tr\u00edgono possui paredes lisas. Isso \u00e9 explicado pelas diferentes origens embriol\u00f3gicas: o tr\u00edgono \u00e9 desenvolvido pela integra\u00e7\u00e3o de dois <b>dutos meson\u00e9fricos<\/b> na base da bexiga).<\/p>\n<figure id=\"attachment_10050\" aria-describedby=\"caption-attachment-10050\" style=\"width: 600px\" class=\"wp-caption aligncenter\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"wp-image-10050 size-full\" src=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/Forma-e-anatomia-da-bexiga-urin\u00e1ria.jpg\" alt=\"Fig 2 - Caracter\u00edsticas anat\u00f4micas da bexiga.\" width=\"600\" height=\"441\" srcset=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/Forma-e-anatomia-da-bexiga-urin\u00e1ria.jpg 600w, https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/Forma-e-anatomia-da-bexiga-urin\u00e1ria-300x221.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 600px) 100vw, 600px\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-10050\" class=\"wp-caption-text\">Fig 2 &#8211; Caracter\u00edsticas anat\u00f4micas da bexiga.<\/figcaption><\/figure>\n<h3><b>Musculatura<\/b><\/h3>\n<p>A <b>musculatura<\/b> da bexiga desempenha um papel fundamental no armazenamento e esvaziamento da urina.<\/p>\n<p>Para contrair durante a mic\u00e7\u00e3o, a parede da bexiga cont\u00e9m m\u00fasculo liso especializado &#8211; conhecido como <b>m\u00fasculo detrusor<\/b>.<\/p>\n<p>Suas fibras s\u00e3o orientadas em v\u00e1rias dire\u00e7\u00f5es, mantendo assim a integridade estrutural quando esticadas. Ele recebe inerva\u00e7\u00e3o do <a href=\"\/sistema-nervoso-autonomo-fisiologia-anatomia-resumo\/\"><strong>sistema nervoso simp\u00e1tico e parassimp\u00e1tico<\/strong><\/a>.<\/p>\n<p>As fibras do m\u00fasculo detrusor frequentemente se tornam <b>hipertr\u00f3ficas<\/b> (apresentando-se como trab\u00e9culas proeminentes), a fim de compensar o aumento da carga de trabalho do esvaziamento da bexiga. Isso \u00e9 muito comum em condi\u00e7\u00f5es que obstruem a sa\u00edda da urina, como a hiperplasia prost\u00e1tica benigna.<\/p>\n<p>Existem tamb\u00e9m dois esf\u00edncteres musculares localizados na uretra:<\/p>\n<h4><b>Esf\u00edncter uretral interno:<\/b><\/h4>\n<p><strong>Masculino<\/strong> &#8211; consiste em fibras lisas circulares, que est\u00e3o sob controle auton\u00f4mico. Pensa-se para prevenir a regurgita\u00e7\u00e3o seminal durante a ejacula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n<p><strong>Feminino<\/strong> &#8211; trata-se de um esf\u00edncter funcional, ou seja, nenhum m\u00fasculo esfincteriano presente. \u00c9 formado pela anatomia do colo da bexiga e da uretra proximal.<\/p>\n<p><b>Esf\u00edncter uretral externo<\/b> &#8211; tem a mesma estrutura em ambos os sexos. \u00c9 m\u00fasculo esquel\u00e9tico, e sob controle volunt\u00e1rio. No entanto, no sexo masculino, o mecanismo esfincteriano externo \u00e9 mais complexo, pois se correlaciona com as fibras do m\u00fasculo reto-uretral e do m\u00fasculo elevador do \u00e2nus.<\/p>\n<figure id=\"attachment_10053\" aria-describedby=\"caption-attachment-10053\" style=\"width: 600px\" class=\"wp-caption aligncenter\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"size-full wp-image-10053\" src=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/Esf\u00edncter-uretral-interno.jpg\" alt=\"Fig 3 - Vista endosc\u00f3pica da bexiga. (A) Tr\u00edgono e orif\u00edcio ureteral direito. (B) Trab\u00e9culas proeminentes da parede da bexiga (fibras hipertr\u00f3ficas do m\u00fasculo detrusor).\" width=\"600\" height=\"232\" srcset=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/Esf\u00edncter-uretral-interno.jpg 600w, https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/Esf\u00edncter-uretral-interno-300x116.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 600px) 100vw, 600px\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-10053\" class=\"wp-caption-text\">Fig 3 &#8211; Vista endosc\u00f3pica da bexiga. (A) Tr\u00edgono e orif\u00edcio ureteral direito. (B) Trab\u00e9culas proeminentes da parede da bexiga (fibras hipertr\u00f3ficas do m\u00fasculo detrusor).<\/figcaption><\/figure>\n<h2><b>Vasculatura<\/b><\/h2>\n<p>A vasculatura da bexiga \u00e9 principalmente derivada dos vasos <b>il\u00edacos internos<\/b>.<\/p>\n<p>O suprimento arterial \u00e9 via ramo <b>vesical superior<\/b> da art\u00e9ria il\u00edaca interna. Nos homens, isso \u00e9 complementado pela art\u00e9ria vesical inferior e nas mulheres pelas art\u00e9rias vaginais.<\/p>\n<p>Em ambos os sexos, o obturador e as art\u00e9rias gl\u00fateas inferiores tamb\u00e9m podem contribuir com pequenos ramos.<\/p>\n<p>A drenagem venosa \u00e9 realizada pelo plexo venoso vesical, que esvazia nas veias il\u00edacas internas. O plexo vesical no sexo masculino est\u00e1 em continuidade no espa\u00e7o retrop\u00fabico com o <b>plexo venoso<\/b> da <b>pr\u00f3stata<\/b> (<a href=\"https:\/\/pesquisa.bvsalud.org\/portal\/resource\/pt\/lil-239571\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">plexo de Santorin<\/a>i), que tamb\u00e9m recebe sangue da veia dorsal do p\u00eanis.<\/p>\n<h2><b>Histologia da bexiga urin\u00e1ria<\/b><\/h2>\n<p>A bexiga urin\u00e1ria \u00e9 um reservat\u00f3rio tempor\u00e1rio de armazenamento de urina. Est\u00e1 localizado na cavidade p\u00e9lvica, posterior \u00e0 s\u00ednfise p\u00fabica e abaixo do perit\u00f4nio parietal.<\/p>\n<p>O tamanho e a forma da bexiga urin\u00e1ria variam com a quantidade de urina que cont\u00e9m e com a press\u00e3o que recebe dos \u00f3rg\u00e3os vizinhos.<\/p>\n<p>O revestimento interno da bexiga urin\u00e1ria \u00e9 uma membrana mucosa do <a href=\"http:\/\/mol.icb.usp.br\/index.php\/2-25-tecido-epitelial-de-revestimento\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">epit\u00e9lio de transi\u00e7\u00e3o<\/a> que \u00e9 cont\u00ednua com a dos ureteres.<\/p>\n<p>Quando a bexiga est\u00e1 vazia, a mucosa tem numerosas dobras chamadas rugas. A ruga e o epit\u00e9lio de transi\u00e7\u00e3o permitem que a bexiga se expanda \u00e0 medida que se enche.<\/p>\n<p>A segunda camada nas paredes \u00e9 a submucosa, que suporta a membrana mucosa. \u00c9 composto de tecido conjuntivo com fibras el\u00e1sticas.<\/p>\n<p>A pr\u00f3xima camada \u00e9 a muscular, que \u00e9 composta por m\u00fasculo liso. As fibras musculares lisas s\u00e3o entrela\u00e7adas em todas as dire\u00e7\u00f5es e, coletivamente, s\u00e3o chamadas de m\u00fasculo detrusor.<\/p>\n<p>A contra\u00e7\u00e3o desse m\u00fasculo expele a urina da bexiga. Na superf\u00edcie superior, a camada externa da parede da bexiga \u00e9 o perit\u00f4nio parietal. Em todas as outras regi\u00f5es, a camada externa \u00e9 tecido conjuntivo fibroso.<\/p>\n<p>Existe uma \u00e1rea triangular, chamada tr\u00edgono, formada por tr\u00eas aberturas no ch\u00e3o da bexiga urin\u00e1ria. Duas das aberturas s\u00e3o dos ureteres e formam a base do tr\u00edgono.<\/p>\n<p>Pequenos retalhos de mucosa cobrem essas aberturas e agem como v\u00e1lvulas que permitem que a urina entre na bexiga, mas impedem que ela retorne da bexiga para os ureteres.<\/p>\n<p>A terceira abertura, no \u00e1pice do tr\u00edgono, \u00e9 a abertura na uretra. Uma banda do m\u00fasculo detrusor circunda esta abertura a formar o interior da uretra do esf\u00edncter.<\/p>\n<h2><b>Suprimento Nervoso<\/b><\/h2>\n<p>O controle nervoso \u00e9 complexo, com a bexiga recebendo informa\u00e7\u00f5es dos sistemas <b>aut\u00f4nomo<\/b> (simp\u00e1tico e parassimp\u00e1tico) e <b>som\u00e1tico<\/b> do <a href=\"\/sistema-nervoso-resumo\/\"><strong>sistema nervoso central<\/strong><\/a>:<\/p>\n<ul>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><b>Nervo simp\u00e1tico<\/b> &#8211; hipog\u00e1strico (T12 &#8211; L2). Causa relaxamento do m\u00fasculo detrusor, promovendo a reten\u00e7\u00e3o de urina.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><b>Parassimp\u00e1tico<\/b> &#8211; nervo p\u00e9lvico (S2-S4). Sinais aumentados desse nervo causam contra\u00e7\u00e3o do m\u00fasculo detrusor, estimulando a mic\u00e7\u00e3o.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\">Nervo <b>som\u00e1tico<\/b> -pudendo (S2-4). Inerva o esf\u00edncter uretral externo, fornecendo controle volunt\u00e1rio sobre a mic\u00e7\u00e3o.<\/li>\n<\/ul>\n<p>Al\u00e9m dos nervos eferentes que suprem a bexiga, existem <b>nervos sensoriais (aferentes)<\/b> que se reportam ao c\u00e9rebro. Eles s\u00e3o encontrados na parede da bexiga e sinalizam a necessidade de urinar quando a bexiga fica cheia.<\/p>\n<h3>O reflexo de estiramento da bexiga<\/h3>\n<p>O reflexo de estiramento da bexiga \u00e9 um <a href=\"https:\/\/www.fcm.unicamp.br\/fcm\/neuropediatria-conteudo-didatico\/exame-neurologico\/reflexos-primitivos\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\"><b>reflexo primitivo<\/b><\/a>, no qual a mic\u00e7\u00e3o \u00e9 estimulada em resposta ao estiramento da parede da bexiga. \u00c9 an\u00e1logo a um reflexo espinhal muscular, como o reflexo da r\u00f3tula.<\/p>\n<p>Durante o treinamento do xixi em beb\u00eas, esse reflexo espinhal \u00e9 substitu\u00eddo pelos centros superiores do c\u00e9rebro, para dar controle volunt\u00e1rio sobre a mic\u00e7\u00e3o.<\/p>\n<h3>O arco reflexo<\/h3>\n<ul>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><b>A bexiga enche<\/b> -se de urina e as paredes da bexiga se <b>esticam<\/b>. Os nervos sensoriais detectam alongamento e transmitem essas informa\u00e7\u00f5es para a <b>medula espinhal<\/b>.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\">Interneur\u00f4nios na medula espinhal transmitem o sinal aos <b>eferentes parassimp\u00e1ticos<\/b> (nervo p\u00e9lvico).<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\">O nervo p\u00e9lvico atua para <b>contrair o m\u00fasculo detrusor<\/b> e estimular a mic\u00e7\u00e3o.<\/li>\n<\/ul>\n<p>Embora n\u00e3o seja funcional ap\u00f3s a inf\u00e2ncia, o reflexo de estiramento da bexiga precisa ser considerado em les\u00f5es na coluna vertebral (onde a inibi\u00e7\u00e3o descendente n\u00e3o pode atingir a bexiga) e em <b>doen\u00e7as neurodegenerativas<\/b> (onde o c\u00e9rebro \u00e9 incapaz de gerar inibi\u00e7\u00e3o).<\/p>\n<h2><b>Doen\u00e7as da bexiga urin\u00e1ria<\/b><\/h2>\n<ul>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>Cistite<\/strong>: inflama\u00e7\u00e3o ou infec\u00e7\u00e3o da bexiga, causando dor aguda ou cr\u00f4nica, desconforto, frequ\u00eancia ou hesita\u00e7\u00e3o urin\u00e1ria.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>Pedras urin\u00e1rias<\/strong>: pedras (c\u00e1lculos) podem se formar no rim e viajar at\u00e9 a bexiga. Se as pedras nos rins bloquearem o fluxo de urina para ou a partir da bexiga, elas podem causar dor intensa.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>C\u00e2ncer de bexiga: <\/strong>um\u00a0tumor na bexiga geralmente \u00e9 descoberto depois que o sangue \u00e9 encontrado na urina. O tabagismo e a exposi\u00e7\u00e3o a produtos qu\u00edmicos no local de trabalho causam a maioria dos casos de c\u00e2ncer de bexiga.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>Incontin\u00eancia urin\u00e1ria:<\/strong>\u00a0mic\u00e7\u00e3o descontrolada, que pode ser cr\u00f4nica. A incontin\u00eancia urin\u00e1ria pode resultar de v\u00e1rias causas.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>Bexiga hiperativa:<\/strong>\u00a0o m\u00fasculo da bexiga (detrusor) aperta incontrolavelmente, causando vazamento de urina. A hiperatividade do detrusor \u00e9 uma causa comum de incontin\u00eancia urin\u00e1ria.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>Hemat\u00faria:<\/strong> sangue na urina. A hemat\u00faria pode ser inofensiva, causada por infec\u00e7\u00e3o ou por uma doen\u00e7a grave como o c\u00e2ncer de bexiga.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>Reten\u00e7\u00e3o urin\u00e1ria:<\/strong>\u00a0a urina n\u00e3o sai da bexiga normalmente devido a um bloqueio ou atividade muscular reduzida da bexiga. A bexiga pode inchar para reter mais de um quarto de urina.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>Cistocele:<\/strong>\u00a0Os m\u00fasculos p\u00e9lvicos enfraquecidos (geralmente desde o parto) permitem que a bexiga pressione a vagina. Podem ocorrer problemas com a mic\u00e7\u00e3o.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>Molhado na cama (enurese noturna)<\/strong>: O ato de molhar a cama \u00e9 definido como uma crian\u00e7a com 5 anos ou mais que molha a cama pelo menos uma ou duas vezes por semana durante pelo menos tr\u00eas meses.<\/li>\n<li style=\"font-weight: 400;\"><strong>Dis\u00faria (mic\u00e7\u00e3o dolorosa)<\/strong>: dor ou desconforto durante a mic\u00e7\u00e3o devido \u00e0 infec\u00e7\u00e3o, irrita\u00e7\u00e3o ou inflama\u00e7\u00e3o da bexiga, uretra ou \u00f3rg\u00e3os genitais externos.<\/li>\n<\/ul>\n<h3><b>Relev\u00e2ncia cl\u00ednica: Les\u00f5es na medula espinhal e bexiga<\/b><\/h3>\n<p>A bexiga tem considera\u00e7\u00f5es cl\u00ednicas importantes quando se trata de les\u00f5es na medula espinhal. Existem duas s\u00edndromes cl\u00ednicas diferentes, dependendo de onde o dano ocorreu.<\/p>\n<h3><b>Bexiga reflexa &#8211; Transi\u00e7\u00e3o da medula espinhal acima de T12<\/b><\/h3>\n<p>Nesse caso, os sinais aferentes da parede da bexiga n\u00e3o conseguem alcan\u00e7ar o c\u00e9rebro e o paciente n\u00e3o ter\u00e1 <b>consci\u00eancia<\/b> do preenchimento da bexiga. Tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 controle descendente sobre o esf\u00edncter uretral externo, e ele \u00e9 <b>constantemente relaxado<\/b>.<\/p>\n<p>Existe um reflexo espinhal em funcionamento, em que o sistema parassimp\u00e1tico inicia a contra\u00e7\u00e3o do detrusor em resposta ao estiramento da parede da bexiga. Assim, a bexiga esvazia automaticamente \u00e0 medida que \u00e9 preenchida &#8211; conhecida como bexiga reflexa.<\/p>\n<h3><b>Bexiga Fl\u00e1cida &#8211; Transi\u00e7\u00e3o da Medula Espinhal Abaixo de T12<\/b><\/h3>\n<p>Uma transec\u00e7\u00e3o da medula espinhal nesse n\u00edvel ter\u00e1 danificado o fluxo parassimp\u00e1tico para a bexiga. O m\u00fasculo detrusor ficar\u00e1 paralisado, incapaz de se contrair. O reflexo espinhal n\u00e3o funciona.<\/p>\n<p>Nesse cen\u00e1rio, a bexiga encher\u00e1 incontrolavelmente, ficando anormalmente distendida at\u00e9 que ocorra a incontin\u00eancia por transbordamento.<\/p>\n<h2><b>Relev\u00e2ncia Cl\u00ednica: Reten\u00e7\u00e3o de Urina<\/b><\/h2>\n<p>Al\u00e9m da disfun\u00e7\u00e3o neurog\u00eanica da bexiga, o esvaziamento normal da bexiga pode ser dificultado por qualquer forma de obstru\u00e7\u00e3o, desde o n\u00edvel do colo da bexiga para baixo.<\/p>\n<p>Nos homens, a causa mais comum \u00e9 obstru\u00e7\u00e3o devido ao aumento da pr\u00f3stata (HBP). Outras causas incluem obstru\u00e7\u00e3o por uma pedra ou co\u00e1gulo sangu\u00edneo grande.<\/p>\n<p><b>A reten\u00e7\u00e3o aguda<\/b> \u00e9 uma emerg\u00eancia m\u00e9dica, pois a bexiga possui uma capacidade funcional &#8220;normal&#8221; e \u00e9 levada ao limite devido ao ac\u00famulo de urina em um reservat\u00f3rio agudamente obstru\u00eddo. O paciente sente uma dor cada vez mais insuport\u00e1vel e a coloca\u00e7\u00e3o de um cateter urin\u00e1rio alivia os sintomas imediatamente.<\/p>\n<p><b>A reten\u00e7\u00e3o cr\u00f4nica<\/b> \u00e9 um procedimento gradual devido \u00e0 obstru\u00e7\u00e3o incompleta do fluxo de urina. Isso leva ao ac\u00famulo de urina residual na bexiga por meses ou at\u00e9 anos; a bexiga \u00e9, portanto, progressivamente distendida em volumes que excedem 1-1,5 litros de urina.<\/p>\n<p>A reten\u00e7\u00e3o cr\u00f4nica \u00e9 frequentemente acompanhada de comprometimento da fun\u00e7\u00e3o renal. No entanto, normalmente n\u00e3o h\u00e1 dor, pois a bexiga \u00e9 gradualmente alongada.<\/p>\n<h2><strong>Leitura sugerida<\/strong><\/h2>\n<ul>\n<li class=\"post-title\"><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/uretra\/\">Uretra feminina e uretra masculina: fun\u00e7\u00e3o e anatomia<\/a><\/li>\n<li class=\"post-title\"><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/glomerulo-filtrado-glomerular\/\">O que \u00e9 glom\u00e9rulo renal e o que \u00e9 filtrado glomerular<\/a><\/li>\n<li class=\"post-title\"><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/alca-de-henle\/\">O que \u00e9 Al\u00e7a de Henle \u2013 Anatomia, fun\u00e7\u00e3o<\/a><\/li>\n<li class=\"post-title\"><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/nefron\/\">O que \u00e9 n\u00e9fron: anatomia, estrutura, fisiologia<\/a><\/li>\n<\/ul>\n<h2><strong>Refer\u00eancias bibliogr\u00e1ficas<\/strong><\/h2>\n<ul>\n<li>GOMES, Cristiano Mendes; HISANO, Marcelo. Anatomia e fisiologia da mic\u00e7\u00e3o.\u00a0<b>Zerati Filho M, Nardozza J\u00fanior A, Reis RB. Urologia fundamental, editores. S\u00e3o Paulo (SP): Planmark<\/b>, p. 29-35, 2010.<\/li>\n<li>TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan.\u00a0<b>Corpo Humano-: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia<\/b>. Artmed Editora, 2016.<\/li>\n<\/ul>\n<p>Voc\u00ea sabia que tem bastante gente que envia posts, artigos, ou algo qualquer texto relacionado a ci\u00eancias, educa\u00e7\u00e3o ou biologia? Voc\u00ea gostaria de participar? 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Veja mais detalhes aqui.<\/p>\n","protected":false},"author":8,"featured_media":10052,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[20,38,37],"tags":[39],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10043"}],"collection":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/8"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=10043"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10043\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":15482,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/10043\/revisions\/15482"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/10052"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=10043"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=10043"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=10043"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}