\u201cQu\u00edmica org\u00e2nica\u201d<\/strong> o estudo dos compostos de carbono.<\/p>\nDe certa forma, ao estudar Bioqu\u00edmica (ou \u201cQu\u00edmica dos organismos vivos\u201d), estudam-se as diversas formas pelas quais o carbono se apresenta nos seres vivos.<\/p>\n
O carbono e a diversidade molecular dos seres vivos<\/h2>\n O carbono faz parte tanto de mol\u00e9culas pequenas, por exemplo as do CO2 encontrado na atmosfera, quanto de mol\u00e9culas enormes, como os lip\u00eddios, com milhares de \u00e1tomos.<\/p>\n
O \u00e1tomo de carbono tem propriedades especiais que o tornam muito vers\u00e1til em liga\u00e7\u00f5es com outros \u00e1tomos. A primeira camada eletr\u00f4nica que circunda o n\u00facleo do \u00e1tomo tem dois el\u00e9trons, o que \u00e9 suficiente para estabiliz\u00e1-la.<\/p>\n
Mas a segunda camada eletr\u00f4nica, que se estabiliza com oito el\u00e9trons, tem apenas quatro. Isso significa que o carbono est\u00e1 sempre \u201cdisposto\u201d a compartilhar dois pares de el\u00e9trons, ou seja, ele tem val\u00eancia 4: \u00e9 tetravalente.<\/p>\n
Os \u00e1tomos de carbono comumente compensam os quatro el\u00e9trons que faltam em sua \u00faltima camada eletr\u00f4nica, compartilhando seus el\u00e9trons com os de outros \u00e1tomos, at\u00e9 completar oito el\u00e9trons nessa camada.<\/p>\n
Isso representa uma tend\u00eancia \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de mol\u00e9culas longas, pois um \u00e1tomo de carbono pode se ligar a at\u00e9 quatro outros \u00e1tomos, incluindo de carbono.<\/p>\n
Quando os \u00e1tomos de carbono se ligam a quatro \u00e1tomos de hidrog\u00eanio, por exemplo, todos se estabilizam. Veja as figura abaixo \u00e9 assim que se forma a mol\u00e9cula de metano (CH4 ).<\/p>\nDuas maneiras de representar a mol\u00e9cula de metano. Observe o \u00e1tomo central de carbono e quatro \u00e1tomos de hidrog\u00eanio ao seu redor.<\/figcaption><\/figure>\nUm \u00e1tomo de carbono pode formar liga\u00e7\u00f5es covalentes com outros \u00e1tomos de carbono. O esquema da figura abaixo exemplifica as tr\u00eas situa\u00e7\u00f5es poss\u00edveis.<\/p>\n\u00c1tomos de carbono podem se ligar em diferentes arranjos<\/figcaption><\/figure>\nNas liga\u00e7\u00f5es covalentes, os \u00e1tomos de carbono podem se ligar a outros \u00e1tomos de carbono em diferentes arranjos: compartilhando apenas um el\u00e9tron (liga\u00e7\u00e3o simples), dois el\u00e9trons (liga\u00e7\u00e3o dupla), ou at\u00e9 mesmo tr\u00eas el\u00e9trons (liga\u00e7\u00e3o tripla).<\/p>\n
Essa capacidade de os \u00e1tomos de carbono formarem liga\u00e7\u00f5es covalentes com outros \u00e1tomos, incluindo de carbono, explica sua grande versatilidade para a forma\u00e7\u00e3o de estruturas moleculares.<\/p>\n
Isso possibilita a exist\u00eancia do grande n\u00famero de mol\u00e9culas diferentes, indispens\u00e1veis aos organismos vivos.<\/p>\n
\u00c1tomos de carbono que compartilham el\u00e9trons com \u00e1tomos de hidrog\u00eanio tendem a se unir e formar um conjunto, como se fossem vag\u00f5es de um trem<\/p>\n
Um \u00e1tomo de carbono compartilhando el\u00e9trons com \u00e1tomos de hidrog\u00eanio e carbono, um de cada lado, estar\u00e1 estabilizado.<\/p>\n
O problema dos \u00e1tomos que funcionam como \u201cvag\u00f5es do meio do trem\u201d est\u00e1 resolvido, ou seja, eles est\u00e3o est\u00e1veis.<\/p>\n
No entanto, restam os \u00e1tomos de carbono das duas pontas, isto \u00e9, os \u00e1tomos de carbono que t\u00eam parceiro apenas de um dos lados.<\/p>\n
Esses \u00e1tomos de carbono s\u00e3o especiais e, por isso, recebem uma designa\u00e7\u00e3o distintiva, como \u201calfa\u201d e \u201c\u00f4mega\u201d \u2013 o primeiro e o \u00faltimo da cadeia, tenha ela quantos \u00e1tomos tiver.<\/p>\nO \u00e1cido oleico \u00e9 uma mol\u00e9cula composta de dezoito \u00e1tomos de carbono. O carbono da esquerda, ligado a dois \u00e1tomos de oxig\u00eanio, \u00e9 denominado carbono alfa. Na outra extremidade da mol\u00e9cula encontra-se o carbono \u00f4mega, ligado a tr\u00eas \u00e1tomos de hidrog\u00eanio. Como essa mol\u00e9cula tem uma liga\u00e7\u00e3o covalente dupla no nono carbono a partir do \u00faltimo, \u00e9 tamb\u00e9m denominada \u00f4mega-9.<\/figcaption><\/figure>\nTrata-se do \u00e1cido oleico<\/strong>, cuja mol\u00e9cula n\u00e3o \u00e9 retil\u00ednea, devido a uma liga\u00e7\u00e3o covalente dupla no nono carbono da cadeia. Tal caracter\u00edstica confere uma s\u00e9rie de propriedades a outras estruturas, como veremos adiante.<\/p>\nEssa subst\u00e2ncia \u00e9 um \u00e1cido graxo \u00f4mega-9, ou seja, o \u201ccotovelo\u201d de sua mol\u00e9cula est\u00e1 no nono carbono a partir do carbono \u00f4mega. Isso explica a facilidade do carbono em formar cadeias lineares longas.<\/p>\n
Os \u00e1tomos de carbono das extremidades \u201cprocuram\u201d se estabilizar de diversas formas; por exemplo, combinando-se com \u00e1tomos de hidrog\u00eanio.<\/p>\n
Um modo de estabilizar todos os \u00e1tomos de carbono em uma cadeia longa pode ser a forma\u00e7\u00e3o de uma dobra, dando \u00e0 mol\u00e9cula o aspecto de anel.<\/p>\n
A mesma cadeia representada pode se estabilizar ao formar um anel. Esses an\u00e9is resolvem o problema de estabilidade dos \u00e1tomos de carbono em certas situa\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
\u00c9 poss\u00edvel perceber como a Geometria molecular \u00e9 importante na Qu\u00edmica org\u00e2nica. Adiante voc\u00ea conhecer\u00e1 tr\u00eas a\u00e7\u00facares com mesma f\u00f3rmula qu\u00edmica, mas que formam subst\u00e2ncias diferentes por causa de diferen\u00e7as em sua geometria molecular.<\/p>\n
Os compostos org\u00e2nicos moleculares que s\u00e3o important\u00edssimos para todos os seres vivos conhecidos s\u00e3o, por isso, denominadas biomol\u00e9culas<\/strong>.<\/p>\n