{"id":12834,"date":"2019-03-19T02:41:51","date_gmt":"2019-03-19T02:41:51","guid":{"rendered":"https:\/\/planetabiologia.com\/?p=12834"},"modified":"2022-11-23T00:49:58","modified_gmt":"2022-11-23T00:49:58","slug":"o-que-e-carboidrato","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/planetabiologia.com\/o-que-e-carboidrato\/","title":{"rendered":"O que \u00e9 carboidrato: caracter\u00edsticas, principais tipos"},"content":{"rendered":"

Os carboidratos<\/strong> tamb\u00e9m denominados sacar\u00eddeos<\/strong> ou glic\u00eddios <\/strong>e\u00a0formam uma classe de subst\u00e2ncias muito encontradas nas c\u00e9lulas. Eles participam de rea\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas que fornecem energia para os organismos, al\u00e9m de terem muitos outros usos.<\/p>\n

Quando t\u00eam sabor doce, s\u00e3o chamados a\u00e7\u00facares. Seu nome prov\u00e9m da rela\u00e7\u00e3o de carbono<\/strong><\/a> e \u00e1gua, que os qu\u00edmicos representam como (CH2O)n; ou seja, as mol\u00e9culas t\u00eam uma propor\u00e7\u00e3o de um \u00e1tomo de carbono para dois de hidrog\u00eanio e um de oxig\u00eanio, que se repete v\u00e1rias vezes.<\/p>\n

Eles podem estar organizados em mol\u00e9culas isoladas, os monossacar\u00eddeos<\/strong> (a\u00e7\u00facares simples), em agrupamentos, como duas mol\u00e9culas unidas, quando s\u00e3o denominados dissacar\u00eddeos<\/strong> (incluindo a\u00e7\u00facares como a sacarose), ou ainda, em longas cadeias, os polissacar\u00eddeos.<\/p>\n

Os monossacar\u00eddeos s\u00e3o sempre sol\u00faveis em \u00e1gua, embora alguns mais do que outros, enquanto os polissacar\u00eddeos<\/strong> s\u00e3o geralmente insol\u00faveis e n\u00e3o t\u00eam sabor doce (e portanto n\u00e3o s\u00e3o considerados a\u00e7\u00facares, apenas carboidratos).<\/p>\n

Os monossacar\u00eddeos com cinco carbonos em sua mol\u00e9cula s\u00e3o denominados pentoses<\/strong> (o prefixo penta significa \u2018cinco\u2019); os com seis carbonos s\u00e3o denominados hexoses (o prefixo hex significa \u2018seis\u2019).<\/p>\n

Os exemplos de hexoses<\/strong> mais conhecidos s\u00e3o a glicose e a frutose. O mel de abelhas \u00e9 uma mistura dessas duas hexoses.<\/p>\n

O a\u00e7\u00facar de cana \u00e9 a sacarose. Trata-se de um dissacar\u00eddeo cuja mol\u00e9cula \u00e9 formada a partir da uni\u00e3o da glicose e da frutose.<\/p>\n

Embora existam carboidratos em todos os seres vivos, podemos dizer que os carboidratos s\u00e3o a base das plantas, pois a glicose \u00e9 a unidade b\u00e1sica para a s\u00edntese da celulose, a subst\u00e2ncia estrutural dos vegetais.<\/p>\n

Enquanto os animais, sobretudo os vertebrados<\/strong><\/a>, t\u00eam muitas prote\u00ednas, pois o movimento deriva da a\u00e7\u00e3o de prote\u00ednas<\/strong><\/a> dos m\u00fasculos, os vegetais t\u00eam muitos carboidratos, como \u00e9 o caso da celulose, um pol\u00edmero de glicose.<\/p>\n

Monossacar\u00eddeos<\/h2>\n

Os carboidratos podem constituir mol\u00e9culas muito longas, por causa do tipo de liga\u00e7\u00e3o qu\u00edmica que pode se formar entre mol\u00e9culas simples. Essas grandes mol\u00e9culas s\u00e3o repetitivas, ou seja, resultam de acr\u00e9scimo de um mesmo tipo de res\u00edduo.<\/p>\n

Compostos desse tipo s\u00e3o chamados pol\u00edmeros e as unidades que os comp\u00f5em s\u00e3o chamadas mon\u00f4meros. No caso dos sacar\u00eddeos, essas unidades simples monom\u00e9ricas s\u00e3o denominadas monossacar\u00eddeos.<\/p>\n

A glicose \u00e9 um monossacar\u00eddeo de grande ocorr\u00eancia nos seres vivos e a mol\u00e9cula b\u00e1sica de muitos pol\u00edmeros<\/strong>.<\/p>\n

Quando se encontra em p\u00f3, tem uma mol\u00e9cula que pode ser representada como na. J\u00e1 quando se encontra no interior das c\u00e9lulas, ou no sangue, ou, de qualquer forma, em uma solu\u00e7\u00e3o aquosa, a mol\u00e9cula da glicose<\/strong> formar\u00e1 um anel (ou seja, uma cadeia c\u00edclica), como voc\u00ea pode ver na, em duas formas diferentes de representar a mol\u00e9cula.<\/p>\n

\"Glicose\"
A glicose tem seis \u00e1tomos de carbono em sua mol\u00e9cula; por isso \u00e9 uma hexose, de f\u00f3rmula molecular C6H12O6. As duas representa\u00e7\u00f5es mostram a mol\u00e9cula em sua disposi\u00e7\u00e3o linear. A representa\u00e7\u00e3o ao lado, \u00e0 direita, evidencia a disposi\u00e7\u00e3o dos \u00e1tomos. Observe o paralelismo das representa\u00e7\u00f5es e veja como se repete v\u00e1rias vezes a sequ\u00eancia H\u2013C\u2013OH, ou seja, (CH2O)n.<\/figcaption><\/figure>\n

Ao ver as duas imagens da, podemos entender a raz\u00e3o de muitos bioqu\u00edmicos representarem a glicose da forma mostrada na. Podemos simplificar mais ainda: basta representar a glicose como um simples hex\u00e1gono.<\/p>\n

Outra hexose muito importante, principalmente para os mam\u00edferos, \u00e9 a galactose<\/strong>. Sua f\u00f3rmula molecular \u00e9 igual \u00e0 da glicose e sua geometria molecular \u00e9 muito parecida.<\/p>\n

Observe as mol\u00e9culas de glicose e galactose na. Outra hexose muito comum \u00e9 a frutose. Seu nome vem do fato de ela ser facilmente encontrada em frutas, como a uva.<\/p>\n

\"
Representa\u00e7\u00f5es de mol\u00e9culas de glicose e de galactose. Veja como n\u00e3o h\u00e1 diferen\u00e7a na quantidade e no tipo de \u00e1tomos que fazem parte das mol\u00e9culas. Observe a posi\u00e7\u00e3o dos \u00e1tomos ligados ao carbono 4 das mol\u00e9culas e perceba como essa \u00e9 a \u00fanica diferen\u00e7a entre elas<\/figcaption><\/figure>\n

Veja, nas, duas representa\u00e7\u00f5es da mol\u00e9cula de frutose. A glicose e a frutose s\u00e3o monossacar\u00eddeos muito importantes como \u201ccombust\u00edveis\u201d para as c\u00e9lulas.<\/p>\n

H\u00e1 ainda outros monossacar\u00eddeos importantes para os seres vivos. A ribose<\/strong>, por exemplo, \u00e9 uma pentose que faz parte dos processos de transmiss\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es heredit\u00e1rias e dos processos de transfer\u00eancia de energia.<\/p>\n

Outra pentose<\/strong> muito parecida com a ribose \u00e9 a desoxirribose. Nela, o carbono 2 n\u00e3o est\u00e1 ligado a um \u00e1tomo de oxig\u00eanio, da\u00ed o prefixo \u201cdesoxi\u201d.<\/p>\n

Adiante, ao estudar os \u00e1cidos nucleicos, veremos a import\u00e2ncia da ribose e da desoxirribose para a hereditariedade.<\/p>\n

Dissacar\u00eddeos<\/h2>\n

Os monossacar\u00eddeos podem se combinar formando dissacar\u00eddeos<\/strong>. Um dissacar\u00eddeo comum \u00e9 a maltose<\/strong>, resultado da uni\u00e3o de duas mol\u00e9culas de glicose. A liga\u00e7\u00e3o entre as duas mol\u00e9culas \u00e9 chamada liga\u00e7\u00e3o glicos\u00eddica<\/strong>, que, nesse dissacar\u00eddeo, envolve o carbono 1 (ou alfa) de uma mol\u00e9cula e o carbono 4 da outra.<\/p>\n

A liga\u00e7\u00e3o glicos\u00eddica da maltose \u00e9 facilmente rompida, o que a torna de f\u00e1cil digest\u00e3o. Uma mol\u00e9cula de maltose pode ser representada como se v\u00ea na abaixo.<\/p>\n

\"liga\u00e7\u00e3o
Duas representa\u00e7\u00f5es da mol\u00e9cula de maltose, um dissacar\u00eddeo formado pela uni\u00e3o de duas mol\u00e9culas de glicose por meio de uma liga\u00e7\u00e3o glicos\u00eddica.<\/figcaption><\/figure>\n

Um dissacar\u00eddeo muito comum, em especial no Brasil, \u00e9 a sacarose, presente na cana-de-a\u00e7\u00facar. Sua mol\u00e9cula associa duas hexoses, a glicose e a frutose.<\/p>\n

Embora as duas mol\u00e9culas sejam compostas das mesmas quantidades e tipos de \u00e1tomos \u2013 portanto, t\u00eam a mesma f\u00f3rmula molecular, C6H12O6. \u2013, a frutose<\/strong>, que forma um anel pentagonal, fica ligada de maneira angulosa ao anel hexagonal da mol\u00e9cula de glicose.<\/p>\n

A liga\u00e7\u00e3o glicos\u00eddica da sacarose difere daquela da maltose, e \u00e9 muito est\u00e1vel. Uma solu\u00e7\u00e3o aquosa, est\u00e9ril e neutra de sacarose permanece est\u00e1vel por v\u00e1rios anos.<\/p>\n

Isso explica uma das utiliza\u00e7\u00f5es da sacarose, como conservante (em compotas). Em meio \u00e1cido, por\u00e9m, a estabilidade da liga\u00e7\u00e3o diminui muito e a rea\u00e7\u00e3o glicos\u00eddica da sacarose se desfaz com facilidade.<\/p>\n

A sacarose<\/strong> \u00e9 insumo b\u00e1sico da ind\u00fastria sucroalcooleira, na produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7\u00facar comum e \u00e1lcool. Na produ\u00e7\u00e3o de \u00e1lcool combust\u00edvel adiciona-se um \u00e1cido forte, como o \u00e1cido sulf\u00farico, de maneira a acelerar a produ\u00e7\u00e3o de glicose e frutose, que s\u00e3o fermentadas por microrganismos<\/strong><\/a>.<\/p>\n

Existem outros dissacar\u00eddeos muito importantes, entre eles a lactose, que se forma a partir da uni\u00e3o de uma mol\u00e9cula de glicose e outra hexose, a galactose.<\/p>\n

A lactose \u00e9 o a\u00e7\u00facar presente no leite, portanto de grande import\u00e2ncia para os mam\u00edferos. Observe a figura abaixo.<\/p>\n

\"lactose\"
A lactose, de f\u00f3rmula molecular C12H22O11, \u00e9 um dissacar\u00eddeo formado pela reuni\u00e3o de duas hexoses, a glicose e a galactose<\/figcaption><\/figure>\n

Polissacar\u00eddeos<\/h2>\n

Os polissacar\u00eddeos<\/strong> s\u00e3o pol\u00edmeros formados pela uni\u00e3o de muitos monossacar\u00eddeos. O amido das batatas e da farinha de trigo \u00e9 um exemplo de polissacar\u00eddeo, formado a partir da reuni\u00e3o de muitas unidades de glicose. O amido s\u00f3 est\u00e1 presente em plantas e algas.<\/p>\n

O glicog\u00eanio<\/strong><\/a> \u00e9 outro exemplo de pol\u00edmero de glicose, mas esse polissacar\u00eddeo \u00e9 encontrado apenas em animais, no f\u00edgado e nos m\u00fasculos.<\/p>\n

Muitas unidades de glicose ligadas de maneira linear por uma mesma liga\u00e7\u00e3o glicos\u00eddica formam um amido denominado amilase.<\/p>\n

A liga\u00e7\u00e3o entre as mol\u00e9culas ocorre entre o carbono 4 de uma mol\u00e9cula e o carbono 1 da outra; a mesma liga\u00e7\u00e3o que ocorre na maltose (liga\u00e7\u00e3o glicos\u00eddica alfa 1-4).<\/p>\n

A amilase<\/strong> \u00e9 muito utilizada na alimenta\u00e7\u00e3o humana e tem a propriedade de formar um gel quando aquecida em \u00e1gua.<\/p>\n

Sua longa mol\u00e9cula toma formato espiralado e, coincidentemente, forma um encaixe perfeito para as part\u00edculas de iodo. Isso explica a cor azul que aparece quando se adiciona uma solu\u00e7\u00e3o de iodo a um meio com amido. Observe a figura abaixo.<\/p>\n

\"mol\u00e9culas
Duas maneiras de representar a amilose, uma longa mol\u00e9cula formada pela uni\u00e3o de mol\u00e9culas de glicose<\/figcaption><\/figure>\n

Outra forma de amido \u00e9 a amilopectina<\/strong>, de mol\u00e9cula muito maior e n\u00e3o linear, mas ramificada, da qual a farinha de trigo \u00e9 rica fonte.<\/p>\n

Essas mol\u00e9culas polim\u00e9ricas podem ter muitos milhares de unidades de glicose ligadas entre si, adquirindo uma forma esf\u00e9rica, toda ramificada, com 24 a 30 mol\u00e9culas de glicose em cada ramo.<\/p>\n

O glicog\u00eanio dos animais se assemelha \u00e0 amilopectina; por\u00e9m, embora seus ramos sejam mais curtos (com 8 a 12 unidades de glicose), o n\u00famero total de unidades de glicose \u00e9 bem maior. para muitos organismos, os polissacar\u00eddeos t\u00eam fun\u00e7\u00e3o estrutural, ou seja, s\u00e3o blocos de constru\u00e7\u00e3o do organismo. Um exemplo \u00e9 a celulose nos vegetais.<\/p>\n

Ela \u00e9 formada a partir da uni\u00e3o de mol\u00e9culas de glicose, mas com uma liga\u00e7\u00e3o glicos\u00eddica ligeiramente diferente das que vimos at\u00e9 aqui.<\/p>\n

Compare as representa\u00e7\u00f5es das mol\u00e9culas de amilose e de celulose. Observe como a orienta\u00e7\u00e3o dos mon\u00f4meros de glicose \u00e9 diferente nas duas mol\u00e9culas.<\/p>\n

A liga\u00e7\u00e3o glicos\u00eddica da celulose<\/strong> \u00e9 muito est\u00e1vel e poucos seres vivos conseguem romp\u00ea-la. A mol\u00e9cula de celulose \u00e9 linear e forma fibras longil\u00edneas, com liga\u00e7\u00f5es de hidrog\u00eanio entre as cadeias moleculares. Isso lhe confere grande resist\u00eancia e impermeabilidade \u00e0 \u00e1gua.<\/p>\n

Al\u00e9m da celulose, outro polissacar\u00eddeo com fun\u00e7\u00e3o estrutural \u00e9 a quitina, que forma o exoesqueleto de artr\u00f3podes, como os insetos e crust\u00e1ceos (camar\u00f5es e caranguejos).<\/p>\n

\u00c9 encontrada tamb\u00e9m em fungos. A quitina \u00e9 um pol\u00edmero de glucosamina, um sacar\u00eddeo de seis carbonos, com um grupo amina (NH2 ) na mol\u00e9cula.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Os carboidratos tamb\u00e9m denominados sacar\u00eddeos ou glic\u00eddios e\u00a0formam uma classe de subst\u00e2ncias muito encontradas nas c\u00e9lulas. Eles participam de rea\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas que fornecem energia para os organismos, al\u00e9m de terem muitos outros usos. Quando t\u00eam sabor doce, s\u00e3o chamados a\u00e7\u00facares. Seu nome prov\u00e9m da rela\u00e7\u00e3o de carbono e \u00e1gua, que os qu\u00edmicos representam como (CH2O)n; …<\/p>\n","protected":false},"author":8,"featured_media":15228,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[38,50],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12834"}],"collection":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/8"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=12834"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12834\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":13006,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12834\/revisions\/13006"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/15228"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=12834"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=12834"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=12834"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}