{"id":13276,"date":"2019-07-04T08:00:32","date_gmt":"2019-07-04T08:00:32","guid":{"rendered":"https:\/\/planetabiologia.com\/?p=13276"},"modified":"2022-11-23T17:31:13","modified_gmt":"2022-11-23T17:31:13","slug":"funcao-do-citoesqueleto-movimento-celular","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/planetabiologia.com\/funcao-do-citoesqueleto-movimento-celular\/","title":{"rendered":"Fun\u00e7\u00e3o do Citoesqueleto e Movimento Celular"},"content":{"rendered":"

O citoesqueleto eucari\u00f3tico \u00e9 uma rede de filamentos longos, feitos a partir da montagem e desmontagem repetitiva de componentes din\u00e2micos de prote\u00ednas. Os sistemas de filamentos prim\u00e1rios que comp\u00f5em o citoesqueleto s\u00e3o microt\u00fabulos, filamentos de actina e filamentos intermedi\u00e1rios.<\/p>\n

Ele cria uma arquitetura interna para dar a uma c\u00e9lula sua forma por meio de elaborada(s) liga\u00e7\u00e3o(\u00f5es) a si mesma, a membrana celular e organelas internas.<\/p>\n

\u00c9 comum pensar que as organelas<\/strong><\/a> da c\u00e9lula est\u00e3o soltas, navegando no citoplasma. No entanto, uma c\u00e9lula se parece com um pr\u00e9dio em constru\u00e7\u00e3o, cheio de escoras e cabos sustentando estruturas e movimentando organelas sempre ligadas a uma estrutura interna.<\/p>\n

Microt\u00fabulos do citoesqueleto<\/h2>\n

O citoesqueleto d\u00e1 forma e sustenta\u00e7\u00e3o \u00e0 c\u00e9lula, organiza as organelas e facilita o transporte de mol\u00e9culas, divis\u00e3o celular<\/strong><\/a> e sinaliza\u00e7\u00e3o celular.<\/p>\n

Observe, na figura abaixo, uma c\u00e9lula humana (fibroblasto). Ela foi cultivada em um meio de cultura contendo anticorpos, os quais se ligaram a um tipo de prote\u00edna que forma o citoesqueleto da c\u00e9lula.<\/p>\n

\"citoesqueleto
Uma c\u00e9lula humana em cultura, vista ao microsc\u00f3pio \u00f3ptico. Os microt\u00fabulos que aparecem em verde s\u00e3o formados por prote\u00ednas, respons\u00e1veis pela forma da c\u00e9lula e pelo movimento interno de organelas, em especial durante a divis\u00e3o celular. O n\u00facleo aparece em azul e mede cerca de 41 \u03bcm em seu maior di\u00e2metro.<\/figcaption><\/figure>\n

Posteriormente, uma subst\u00e2ncia fluorescente se ligou aos anticorpos, e a observa\u00e7\u00e3o da c\u00e9lula, submetida a uma luz especial, permitiu registrar essa imagem. Essa t\u00e9cnica \u00e9 chamada imunoensaio de fluoresc\u00eancia. Perceba os filamentos que se destacam em verde. O di\u00e2metro da c\u00e9lula encontra-se muito aumentado pelas diversas subst\u00e2ncias aderidas aos filamentos, mas a imagem permite perceber como ela tem um verdadeiro esqueleto em seu interior.<\/p>\n

\"Fotomicrografias
Fotomicrografias ao microsc\u00f3pio \u00f3ptico de tecido da gl\u00e2ndula mam\u00e1ria humana tratado com anticorpos monoclonais. Esses anticorpos ligam-se a ant\u00edgenos produzidos por c\u00e9lulas cancer\u00edgenas, colorindo-as de marrom. Amplia\u00e7\u00e3o de cerca de 300 vezes.<\/figcaption><\/figure>\n

O citoesqueleto \u00e9 composto de microt\u00fabulos que se ligam \u00e0 membrana e \u00e0s organelas internas e mant\u00eam controle sobre a forma da c\u00e9lula. A movimenta\u00e7\u00e3o das organelas internas do citoplasma<\/a>, muito pequenas para aparecer na imagem, depende do encurtamento ou do alongamento dos microt\u00fabulos. Na divis\u00e3o celular, esses microt\u00fabulos s\u00e3o respons\u00e1veis pela movimenta\u00e7\u00e3o e reparti\u00e7\u00e3o de cromossomos e organelas.<\/p>\n

Movimento celular<\/h2>\n

Al\u00e9m de conferir sustenta\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica \u00e0 c\u00e9lula, o citoesquetelo \u00e9 respons\u00e1vel por diversos movimentos internos, promovidos por elementos citoplasm\u00e1ticos, normalmente de dimens\u00f5es diminutas, que est\u00e3o aderidos a estruturas filamentosas. A fun\u00e7\u00e3o dos filamentos varia conforme a estrutura apresentada por eles.<\/p>\n

Na imagem abaixo, obtida por uma t\u00e9cnica de microscopia \u00f3ptica<\/strong> desenvolvida recentemente, vemos microt\u00fabulos, estruturas formadas por pequenas unidades em organiza\u00e7\u00e3o espiral, com di\u00e2metro de 25 nan\u00f4metros (nm). Os microt\u00fabulos s\u00e3o estruturas relativamente r\u00edgidas presentes no interior das c\u00e9lulas, mas que se projetam para fora, formando o esqueleto interno de c\u00edlios e flagelos.<\/p>\n

\"microt\u00fabulos
T\u00e9cnica especial de microscopia \u00f3ptica que permite visualizar pequenas bolsas de enzimas (em vermelho) sendo movimentadas no citoplasma, aderidas a microt\u00fabulos do citoesqueleto (em verde, di\u00e2metro de 25 nm).<\/figcaption><\/figure>\n

Observe, na figura abaixo, o corte transversal de uma cauda de espermatozoide humano e veja as estruturas tubulares em seu interior. Imagem da cauda de espermatozoide humano obtida em microsc\u00f3pio eletr\u00f4nico de transmiss\u00e3o. O corte transversal evidencia os microt\u00fabulos no interior da cauda, formados por unidades da prote\u00edna globular denominada tubulina. Cada microt\u00fabulo tem 25 nan\u00f4metros de di\u00e2metro e \u00e9 longo, apresentando de 10 \u03bcm a 200 \u03bcm de comprimento. No detalhe \u00e0 direita, imagem ampliada de uma unidade tubular, com um eixo central formado por duas colunas e rodeado por nove conjuntos tubulares duplos. As unidades de tubulina s\u00e3o vis\u00edveis em cada microt\u00fabulo.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

A globulina, prote\u00edna que forma os microt\u00fabulos, empilha-se em forma espiral, formando uma estrutura parecida com um canudo de refrigerante com o interior vazio. Isso d\u00e1 grande resist\u00eancia mec\u00e2nica ao conjunto. Observe, na figura, o detalhe de uma unidade formada por dois microt\u00fabulos centrais e nove unidades perif\u00e9ricas. O deslocamento coordenado dessas unidades tubulares produz o movimento t\u00edpico da cauda e o deslocamento do espermatozoide.<\/p>\n

Diversidade de filamentos<\/h2>\n

As c\u00e9lulas da superf\u00edcie dos br\u00f4nquios, estruturas do sistema respirat\u00f3rio, apresentam c\u00edlios com uma estrutura interna parecida com a da cauda dos espermatozoides.<\/p>\n

Al\u00e9m de microt\u00fabulos, as c\u00e9lulas t\u00eam fibras mais delgadas e algumas delas s\u00e3o muito importantes nos movimentos celulares. Elas s\u00e3o chamadas microfilamentos e compostas de actina, uma prote\u00edna muito particular. Os microfilamentos s\u00e3o quase tr\u00eas vezes mais delgados do que os microt\u00fabulos, tendo cerca de 7 nan\u00f4metros de di\u00e2metro.<\/p>\n

\"C\u00e9lula
C\u00e9lula de rim de mam\u00edfero ao microsc\u00f3pio \u00f3ptico, com colora\u00e7\u00e3o especial em verde para microt\u00fabulos e vermelho para microfi lamentos (fi bras de actina). N\u00facleo com 40 \u03bcm em seu di\u00e2metro maior<\/figcaption><\/figure>\n

A imagem da figura acima mostra uma c\u00e9lula de rim de um pequeno roedor de zonas \u00e1ridas da Am\u00e9rica do Norte. Como ele vive praticamente sem beber \u00e1gua, seu rim \u00e9 objeto de muitos estudos. A c\u00e9lula foi tratada com anticorpos que ressaltam os microt\u00fabulos em verde e os microfilamentos em vermelho.<\/p>\n

Como vimos, esses filamentos s\u00e3o pol\u00edmeros de actina, uma prote\u00edna que participa dos movimentos celulares. Ela consegue interagir com outras prote\u00ednas e promover movimentos celulares de maneira muito din\u00e2mica. Al\u00e9m disso, a actina resiste \u00e0 tra\u00e7\u00e3o, sendo utilizada para manter o formato de c\u00e9lulas. Est\u00e1 presente em grande quantidade e disposta de maneira linear em c\u00e9lulas musculares (mi\u00f3citos), onde desempenha outras fun\u00e7\u00f5es, mas ocorre tamb\u00e9m nas demais c\u00e9lulas do corpo humano.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O citoesqueleto eucari\u00f3tico \u00e9 uma rede de filamentos longos, feitos a partir da montagem e desmontagem repetitiva de componentes din\u00e2micos de prote\u00ednas. Os sistemas de filamentos prim\u00e1rios que comp\u00f5em o citoesqueleto s\u00e3o microt\u00fabulos, filamentos de actina e filamentos intermedi\u00e1rios. Ele cria uma arquitetura interna para dar a uma c\u00e9lula sua forma por meio de elaborada(s) …<\/p>\n","protected":false},"author":3,"featured_media":15312,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[38,50,77],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13276"}],"collection":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13276"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13276\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":14353,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13276\/revisions\/14353"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/15312"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13276"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13276"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13276"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}