{"id":13374,"date":"2015-05-12T10:00:23","date_gmt":"2015-05-12T10:00:23","guid":{"rendered":"https:\/\/planetabiologia.com\/?p=13374"},"modified":"2022-11-25T12:58:48","modified_gmt":"2022-11-25T12:58:48","slug":"sintese-de-proteinas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/planetabiologia.com\/sintese-de-proteinas\/","title":{"rendered":"S\u00edntese de prote\u00ednas – Entenda como as prote\u00ednas s\u00e3o fabricadas"},"content":{"rendered":"

A s\u00edntese de prote\u00ednas<\/strong> \u00e9\u00a0o processo no qual as c\u00e9lulas produzem prote\u00ednas.\u00a0Ocorre em duas etapas: transcri\u00e7\u00e3o<\/strong> e tradu\u00e7\u00e3o<\/strong>.\u00a0A transcri\u00e7\u00e3o \u00e9 a transfer\u00eancia de instru\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas no DNA para o mRNA no n\u00facleo.\u00a0Inclui tr\u00eas etapas: inicia\u00e7\u00e3o, alongamento e termina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A atividade celular dos eucariotos varia entre dois estados t\u00edpicos. Em um deles, a fabrica\u00e7\u00e3o de prote\u00ednas \u00e9 intensa, e o n\u00facleo pode ser claramente observado.<\/p>\n

Em seu interior podem ser vistas regi\u00f5es que s\u00e3o coradas de maneira diferente, os nucl\u00e9olos. Algumas c\u00e9lulas, dependendo de seu metabolismo, t\u00eam apenas um nucl\u00e9olo evidente em seu n\u00facleo, mas outras t\u00eam muitos deles.<\/p>\n

\"Fotomicrografi
Fotomicrografia utilizando microscopia confocal a laser de c\u00e9lula em interfase. Os corantes adicionados \u00e0 prepara\u00e7\u00e3o destacam o n\u00facleo (azul-arroxeado) e os nucl\u00e9olos (lil\u00e1s), al\u00e9m dos microt\u00fabulos do citoesqueleto (amarelo- -esverdeado). N\u00facleo com 10 \u00b5m de di\u00e2metro.<\/figcaption><\/figure>\n

Em dado momento, a atividade no citoplasma diminui e s\u00e3o observadas mudan\u00e7as no n\u00facleo, e seus nucl\u00e9olos desaparecem. Surgem estruturas em forma de bast\u00e3o \u2013 os cromossomos condensados \u2013 e o envolt\u00f3rio nuclear desaparece. Este segundo estado corresponde ao per\u00edodo de divis\u00e3o celular.<\/p>\n

Vamos iniciar esta aula estudando a s\u00edntese de prote\u00ednas. Muitas dessas subst\u00e2ncias, como vimos, al\u00e9m de apresentarem fun\u00e7\u00e3o estrutural, t\u00eam tamb\u00e9m propriedades funcionais. As enzimas s\u00e3o prote\u00ednas espec\u00edficas que controlam praticamente todas as rea\u00e7\u00f5es metab\u00f3licas celulares. Participam da s\u00edntese de prote\u00ednas o DNA<\/strong><\/a> e tr\u00eas tipos de RNA, que ser\u00e3o apresentados a seguir: o RNA riboss\u00f4mico, o RNA mensageiro e o RNA transportador.<\/p>\n

No nucl\u00e9olo<\/strong><\/a> \u00e9 produzido um tipo de \u00e1cido nucleico chamado RNA riboss\u00f4mico (RNAr). Ele \u00e9 sintetizado a partir do DNA, composto por diferentes segmentos, que se entrela\u00e7am assumindo uma conforma\u00e7\u00e3o tridimensional muito espec\u00edfica. Se cada segmento tivesse uma cor diferente, o RNAr seria multicolorido.<\/p>\n

\"Modelo
Modelo molecular de RNA riboss\u00f4mico (RNAr) no qual as cores (fantasia) indicam os diferentes segmentos.<\/figcaption><\/figure>\n

A geometria molecular do RNAr \u00e9 muito importante e determina sua atua\u00e7\u00e3o na c\u00e9lula. O fato de o RNAr variar pouco entre diferentes seres vivos \u00e9 interpretado como uma prova valiosa da rela\u00e7\u00e3o de parentesco entre os diferentes organismos.<\/p>\n

Os RNAr unem-se a prote\u00ednas e formam os ribossomos, estruturas que atuam na montagem de novas prote\u00ednas no citoplasma. Para tanto, eles precisam de uma \u201creceita\u201d, ou seja, de uma mensagem que contenha a identidade e a sequ\u00eancia de amino\u00e1cidos a serem ligados.<\/p>\n

A mensagem para a produ\u00e7\u00e3o de prote\u00ednas est\u00e1 contida no DNA. Nos eucariotos esse \u00e1cido nucleico est\u00e1 no interior do n\u00facleo e a maquinaria de fabrica\u00e7\u00e3o de prote\u00ednas est\u00e1 no citoplasma. Assim, \u00e9 preciso que um mensageiro leve a informa\u00e7\u00e3o do DNA at\u00e9 o ribossomo. Isso explica o nome do RNA mensageiro (RNAm), respons\u00e1vel por executar essa fun\u00e7\u00e3o. A transfer\u00eancia da informa\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica do DNA para o RNAm \u00e9 chamada transcri\u00e7\u00e3o e a leitura da mensagem presente no RNAm recebe o nome de tradu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\"<\/p>\n

O esquema acima mostra as etapas de transcri\u00e7\u00e3o e tradu\u00e7\u00e3o em eucariotos: no n\u00facleo, a informa\u00e7\u00e3o para a confec\u00e7\u00e3o de uma prote\u00edna passa da fita-molde do DNA para o RNA mensageiro (RNAm), caracterizando a transcri\u00e7\u00e3o; no citoplasma \u00e9 feita a tradu\u00e7\u00e3o, isto \u00e9, a leitura da mensagem do RNAm, em intera\u00e7\u00e3o com os ribossomos, onde ocorre a fabrica\u00e7\u00e3o das prote\u00ednas.<\/p>\n

Transcri\u00e7\u00e3o<\/h2>\n

Transcri\u00e7\u00e3o \u00e9 o processo pelo qual o DNA \u00e9 copiado para o RNA. <\/b>Esse processo, que ocorre no n\u00facleo, o pareamento das bases nitrogenadas \u00e9 desfeito em um pequeno trecho do DNA e uma das fitas, a chamada fita-molde, \u00e9 utilizada para confeccionar uma fita simples de RNA.<\/p>\n

Conforme ocorre a separa\u00e7\u00e3o das cadeias de DNA, ribonucleot\u00eddeos<\/strong> livres ligam-se \u00e0s bases nitrogenadas da fita-molde, formando a mol\u00e9cula de RNA. Isso \u00e9 feito com as bases nitrogenadas complementares, que n\u00e3o s\u00e3o id\u00eanticas nos dois \u00e1cidos nucleicos.<\/p>\n

Os ribossomos dos eucariotos s\u00e3o muito maiores do que os ribossomos dos procariotos. Os ribossomos das c\u00e9lulas com n\u00facleo organizado em massa molecular de 4 200 kDa (a unidade dalton se refere \u00e0 massa at\u00f4mica e corresponde a 1\/12 da massa do carbono 12), isto \u00e9, aproximadamente a massa de 4,5 milh\u00f5es de \u00e1tomos de hidrog\u00eanio. J\u00e1 a massa molecular dos ribossomos de procariotos \u00e9 quase a metade disso, sendo de 2 500 kDa. Isso \u00e9 considerado um dado fundamental para entender as rela\u00e7\u00f5es de parentesco entre os grandes grupos de seres vivos.<\/p>\n

Veja o quadro abaixo com as bases nitrogenadas dos dois \u00e1cidos nucleicos que se complementam na transcri\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n\n\n\n\n
DNA<\/td>\nRNA<\/td>\n<\/tr>\n
Adenina (A)<\/td>\nUracila (U)<\/td>\n<\/tr>\n
Timina (T)<\/td>\nAdenina (A)<\/td>\n<\/tr>\n
Guanina (G)<\/td>\nCitosina (C)<\/td>\n<\/tr>\n
Citosina (C)<\/td>\nGuanina (G)<\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

Quando uma prote\u00edna vai ser fabricada, uma regi\u00e3o do DNA do n\u00facleo da c\u00e9lula (DNA gen\u00f4mico) \u00e9 copiada por uma en- zima chamada RNA polimerase.<\/p>\n

A RNA polimerase se desloca pela h\u00e9- lice do DNA e promove o desenrolamento da forma helicoidal de pequena regi\u00e3o da mol\u00e9cula de \u00e1cido desoxirribonucleico.<\/p>\n

Na regi\u00e3o em que a dupla h\u00e9lice se separa, inicia-se a forma\u00e7\u00e3o da fita de RNAm: os nucleot\u00eddeos com ribose (ribonucleot\u00eddeos) ligam-se \u00e0s bases nitrogenadas da fita-molde de DNA, formando uma curta fita dupla h\u00edbrida.<\/p>\n

\"S\u00edntese
Esquema que ilustra a forma\u00e7\u00e3o do RNA pela RNA polimerase no n\u00facleo da c\u00e9lula. Observe a entrada de ribonucleot\u00eddeos livres, a abertura da h\u00e9lice de DNA e a forma\u00e7\u00e3o de uma curta h\u00e9lice h\u00edbrida, DNA-RNA.<\/figcaption><\/figure>\n

Apenas um dos lados da mol\u00e9cula de DNA \u00e9 reconhecido pela RNA polimerase, que transcreve a informa\u00e7\u00e3o da fita-molde formando uma mol\u00e9cula de RNAm. Chamamos de gene esse segmento de DNA codificador. O gene cont\u00e9m informa\u00e7\u00e3o e pode ser transcrito em RNAs de diversos tipos e traduzido em prote\u00ednas.<\/p>\n

O conjunto de informa\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas forma o genoma da esp\u00e9cie. Essa informa\u00e7\u00e3o pode ser a receita para a constru\u00e7\u00e3o de uma prote\u00edna, e, nesse caso, o RNA produzido ser\u00e1 uma mol\u00e9cula de fita simples em toda sua extens\u00e3o.<\/p>\n

V\u00e1rios tipos de RNA s\u00e3o produzidos no n\u00facleo celular. Como vimos, alguns deles formam os ribossomos (RNAr) e se deslocam para o citoplasma; outros levam informa\u00e7\u00e3o para a fabrica\u00e7\u00e3o de prote\u00ednas no citoplasma (RNAm). Uma vez pronto, o RNA originado de uma regi\u00e3o gen\u00f4mica que codifica prote\u00ednas forma o RNA mensageiro \u201cmaduro\u201d, ou simplesmente RNAm. Veremos adiante como o RNAm traduz a mensagem que carrega.<\/p>\n

Tradu\u00e7\u00e3o<\/h2>\n

Tradu\u00e7\u00e3o proteica \u00e9 o processo em que ocorre a decodifica\u00e7\u00e3o de instru\u00e7\u00f5es para a produ\u00e7\u00e3o de prote\u00ednas, envolvendo tanto o mRNA na transcri\u00e7\u00e3o quanto o tRNA.<\/b><\/p>\n

O RNA contendo a mensagem com a sequ\u00eancia de amino\u00e1cidos a serem unidos se desloca at\u00e9 o citoplasma, onde ir\u00e1 interagir com os ribossomos. Como voc\u00ea j\u00e1 viu, as prote\u00ednas s\u00e3o formadas a partir de cadeias lineares de amino\u00e1cidos.<\/p>\n

Sintetizar uma prote\u00edna, portanto, significa, pelo menos como tarefa inicial, ligar certos amino\u00e1cidos<\/strong> em uma sequ\u00eancia espec\u00edfica: a insulina, por exemplo, \u00e9 constitu\u00edda de amino\u00e1cidos ligados em uma determinada ordem (reveja, no cap\u00edtulo 3, os itens \u201cLigando amino\u00e1cidos: liga\u00e7\u00e3o pept\u00eddica\u201d e \u201cA estrutura das prote\u00ednas\u201d).<\/p>\n

Quando o RNAm tem uma sequ\u00eancia de bases nitrogenadas<\/strong> citosina (C-C-C), essa trinca determina que seja acrescentado o amino\u00e1cido prolina (PRO) \u00e0 prote\u00edna em forma\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Caso ela seja sucedida por outra trinca, com tr\u00eas mol\u00e9culas de uracila (U-U-U), ser\u00e1 acrescentado na sequ\u00eancia o amino\u00e1cido fenilalanina (PHE). Uma terceira trinca apenas com mol\u00e9culas de adenina (A-A-A) determinar\u00e1 a coloca\u00e7\u00e3o, em terceiro lugar, do amino\u00e1cido lisina (LIS). Assim funciona o c\u00f3digo das bases nitrogenadas, o chamado c\u00f3digo gen\u00e9tico.<\/p>\n

 <\/p>\n

\"etapas<\/p>\n

Acima est\u00e1 uma representa\u00e7\u00e3o esquem\u00e1tica das etapas envolvidas na passagem da informa\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica de um segmento de DNA at\u00e9 a forma\u00e7\u00e3o de uma prote\u00edna. Note a correspond\u00eancia entre as bases nitrogenadas do DNA e do RNA e entre a trinca de bases nitrogenadas do RNAm e os amino\u00e1cidos por elas determinados<\/p>\n

Chamamos de c\u00f3don<\/strong> a trinca de bases nitrogenadas do RNAm com algum significado na tradu\u00e7\u00e3o. Nem todos os c\u00f3dons t\u00eam amino\u00e1cidos correspondentes.<\/p>\n

Alguns deles podem significar o encerramento da tradu\u00e7\u00e3o, por exemplo, as trincas U-A-A e U-A-G, os chamados c\u00f3dons de termina\u00e7\u00e3o. Por outro lado, o c\u00f3don A-U-G tanto pode significar o in\u00edcio da tradu\u00e7\u00e3o como, se estiver no meio da mensagem, representar o acr\u00e9scimo do amino\u00e1cido metionina. A cada trinca de bases do RNAm, portanto, corresponde um amino\u00e1cido espec\u00edfico ou, ent\u00e3o, uma sinaliza\u00e7\u00e3o de in\u00edcio ou final da informa\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica na mol\u00e9cula de RNAm.<\/p>\n

\"c\u00f3digo<\/p>\n

O c\u00f3digo gen\u00e9tico \u00e9 a correspond\u00eancia entre as trincas de bases nitrogenadas do RNA e os amino\u00e1cidos. Esse c\u00f3digo \u00e9 altamente conservado, ou seja, quase todos os organismos sintetizam prote\u00ednas a partir dele. Veja como a citosina na primeira, na segunda e na terceira posi\u00e7\u00f5es (CCC) significa o amino\u00e1cido prolina. Da mesma forma, UUU significa fenilalanina e AAA significa lisina.<\/p>\n

N\u00e3o existe uma explica\u00e7\u00e3o consensual para o fato de diversas trincas codificarem o mesmo amino\u00e1cido, ou seja, a raz\u00e3o de o c\u00f3digo ser degenerado. No entanto, descobertas recentes de pesquisadores brasileiros, apontam para regularidades matem\u00e1ticas na sequ\u00eancia de bases do DNA capazes de corrigir erros de replica\u00e7\u00e3o; isso nos permitiria entender que sem a degenera\u00e7\u00e3o do c\u00f3digo gen\u00e9tico a regularidade matem\u00e1tica das sequ\u00eancias nucleot\u00eddicas n\u00e3o seria poss\u00edvel.<\/p>\n

Observe que um mesmo amino\u00e1cido \u00e9 codificado por mais de uma trinca. Por exemplo, localize o amino\u00e1cido fenilalanina, na parte superior da tabela circular e veja que h\u00e1 duas letras (U, C) a designar a terceira base da trinca. Isso quer dizer que tanto a trinca UUU quanto a trinca UUC designam esse amino\u00e1cido.<\/p>\n

Outros amino\u00e1cidos, como a serina, s\u00e3o codificados por at\u00e9 seis diferentes trincas de bases nitrogenadas. Por essa raz\u00e3o, dizemos que o c\u00f3digo gen\u00e9tico \u00e9 degenerado. No entanto, ele n\u00e3o possui ambiguidades, ou seja, uma trinca espec\u00edfica codifica apenas um amino\u00e1cido. Al\u00e9m disso, esse mesmo c\u00f3digo tem sido encontrado em praticamente todos os organismos estudados, o que indica que ele \u00e9 universal.<\/p>\n

Os ribossomos<\/strong><\/a> fabricados no nucl\u00e9olo atuam na s\u00edntese de prote\u00ednas, interpretando a mensagem do RNAm. Observe na figura abaixo um desenho art\u00edstico de um ribossomo em a\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\"Representa\u00e7\u00e3o
Representa\u00e7\u00e3o art\u00edstica de um ribossomo (por\u00e7\u00e3o globular) produzindo uma prote\u00edna (fita amarelada com aspecto de colar de contas) a partir da leitura com RNAm (fita roxa).<\/figcaption><\/figure>\n

A atua\u00e7\u00e3o do ribossomo na s\u00edntese de prote\u00ednas pode ser entendida de maneira simplificada a partir do fato de que ele n\u00e3o reconhece diretamente os amino\u00e1cidos. Uma parte do RNA produzido no n\u00facleo \u00e9 composta de segmentos relativamente curtos, com 80 nucleot\u00eddeos.<\/p>\n

As mol\u00e9culas desse RNA ligam-se especificamente a determinados amino\u00e1cidos, em um dos lados, e do outro lado mant\u00eam exposta uma trinca de bases nitrogenadas, denominada antic\u00f3don. S\u00e3o os RNA transportadores (RNAt).<\/p>\n

Eles s\u00e3o especiais porque possuem, entre outras caracter\u00edsticas distintivas, algumas bases nitrogenadas modificadas e pareamentos em certas regi\u00f5es de sua fita simples.<\/p>\n

Embora seja correto afirmar que o c\u00f3digo gen\u00e9tico \u00e9 universal, existem pequenas diferen\u00e7as no c\u00f3digo gen\u00e9tico padr\u00e3o. O fungo patog\u00eanico Candida albicans traduz o c\u00f3digo CUG como serina, enquanto quase todos os outros organismos conhecidos o traduzem como leucina.<\/p>\n

A mitoc\u00f4ndria<\/strong><\/a>, que tem DNA pr\u00f3prio, tem algumas diferen\u00e7as. Por exemplo, em mam\u00edferos, AUA \u00e9 traduzido pela mitoc\u00f4ndria como metionina, mas no citoplasma a trinca \u00e9 traduzida como isoleucina.<\/p>\n

Veja na figura abaixo um RNAt carregando o amino\u00e1cido fenilalanina e uma representa\u00e7\u00e3o mais detalhada do mesmo RNAt.<\/p>\n

\"Representa\u00e7\u00e3o
Representa\u00e7\u00e3o simplificada do RNAt ligado ao amino\u00e1cido fenilalanina e aproximando seu antic\u00f3don do c\u00f3don do RNAm. Observe as tr\u00eas bases de uracila no c\u00f3don.<\/figcaption><\/figure>\n

Abaixo,\u00a0 representa\u00e7\u00e3o do RNA transportador, que possui um antic\u00f3don em uma das al\u00e7as, em azul, e est\u00e1 ligado a um amino\u00e1cido (neste caso, a fenilalanina), mostrado em verde.<\/p>\n

\"Representa\u00e7\u00e3o<\/p>\n

\u00c0 medida que o ribossomo se desloca pelo RNAm, os RNAt ligados a amino\u00e1cidos s\u00e3o recrutados e ocorre o reconhecimento entre c\u00f3don e antic\u00f3don.<\/p>\n

A s\u00edntese de uma prote\u00edna ocorre pela sequ\u00eancia de acoplamento do RNAt no ribossomo e pela liga\u00e7\u00e3o dos amino\u00e1cidos incorporados \u00e0 prote\u00edna, promovida pelo ribossomo. Veja na figura abaixo, um esquema da sequ\u00eancia em cinco etapas (A, B, C, D, E) para a forma\u00e7\u00e3o de uma prote\u00edna.<\/p>\n

\"S\u00edntese<\/p>\n

Observe, na etapa A, como tr\u00eas amino\u00e1cidos unem-se, formando o come\u00e7o da cadeia polipept\u00eddica, e um RNAt se acopla ao c\u00f3don do RNAm. Na etapa B, observe como, com o deslizamento da subunidade maior do ribossomo, \u00e9 promovida a liga\u00e7\u00e3o pept\u00eddica entre o amino\u00e1cido 4 e o 3. Em C, com o deslizamento da subunidade menor, o RNAt, ligado ao amino\u00e1cido 3, desprende-se do RNAm e do ribossomo. A sa\u00edda do RNAt libera uma posi\u00e7\u00e3o no ribossomo para acoplamento do pr\u00f3ximo RNAt, que traz o amino\u00e1cido 5 (etapa D), e assim recome\u00e7a o ciclo. Em E repete-se a etapa B, ou seja, \u00e9 promovida a liga\u00e7\u00e3o pept\u00eddica entre o amino\u00e1cido adicionado e a cadeia polipept\u00eddica em constru\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O antic\u00f3don do RNAt que carrega o amino\u00e1cido emparelha com o c\u00f3don da extremidade da mol\u00e9cula do RNAm, dando in\u00edcio \u00e0 tradu\u00e7\u00e3o da prote\u00edna.<\/p>\n

A mol\u00e9cula de RNAm \u00e9 lida at\u00e9 o aparecimento de um c\u00f3don de termina\u00e7\u00e3o. A prote\u00edna \u00e9 ent\u00e3o finalizada deixando o ribossomo dispon\u00edvel para o acoplamento de outro RNAt. V\u00e1rios ribossomos podem percorrer a mesma mol\u00e9cula de RNAm, formando um polissomo.<\/p>\n

Uma bact\u00e9ria pode ter cerca de 20 mil ribossomos, ao passo que uma c\u00e9lula muito ativa de mam\u00edfero chega a conter 10 milh\u00f5es de ribossomos.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A s\u00edntese de prote\u00ednas \u00e9\u00a0o processo no qual as c\u00e9lulas produzem prote\u00ednas.\u00a0Ocorre em duas etapas: transcri\u00e7\u00e3o e tradu\u00e7\u00e3o.\u00a0A transcri\u00e7\u00e3o \u00e9 a transfer\u00eancia de instru\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas no DNA para o mRNA no n\u00facleo.\u00a0Inclui tr\u00eas etapas: inicia\u00e7\u00e3o, alongamento e termina\u00e7\u00e3o. A atividade celular dos eucariotos varia entre dois estados t\u00edpicos. Em um deles, a fabrica\u00e7\u00e3o de prote\u00ednas …<\/p>\n","protected":false},"author":3,"featured_media":7109,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[38,50],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13374"}],"collection":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13374"}],"version-history":[{"count":11,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13374\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":13700,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13374\/revisions\/13700"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/7109"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13374"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13374"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13374"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}