{"id":13916,"date":"2022-12-12T08:00:55","date_gmt":"2022-12-12T08:00:55","guid":{"rendered":"https:\/\/planetabiologia.com\/?p=13916"},"modified":"2022-12-12T13:52:08","modified_gmt":"2022-12-12T13:52:08","slug":"o-que-e-gravidez","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/planetabiologia.com\/o-que-e-gravidez\/","title":{"rendered":"O que \u00e9 gravidez: como ocorre, sintomas"},"content":{"rendered":"

O termo gravidez<\/strong> descreve o per\u00edodo desde a fertiliza\u00e7\u00e3o do \u00f3vulo at\u00e9 o desenvolvimento do feto at\u00e9 o nascimento. Uma gravidez normalmente dura 267 dias. O m\u00e9dico soma o tempo desde o in\u00edcio da \u00faltima menstrua\u00e7\u00e3o at\u00e9 a fecunda\u00e7\u00e3o e, portanto, chega a uma m\u00e9dia de 280 dias ou 40 semanas.<\/p>\n

A divis\u00e3o em nove meses \u00e9 mais comum. Este tempo \u00e9 dividido em tr\u00eas se\u00e7\u00f5es de 3 meses cada.<\/p>\n

Como ocorre a gravidez<\/h2>\n

Pode ocorrer depois de uma rela\u00e7\u00e3o sexual, processo natural, ou por processo artificial como a fecunda\u00e7\u00e3o em vitro, por exemplo.<\/p>\n

Alguns dias ap\u00f3s o \u00f3vulo ter sido fertilizado pelo espermatozoide, o \u00f3vulo se implanta no revestimento do \u00fatero . Se a implanta\u00e7\u00e3o ocorrer na tuba uterina, desenvolve-se uma gravidez ect\u00f3pica . Uma gravidez ect\u00f3pica coloca em risco a sa\u00fade da gestante e \u00e9 detectada por uma ultrassonografia pela vagina.<\/p>\n

Ap\u00f3s a fecunda\u00e7\u00e3o<\/strong><\/a>, o zigoto leva de tr\u00eas a quatro dias para chegar ao \u00fatero. Nesse per\u00edodo, o corpo l\u00fateo est\u00e1 prestes a interromper a produ\u00e7\u00e3o de progesterona.<\/p>\n

Caso ela cesse de fato, n\u00e3o h\u00e1 chance de se instalar uma gravidez, e a pequena m\u00f3rula acaba sendo eliminada com a menstrua\u00e7\u00e3o, sem ser percebida. No entanto, caso a m\u00f3rula se instale no \u00fatero, come\u00e7ar\u00e1 a produ\u00e7\u00e3o de um horm\u00f4nio que tem por fun\u00e7\u00e3o manter o corpo l\u00fateo ativo, produzindo progesterona. Esse horm\u00f4nio \u00e9 a gonadotropina cori\u00f4nica humana, ou HCG.<\/p>\n

\"horm\u00f4nios
Secre\u00e7\u00e3o de estr\u00f3geno, progesterona e gonadotropina cori\u00f4nica em diferentes etapas da gravidez, tomando como refer\u00eancia o in\u00edcio da \u00faltima menstrua\u00e7\u00e3o (e n\u00e3o da fecunda\u00e7\u00e3o)<\/figcaption><\/figure>\n

A gonadotropina cori\u00f4nica humana (HCG) \u00e9 um horm\u00f4nio glicoproteico de estrutura molecular muito parecida \u00e0 do LH. Sua fun\u00e7\u00e3o \u00e9 manter o corpo l\u00fateo ativo. Logo que o pequeno embri\u00e3o<\/strong><\/a> se aloja na parede do \u00fatero, come\u00e7a a produ\u00e7\u00e3o de HCG.<\/p>\n

A presen\u00e7a desse horm\u00f4nio pode ser detectada por exames laboratoriais no sangue a partir de oito dias ap\u00f3s a ovula\u00e7\u00e3o. Assim, a constata\u00e7\u00e3o de resultado positivo para HCG \u00e9 indicativo seguro de gravidez. Observe a curva de HCG no gr\u00e1fico da figura acima.<\/p>\n

Abaixo um embri\u00e3o humano com seis semanas de exist\u00eancia (cerca de 1,5 cm de comprimento) flutua no l\u00edquido amni\u00f3tico preso \u00e0 placenta pelo cord\u00e3o umbilical.<\/p>\n

\"Gravidez<\/p>\n

O n\u00edvel sangu\u00edneo de HCG se eleva rapidamente, dobrando a produ\u00e7\u00e3o a cada dois dias, at\u00e9 a oitava ou d\u00e9cima semana da gravidez, quando ent\u00e3o come\u00e7a a decair.<\/p>\n

Por volta da 24\u00aa semana, atinge um n\u00edvel cinco vezes menor do que o n\u00edvel m\u00e1ximo e se mant\u00e9m constante at\u00e9 o final da gravidez. O decr\u00e9scimo da produ\u00e7\u00e3o de HCG \u00e9 compensado pela matura\u00e7\u00e3o da placenta, que passa a produzir ela mesma os horm\u00f4nios necess\u00e1rios para a manuten\u00e7\u00e3o da gravidez.<\/p>\n

Ao chegar \u00e0 cavidade uterina, por volta do sexto dia ap\u00f3s a ovula\u00e7\u00e3o, a m\u00f3rula, originada a partir do desenvolvimento do zigoto, estaciona no \u00fatero.<\/p>\n

\"um
No sexto dia ap\u00f3s a fecunda\u00e7\u00e3o, um pequeno embri\u00e3o chega ao \u00fatero.<\/figcaption><\/figure>\n

O pequeno embri\u00e3o come\u00e7a a desenvolver uma c\u00e2mara oca, e se forma uma camada de c\u00e9lulas especializadas em buscar alimento, o trofoblasto<\/strong>.<\/p>\n

Por volta do s\u00e9timo dia, o embri\u00e3o, agora denominado blastocisto, adere \u00e0 parede uterina, especialmente preparada para receb\u00ea-lo.<\/p>\n

\"abrigo
No s\u00e9timo dia ap\u00f3s a fecunda\u00e7\u00e3o, o pequeno embri\u00e3o, agora j\u00e1 chamado blastocisto, procura abrigo na parede uterina.<\/figcaption><\/figure>\n

Este processo \u00e9 denominado nida\u00e7\u00e3o. Por volta do oitavo dia, o trofoblasto obt\u00e9m alimento digerindo as c\u00e9lulas do endom\u00e9trio. Ao mesmo tempo, as c\u00e9lulas trofobl\u00e1sticas se reproduzem, formando cord\u00f5es celulares que se estendem at\u00e9 as camadas mais profundas do endom\u00e9trio, constituindo um sinc\u00edcio trofobl\u00e1stico, ou sinc\u00edciotrofoblasto<\/strong>.<\/p>\n

\"blastocisto
Por volta do oitavo dia ap\u00f3s a fecunda\u00e7\u00e3o, o blastocisto come\u00e7a a buscar alimento na parede do \u00fatero e tem in\u00edcio a produ\u00e7\u00e3o de HCG.<\/figcaption><\/figure>\n

Essa estrutura inicia a produ\u00e7\u00e3o de HCG, crucial para o desenvolvimento do embri\u00e3o e, ao mesmo tempo, explica a raz\u00e3o de esse horm\u00f4nio ser indicativo do in\u00edcio da gravidez.<\/p>\n

O pequeno embri\u00e3o (c\u00e9lulas rosadas no esquema) recebe alimento das c\u00e9lulas e secre\u00e7\u00f5es endometriais digeridas pelo trofoblasto, que, ao mesmo tempo, come\u00e7a a formar os anexos embrion\u00e1rios.<\/p>\n

No nono dia ap\u00f3s a ovula\u00e7\u00e3o j\u00e1 se forma um prim\u00f3rdio da cavidade amni\u00f3tica. Essas c\u00e9lulas, origin\u00e1rias do zigoto, e as c\u00e9lulas do endom\u00e9trio, formar\u00e3o a placenta.<\/p>\n

\"come\u00e7a
Por volta do nono dia ap\u00f3s a fecunda\u00e7\u00e3o, o trofoblasto come\u00e7a a formar vilosidades do lado da parede uterina, o que aumenta a \u00e1rea de contato. Ao mesmo tempo, come\u00e7a a se formar um prim\u00f3rdio de cavidade amni\u00f3tica.<\/figcaption><\/figure>\n

Perto do final da gravidez, a quantidade de estr\u00f3geno produzida diariamente \u00e9 quase vinte vezes superior \u00e0 quantidade normal produzida em mulheres que n\u00e3o est\u00e3o gr\u00e1vidas.<\/p>\n

Em geral, a partir da d\u00e9cima semana de vida do embri\u00e3o, ele passa a se chamar feto (que significa \u201cpequenino\u201d), pois todos os \u00f3rg\u00e3os principais j\u00e1 est\u00e3o formados.<\/p>\n

O cord\u00e3o umbilical<\/strong> liga o feto \u00e0 placenta e \u00e9 constitu\u00eddo a partir do alantoide e da ves\u00edcula vitel\u00ednica. No detalhe, placenta humana plenamente formada.<\/p>\n

As art\u00e9rias umbilicais trazem sangue que se renova nas vilosidades cori\u00f4nicas, banhadas por sangue materno. O sangue do feto nunca deixa os vasos sangu\u00edneos, e retorna pela veia umbilical.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

A progesterona tamb\u00e9m \u00e9 produzida de maneira abundante e tem diversas fun\u00e7\u00f5es. Antes mesmo da implanta\u00e7\u00e3o do embri\u00e3o no \u00fatero, a progesterona facilita o deslocamento do embri\u00e3o, pois aumenta as secre\u00e7\u00f5es das tubas uterinas.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, ao estimular a prolifera\u00e7\u00e3o de c\u00e9lulas do endom\u00e9trio e a atividade glandular, esse horm\u00f4nio ajuda a nutrir o sinc\u00edciotrofoblasto.<\/p>\n

Esse conjunto de c\u00e9lulas desenvolve e recobre as vilosidades cori\u00f4nicas da placenta, que ficam banhadas por sangue materno. Essas vilosidades permitem a troca de subst\u00e2ncias entre o feto e a m\u00e3e, mas n\u00e3o h\u00e1 mistura de sangue.<\/p>\n

A progesterona tamb\u00e9m age sobre o \u00fatero, inibindo as contra\u00e7\u00f5es musculares desse \u00f3rg\u00e3o que poderiam provocar um aborto espont\u00e2neo.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, como j\u00e1 foi mencionado, a progesterona tem efeito sobre as gl\u00e2ndulas mam\u00e1rias, ativando a produ\u00e7\u00e3o de leite, primeiro alimento do beb\u00ea ap\u00f3s o nascimento.<\/p>\n

\"Estrutura
Estrutura de uma mama durante a gravidez.<\/figcaption><\/figure>\n

Ap\u00f3s o parto as gl\u00e2ndulas mam\u00e1rias come\u00e7am a produzir leite, alimento ideal para o beb\u00ea, podendo ser o \u00fanico alimento nos seis primeiros meses de vida.<\/p>\n

Os g\u00eameos<\/h2>\n

Em certas popula\u00e7\u00f5es humanas, pouco mais de 4% das mulheres gr\u00e1vidas t\u00eam gravidez gemelar, isto \u00e9, com mais de um embri\u00e3o.<\/p>\n

Quando o zigoto inicia a divis\u00e3o mit\u00f3tica<\/strong><\/a>, pode ocorrer um evento raro, no qual os dois blast\u00f4meros se separam e, ainda assim, prossegue o processo de clivagem. Isso acaba por originar duas crian\u00e7as com exatamente a mesma constitui\u00e7\u00e3o cromoss\u00f4mica, chamadas g\u00eameos id\u00eanticos.<\/p>\n

Esses g\u00eameos s\u00e3o monozig\u00f3ticos (MZ), ou seja, se originaram do mesmo zigoto, e s\u00e3o necessariamente do mesmo sexo. Em cerca de 1% das ovula\u00e7\u00f5es s\u00e3o desenvolvidos dois fol\u00edculos ovarianos simultaneamente, e dois ov\u00f3citos s\u00e3o liberados.<\/p>\n

Nesse caso, se houver fecunda\u00e7\u00e3o, dois espermatozoides fecundar\u00e3o dois ov\u00f3citos: os g\u00eameos resultantes ser\u00e3o t\u00e3o parecidos quanto dois irm\u00e3os quaisquer, podendo ser de sexos diferentes. Esses g\u00eameos s\u00e3o dizig\u00f3ticos (DZ), tamb\u00e9m chamados g\u00eameos fraternos.<\/p>\n

Os anexos embrion\u00e1rios podem se arranjar de diferentes formas em uma gesta\u00e7\u00e3o gemelar, tanto de g\u00eameos monozig\u00f3ticos (MZ) ou id\u00eanticos como de g\u00eameos dizig\u00f3ticos (DZ) ou fraternos.<\/p>\n

Os g\u00eameos podem n\u00e3o compartilhar nenhum anexo embrion\u00e1rio. Essa situa\u00e7\u00e3o \u00e9 comum entre g\u00eameos DZ (50%), mas pouco comum entre g\u00eameos MZ (15%; linha D do gr\u00e1fico). Esses g\u00eameos s\u00e3o tamb\u00e9m chamados divitel\u00ednicos.<\/p>\n

Os g\u00eameos podem compartilhar todos os anexos embrion\u00e1rios (situa\u00e7\u00e3o A) ou compartilhar apenas a placenta (em vermelho) e o c\u00f3rio (em azul), mas n\u00e3o o \u00e2mnio (em amarelo; situa\u00e7\u00e3o B).<\/p>\n

\"Os<\/p>\n

Os g\u00eameos podem n\u00e3o compartilhar nenhum dos anexos embrion\u00e1rios<\/strong><\/a> (situa\u00e7\u00e3o D) ou compartilhar apenas a placenta (em vermelho), mas n\u00e3o o c\u00f3rio (em azul) nem o \u00e2mnio (em amarelo; situa\u00e7\u00e3o C).<\/p>\n

\"Os<\/p>\n

Quando compartilham a placenta, os g\u00eameos s\u00e3o ditos univitel\u00ednicos. Nesse caso, eles podem compartilhar a placenta, mas n\u00e3o os outros anexos, o que ocorre com 50% dos g\u00eameos fraternos ou DZ e pequena por\u00e7\u00e3o dos g\u00eameos id\u00eanticos ou MZ (15%, linha C do gr\u00e1fico).<\/p>\n

\"Frequ\u00eancia
Frequ\u00eancia de compartilhamento de anexos embrion\u00e1rios humanos, em g\u00eameos monozig\u00f3ticos (MZ) e dizig\u00f3ticos (DZ). As letras A, B, C, D se referem \u00e0s situa\u00e7\u00f5es das duas figuras da gesta\u00e7\u00e3o dos g\u00eameos. As gesta\u00e7\u00f5es gemelares com duas placentas (linha D) s\u00e3o mais comuns entre g\u00eameos dizig\u00f3ticos. No entanto, metade dos g\u00eameos dizig\u00f3ticos \u00e9 univitel\u00ednica, isto \u00e9, compartilha uma mesma placenta (linha C).<\/figcaption><\/figure>\n

A maior parte dos g\u00eameos id\u00eanticos compartilha placenta e c\u00f3rio (70%, linha B do gr\u00e1fico), mas n\u00e3o o \u00e2mnio (esquema B).<\/p>\n

O compartilhamento dos tr\u00eas anexos embrion\u00e1rios \u00e9 exclusivo de g\u00eameos id\u00eanticos (esquema A), o que \u00e9 muito raro (linha A do gr\u00e1fico). Em casos ainda mais raros, esses embri\u00f5es que compartilham todos os anexos embrion\u00e1rios podem estar fisicamente ligados, formando os chamados g\u00eameos xif\u00f3pagos ou siameses.<\/p>\n

Resumo<\/h2>\n

1. Perto do fim da gravidez, a quantidade de estr\u00f3geno produzida diariamente \u00e9 quase vinte vezes superior \u00e0 quantidade normalmente produzida em mulheres n\u00e3o gr\u00e1vidas. A progesterona tamb\u00e9m \u00e9 produzida de maneira abundante e tem diversas fun\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

2. Os g\u00eameos podem ser monozig\u00f3ticos ou dizig\u00f3ticos e podem compartilhar placentas ou n\u00e3o. Cerca de 15% dos g\u00eameos monozig\u00f3ticos t\u00eam placentas separadas (divitel\u00ednicos), e cerca de 50% dos g\u00eameos dizig\u00f3ticos compartilham a mesma placenta (univitel\u00ednicos).<\/p>\n

Assuntos Relacionados<\/h2>\n