{"id":4198,"date":"2016-12-17T10:10:18","date_gmt":"2016-12-17T13:10:18","guid":{"rendered":"http:\/\/planetabiologia.com\/?p=4198"},"modified":"2022-11-22T12:37:46","modified_gmt":"2022-11-22T12:37:46","slug":"os-principais-dominios-morfoclimaticos-do-brasil","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/planetabiologia.com\/os-principais-dominios-morfoclimaticos-do-brasil\/","title":{"rendered":"Os principais dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos do Brasil"},"content":{"rendered":"<p style=\"text-align: left;\">Nesta aula vamos estudar os principais <strong>dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos do Brasil<\/strong>. Tamb\u00e9m podemos cham\u00e1-los de biomas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Podemos dividir nos biomas florestados (amaz\u00f4nia, mata de cocais, mata atl\u00e2ntica, matas de arauc\u00e1rias), forma\u00e7\u00f5es abertas (Cerrado, caatinga e os campos sulinos), e forma\u00e7\u00f5es de \u00e1reas inund\u00e1veis (pantanal e manguezais).<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Veremos em detalhes cada uma delas. Veja antes uma v\u00eddeo aula e um slide onde est\u00e1 tudo de forma resumida e se quiser se aprofundar continue a leitura.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\"><iframe loading=\"lazy\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/buYQJwSOX0w\" width=\"640\" height=\"360\" frameborder=\"0\" allowfullscreen=\"allowfullscreen\"><\/iframe><\/p>\n<h2>Dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos do Brasil<\/h2>\n<p>Os principais dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos do Brasil s\u00e3o:<\/p>\n<ul>\n<li>Mata de cocais<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">Mata Atl\u00e2ntica<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">A Floresta Amaz\u00f4nica<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">Mata de Arauc\u00e1rias<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">Cerrado<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">Caatinga<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">Campos Sulinos ou Pampas<\/li>\n<\/ul>\n<p>Veremos em detalhes cada um deles.<\/p>\n<h2 style=\"text-align: left;\"><strong>Mata dos Cocais<\/strong><\/h2>\n<p style=\"text-align: left;\">Este bioma \u00e9 encontrado principalmente no Maranh\u00e3o e no Piau\u00ed (veja mapa da p\u00e1gina 22), onde representa um bioma de transi\u00e7\u00e3o entre a Floresta Amaz\u00f4nica e a Caatinga, mas tamb\u00e9m se distribui pelo Cear\u00e1 e Tocantins.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Ocupa cerca de 3% do territ\u00f3rio nacional e seu clima \u00e9 caracterizado por uma quantidade elevada de chuvas e por apresentar altas temperaturas (m\u00e9dia anual de 26 \u00b0C).<\/p>\n<p><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"alignnone size-full\" src=\"https:\/\/i.pinimg.com\/564x\/a5\/91\/27\/a5912762c9f0d1b8ac52d0e5bf55b57d.jpg\" alt=\"Mara de cocais\" width=\"550\" height=\"350\" \/><\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A Mata dos Cocais \u00e9 menos densa que a Floresta Amaz\u00f4nica e apresenta \u00e1reas com clareiras.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A vegeta\u00e7\u00e3o desse bioma \u00e9 composta, predominantemente, de palmeiras, como o baba\u00e7u, a carna\u00faba e o buriti, as quais despertam grande interesse comercial: delas s\u00e3o extra\u00eddas ceras, \u00f3leos, madeira e fibras, importantes fontes de renda das popula\u00e7\u00f5es que vivem l\u00e1.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A fauna da Mata dos Cocais \u00e9 caracterizada por grande diversidade, sendo que alguns animais tamb\u00e9m habitam a Amaz\u00f4nia ou a Caatinga. Entre as esp\u00e9cies mais comuns encontram-se roedores, gamb\u00e1s, lagartos, cobras, aves, macacos e insetos. Nas \u00e1guas dos rios podem ser encontrados mam\u00edferos como o boto e a ariranha, e peixes como o acar\u00e1-bandeira.<\/p>\n<h2 style=\"text-align: left;\"><strong>Mata Atl\u00e2ntica<\/strong><\/h2>\n<p style=\"text-align: left;\">Quando os portugueses chegaram \u00e0 costa brasileira, em 1500, encontraram uma exuberante floresta: a <strong><a href=\"http:\/\/planetabiologia.com\/bioma-mata-atlantica\/\">Mata Atl\u00e2ntica<\/a><\/strong>. Naquela \u00e9poca, ela se estendia por toda a costa brasileira, ocupando plan\u00edcies costeiras e regi\u00f5es montanhosas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"alignnone size-full\" src=\"https:\/\/i.pinimg.com\/564x\/de\/e0\/10\/dee0104818f345416a7fb4d777a23b64.jpg\" alt=\"Mata atl\u00e2ntica\" width=\"564\" height=\"348\" \/><\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Inicialmente, houve a extra\u00e7\u00e3o do pau-brasil; depois, a substitui\u00e7\u00e3o de parte da mata nativa por planta\u00e7\u00f5es de cana-de-a\u00e7\u00facar, caf\u00e9, cacau e eucalipto, al\u00e9m do uso do <strong><a href=\"http:\/\/planetabiologia.com\/a-importancia-do-solo-e-a-agricultura\/\">solo para a pecu\u00e1ria<\/a><\/strong>.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">O clima da Mata Atl\u00e2ntica \u00e9 muito vari\u00e1vel: pode ser muito \u00famido, no Sul, tropical, ou at\u00e9 semi\u00e1rido, onde se encontra com a Caatinga, ao Norte.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">De forma geral as temperaturas m\u00e9dias s\u00e3o elevadas durante o ano todo. A grande quantidade de chuvas tamb\u00e9m \u00e9 caracter\u00edstica: os ventos que sopram do oceano em dire\u00e7\u00e3o ao continente trazem massas de ar \u00famidas que, ao encontrarem as montanhas que cercam a Mata Atl\u00e2ntica, se condensam e provocam chuva.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A biodiversidade da Mata Atl\u00e2ntica \u00e9 uma das mais ricas do planeta. Algumas de suas esp\u00e9cies n\u00e3o s\u00e3o encontradas em nenhum outro local &#8211; s\u00e3o as chamadas esp\u00e9cies\u00a0<strong>end\u00eamicas.\u00a0<\/strong>Em todos os biomas existem esp\u00e9cies end\u00eamicas, mas, na Mata Atl\u00e2ntica, o n\u00famero delas \u00e9 proporcionalmente alto, apesar de todas as altera\u00e7\u00f5es j\u00e1 sofridas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A ocupa\u00e7\u00e3o humana na Mata Atl\u00e2ntica, ao longo de mais de 500 anos, praticamente acabou com a floresta, restando, em 2011, por volta de 7% da sua forma\u00e7\u00e3o original. Por toda a sua riqueza e fragilidade, a Mata Atl\u00e2ntica est\u00e1 entre as cinco \u00e1reas que a comunidade cient\u00edfica internacional considera como de\u00a0<strong>preserva\u00e7\u00e3o priorit\u00e1ria.<\/strong><\/p>\n<h2 style=\"text-align: left;\"><strong>A<\/strong> Floresta<strong> Amaz\u00f4nica<\/strong><\/h2>\n<p style=\"text-align: left;\">A <a href=\"http:\/\/planetabiologia.com\/bioma-floresta-amazonica\/\">Floresta Amaz\u00f4nica<\/a> \u00e9 reconhecida no mundo todo gra\u00e7as, principalmente, \u00e0 sua grande biodiversidade. Entre os biomas brasileiros, \u00e9 o que apresenta, junto com a mata atl\u00e2ntica, a maior diversidade de plantas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A Floresta Amaz\u00f4nica, est\u00e1 localizada nas Regi\u00f5es Norte e Centro-Oeste; as chuvas frequentes e abundantes que na Floresta Amaz\u00f4nica.<\/p>\n<p><iframe loading=\"lazy\" src=\"https:\/\/i.pinimg.com\/564x\/d7\/2d\/50\/d72d506cdce695604f80960f6e2806af.jpg\" width=\"100%\" height=\"445\" frameborder=\"0\" scrolling=\"no\" data-mce-fragment=\"1\"><\/iframe><\/p>\n<h2 style=\"text-align: left;\"><strong>Mata de Arauc\u00e1rias<\/strong><\/h2>\n<p style=\"text-align: left;\">A Mata de Arauc\u00e1rias est\u00e1 localizada principalmente no sul do Brasil, mas pode ser encontrada em S\u00e3o Paulo, no sul de Minas Gerais e norte do Rio Grande do Sul. Nessa faixa, o bioma ocupa, principalmente, regi\u00f5es do Paran\u00e1 e de Santa Catarina.<\/p>\n<p><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"size-full aligncenter\" src=\"https:\/\/i.pinimg.com\/564x\/1c\/74\/07\/1c7407312e65c13ba015f77bb550a5b3.jpg\" alt=\"Mata de arauc\u00e1ria esossistemas brasileiros\" width=\"428\" height=\"287\" \/><\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">O clima da regi\u00e3o \u00e9 temperado, ou seja, apresenta chuvas regulares e esta\u00e7\u00f5es relativamente bem definidas (em geral, o inverno \u00e9 frio e o ver\u00e3o \u00e9 quente).<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A fauna da Mata de Arauc\u00e1rias \u00e9 muito parecida com a da Mata Atl\u00e2ntica, com algumas esp\u00e9cies end\u00eamicas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Al\u00e9m da\u00a0<strong>arauc\u00e1ria,\u00a0<\/strong>a esp\u00e9cie vegetal mais representativa da regi\u00e3o, est\u00e3o presentes a imbuia, o sassafr\u00e1s, a canela, a erva-mate, o jacarand\u00e1, a guabiroba, a pitanga, alguns tipos de brom\u00e9lias, orqu\u00eddeas e cactos,<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A arauc\u00e1ria \u00e9 uma \u00e1rvore muito resistente \u00e0s baixas temperaturas. O \u00f3rg\u00e3o reprodutor da arauc\u00e1ria \u00e9 conhecido como\u00a0<strong>pinha,\u00a0<\/strong>e suas sementes s\u00e3o os\u00a0<strong>pinh\u00f5es,\u00a0<\/strong>muito apreciados como alimento.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Este bioma j\u00e1 ocupou cerca de 2% do territ\u00f3rio nacional, mas sofre com o desmatamento, principalmente pela expans\u00e3o da agricultura e das madeireiras.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Como consequ\u00eancia, h\u00e1 redu\u00e7\u00e3o do n\u00famero de on\u00e7as-pardas, on\u00e7as-pintadas, cutias e pacas. S\u00f3 no Paran\u00e1, segundo a Funda\u00e7\u00e3o de Pesquisas Florestais do Paran\u00e1, resta menos de 0,8% da cobertura original.<\/p>\n<h2 style=\"text-align: left;\"><strong>As forma\u00e7\u00f5es abertas do Brasil<\/strong><\/h2>\n<p style=\"text-align: left;\">As forma\u00e7\u00f5es abertas s\u00e3o constitu\u00eddas por uma vegeta\u00e7\u00e3o em que predominam plantas de pequeno porte, como herb\u00e1ceas (por exemplo, capins) e arbustos. H\u00e1 tamb\u00e9m \u00e1rvores, mas em uma quantidade bem menor que nas florestas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">As principais forma\u00e7\u00f5es abertas brasileiras apresentam-se, hoje, muito reduzidas quando comparadas com sua \u00e1rea original, portanto h\u00e1 necessidade de preserva\u00e7\u00e3o desses ambientes. Os dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos que apresentam forma\u00e7\u00f5es abertas s\u00e3o: o\u00a0<strong>Cerrado,\u00a0<\/strong>a\u00a0<strong>Caatinga\u00a0<\/strong>e os\u00a0<strong>Campos\u00a0<\/strong>(ou\u00a0<strong>Campos sulinos,\u00a0<\/strong>ou\u00a0<strong>Pampa).<\/strong><\/p>\n<h2 style=\"text-align: left;\"><strong>Cerrado<\/strong><\/h2>\n<p style=\"text-align: left;\">O <a href=\"http:\/\/planetabiologia.com\/bioma-cerrado-caracteristicas\/\">Cerrado<\/a> \u00e9 o segundo maior dom\u00ednio morfoclim\u00e1tico do Brasil (o maior \u00e9 a Amaz\u00f4nia) e ocupa principalmente o Distrito Federal, Goi\u00e1s, Maranh\u00e3o, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, S\u00e3o Paulo e Tocantins, mas tamb\u00e9m outros Estados.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"size-full aligncenter\" src=\"https:\/\/i.pinimg.com\/564x\/b1\/9f\/0a\/b19f0ae1b6f78f2df417d63ee9f56954.jpg\" alt=\"bioma cerrado\" width=\"564\" height=\"382\" \/><\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">\u00c9 formado por \u00e1reas relativamente planas, de clima quente, com temperaturas que variam de 20 \u00b0C a 30 \u00b0C. Apresenta inverno seco e ver\u00e3o bastante chuvoso.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">0 Cerrado \u00e9 um bioma rico em esp\u00e9cies vegetais, com gram\u00edneas, arbustos e \u00e1rvores. As \u00e1rvores apresentam folhas endurecidas, galhos tortuosos e cascas grossas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A \u00e1rea ocupada pelo Cerrado \u00e9 grande e heterog\u00eanea em termos de solo, relevo e regime de chuvas. Em virtude disso, as caracter\u00edsticas da vegeta\u00e7\u00e3o, de acordo com a maior ou menor cobertura vegetal, recebem diferentes denomina\u00e7\u00f5es: <strong>campo limpo\u00a0<\/strong>(sem \u00e1rvores e com predomin\u00e2ncia de gram\u00edneas),\u00a0<strong>campo sujo\u00a0<\/strong>(com mais cobertura vegetal) e\u00a0<strong>cerrad\u00e3o\u00a0<\/strong>(com presen\u00e7a de \u00e1rvores altas em maior n\u00famero).<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">O solo tem poucos nutrientes e apresenta baixa capacidade de reter \u00e1gua. Ap\u00f3s as chuvas, a \u00e1gua penetra no solo e alcan\u00e7a regi\u00f5es mais profundas, aumentando o volume dos\u00a0<strong>aqu\u00edferos\u00a0<\/strong>(reservat\u00f3rios de \u00e1gua subterr\u00e2nea). Grande parte das \u00e1rvores do Cerrado apresenta ra\u00edzes profundas, que chegam aos aqu\u00edferos, evitando a desidrata\u00e7\u00e3o.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A flora do Cerrado apresenta esp\u00e9cies usadas pela ind\u00fastria farmac\u00eautica, como a arnica, componente de alguns anti-inflamat\u00f3rios; frutas t\u00edpicas como o pequi, a gabiroba e a pitanga; plantas ornamentais, como a douradinha e o ip\u00ea-amarelo; e outras, como a carne de vaca e a sucupira-preta, usadas para fazer utens\u00edlios, como cabos de faca.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Entre a grande variedade de animais, \u00e9 importante destacar algumas esp\u00e9cies amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o, como a on\u00e7a-pintada, o tatu-canastra, o lobo-guar\u00e1,\u00a0 tamandu\u00e1-bandeira e o cachorro-vinagre (mam\u00edferos) e a \u00e1guia-cinzenta (ave).<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A baixa fertilidade do solo do Cerrado foi, por muito tempo, um fator limitante para a atividade agr\u00edcola nesse bioma. Por\u00e9m, o r\u00e1pido aumento populacional da regi\u00e3o, impulsionado pela transfer\u00eancia da capital federal do Brasil para o Centro-Oeste, levou \u00e0 maior explora\u00e7\u00e3o de terras e \u00e0 expans\u00e3o das fronteiras agr\u00edcolas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Isso foi poss\u00edvel gra\u00e7as a um conjunto de fatores, como novas tecnologias, novos fertilizantes e o uso de esp\u00e9cies vegetais melhor adaptadas \u00e0 regi\u00e3o.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">O solo tornou-se cada vez mais produtivo, ampliando o desenvolvimento da pecu\u00e1ria pela forma\u00e7\u00e3o de pastos e a produ\u00e7\u00e3o de gr\u00e3os como a soja. No estado de S\u00e3o Paulo, por exemplo, a cana-de-a\u00e7\u00facar e a laranja ocupam grandes \u00e1reas de Cerrado.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">O r\u00e1pido avan\u00e7o da agricultura j\u00e1 devastou mais da metade da \u00e1rea original do Cerrado no Brasil. A situa\u00e7\u00e3o \u00e9 t\u00e3o grave que, atualmente, estes dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos \u00e9 considerado uma \u00e1rea de preserva\u00e7\u00e3o priorit\u00e1ria.<\/p>\n<h3 style=\"text-align: left;\"><strong>Caatinga<\/strong><\/h3>\n<p style=\"text-align: left;\">A Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro, estende-se do Cear\u00e1 at\u00e9 o norte de Minas Gerais e Piau\u00ed, entre a Floresta Amaz\u00f4nica e a Mata Atl\u00e2ntica.<\/p>\n<p><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"size-full wp-image-14463\" src=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2015\/09\/cactos-da-caatinga-vegetacao-caracteristica.jpg\" alt=\"\" width=\"300\" height=\"400\" srcset=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2015\/09\/cactos-da-caatinga-vegetacao-caracteristica.jpg 300w, https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2015\/09\/cactos-da-caatinga-vegetacao-caracteristica-225x300.jpg 225w\" sizes=\"(max-width: 300px) 100vw, 300px\" \/><\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">O clima da regi\u00e3o \u00e9 quente e seco: apresenta pouca quantidade de chuvas e as temperaturas, geralmente, variam de 27 \u00b0C a 29 \u00b0C. Durante cerca de oito meses por ano, de maio a dezembro, n\u00e3o chove ou chove muito pouco &#8211; \u00e9 o chamado ver\u00e3o.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Quando chega o per\u00edodo marcado pelas chuvas, ressurgem as folhas e forma&#8211;se uma mata baixa e verde. Nessa \u00e9poca do ano, a pluviosidade na Caatinga \u00e9, em m\u00e9dia, 3 vezes menor que na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A paisagem da Caatinga \u00e9 mais complexa do que se imagina, e \u00e9 constitu\u00edda por ecossistemas bem diferentes. Al\u00e9m das \u00e1reas planas, encontram-se alguns morros isolados, os lajedos (terrenos com rochas em sua superf\u00edcie), os a\u00e7udes (lagos formados por represamento de \u00e1gua) e os brejos (pontos altos onde a umidade do ar \u00e9 maior, a temperatura m\u00e9dia \u00e9 menor e as chuvas s\u00e3o mais frequentes).<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A maioria dos rios presentes na Caatinga s\u00e3o intermitentes, isto \u00e9, correm apenas durante o per\u00edodo de chuvas e praticamente desaparecem durante a esta\u00e7\u00e3o seca.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Entre os rios perenes, ou seja, que n\u00e3o secam no ver\u00e3o, o principal \u00e9 o rio S\u00e3o Francisco. Ele forma uma das tr\u00eas principais bacias hidrogr\u00e1ficas do pa\u00eds: as outras duas s\u00e3o a do Amazonas e a do rio Paran\u00e1-Paraguai.<\/p>\n<h3 style=\"text-align: left;\">\u00a0<strong>Uma planta sem folhas est\u00e1 morta?<\/strong><\/h3>\n<p style=\"text-align: left;\">No caso das plantas da Caatinga, a aus\u00eancia de folhas, n\u00e3o necessariamente indica que eias estejam mortas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">As plantas, assim como voc\u00ea, tamb\u00e9m transpiram. Esse processo ocorre em c\u00e9lulas que ficam nas folhas do vegetal. Por isso, a queda das folhas ajuda a reduzir a perda de \u00e1gua pela transpira\u00e7\u00e3o.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Apesar do aspecto morto, um pequeno corte em um peda\u00e7o de<a href=\"http:\/\/planetabiologia.com\/caule-tipos-partes-funcao-dos-caules\/\"><strong> caule<\/strong><\/a> \u00e9 suficiente para observar que a planta est\u00e1 viva, e que ao chegar a \u00e9poca de chuvas, ela poder\u00e1 rebrotar.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Ainda que apresentem essa caracter\u00edstica, secas muito prolongadas podem levar essas plantas \u00e0 morte, pois sem folhas n\u00e3o h\u00e1 produ\u00e7\u00e3o de alimento (n\u00e3o h\u00e1 fotoss\u00edntese). Uma exce\u00e7\u00e3o s\u00e3o as plantas que realizam fotoss\u00edntese pelo caule (os cactos, por exemplo).<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A Caatinga j\u00e1 foi vista como um bioma muito parecido com o deserto, pobre em biodiversidade. Considerava-se que havia um predom\u00ednio de vegetais sem folhas, de alguns lagartos e de insetos.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Por\u00e9m, essa ideia n\u00e3o corresponde \u00e0 realidade e surgiu do pouco conhecimento que se tinha da flora e da fauna desse bioma. Cerca de 40% das esp\u00e9cies de plantas da Caatinga s\u00e3o end\u00eamicas.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Entre as esp\u00e9cies vegetais mais frequentes na Caatinga, temos a catingueira, as juremas, diversos cactos (como o mandacaru e o xiquexique), al\u00e9m de \u00e1rvores como o cajueiro, o umbuzeiro e o marmeleiro.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Entre animais t\u00edpicos da Caatinga est\u00e3o diferentes esp\u00e9cies de lagartos e de cobras, al\u00e9m de ratos, raposas, su\u00e7uaranas, tatus e aves como o carcar\u00e1, a arriba\u00e7\u00e3o (ou avoante) e o cardeal.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Da \u00e1rea original da Caatinga, parte foi devastada para agricultura e pecu\u00e1ria. Atualmente, outra causa de devasta\u00e7\u00e3o \u00e9 a retirada de \u00e1rvores para uso como combust\u00edvel ou em constru\u00e7\u00f5es.<\/p>\n<h3 style=\"text-align: left;\"><strong>Campos Sulinos ou Pampas<\/strong><\/h3>\n<p style=\"text-align: left;\">Apesar de existirem Campos em quase todo o Brasil, daremos aten\u00e7\u00e3o especial aos Campos do Rio Grande do Sul, conhecidos como <a href=\"http:\/\/planetabiologia.com\/bioma-pampas-ou-campos\/\">Pampa ou Campos sulinos<\/a>. Al\u00e9m do Brasil, o Pampa est\u00e1 presente na Argentina e no Uruguai.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">O inverno do Pampa \u00e9 frio, com temperaturas que variam de 10 \u00b0C a 14 \u00b0C. No ver\u00e3o, as temperaturas ficam entre 20 \u00b0C e 23 \u00b0C. O clima da regi\u00e3o \u00e9 \u00famido ao longo de todo o ano, por\u00e9m no ver\u00e3o h\u00e1 predomin\u00e2ncia de clima seco.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Em \u00e1reas onde o relevo \u00e9 suave e pouco ondulado, a vegeta\u00e7\u00e3o \u00e9 formada por campos com matas nas margens dos riachos (mata de galeria). Nas regi\u00f5es serranas, h\u00e1 uma mistura de campo e floresta um pouco semelhante \u00e0s florestas tropicais.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A paisagem do Pampa \u00e9 dominada pela presen\u00e7a de gram\u00edneas e de arbustos, especialmente leguminosas, plantas que produzem frutos na forma de vagens, como a pega-pega e o trevo-branco.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A fauna t\u00edpica \u00e9 constitu\u00edda, entre outros animais, por aves como ema, perdiz e marreco; por cobras como urutu, cotiara e jararaca; por mam\u00edferos como <a href=\"https:\/\/www.ufrgs.br\/faunadigitalrs\/mamiferos\/ordem-rodentia\/familia-myocastoridae\/ratao-do-banhado-myocastor-coypus\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\">rat\u00e3o-do-banhado<\/a>, capivara, tuco-tuco e gato-mourisco.<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">Entre as esp\u00e9cies animais amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o, podemos citar como exemplos o gato-palheiro e o lobo&#8211;guar\u00e1 (mam\u00edferos) e a \u00e1guia-cinzenta (ave).<\/p>\n<p style=\"text-align: left;\">A devasta\u00e7\u00e3o de aproximadamente 60% da \u00e1rea ocupada originalmente pelo Pampa \u00e9 resultado do uso das pastagens naturais para cria\u00e7\u00e3o de gado e do desmatamento para a agricultura de alta produtividade, como arroz, milho, trigo e soja.<\/p>\n<h3 style=\"text-align: left;\">Resumo da aula\u00a0Os principais dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos do Brasil<\/h3>\n<ul>\n<li style=\"text-align: left;\">A localiza\u00e7\u00e3o dos principais biomas florestados brasileiros: Floresta Amaz\u00f4nica, Mata dos Cocais. Mata Atl\u00e2ntica e Mata de Arauc\u00e1rias.<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">As principais caracter\u00edsticas geogr\u00e1ficas, clim\u00e1ticas e biol\u00f3gicas desses biomas brasileiros.<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">A situa\u00e7\u00e3o atual dos biomas florestados brasileiros em rela\u00e7\u00e3o ao seu estado original.<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">A localiza\u00e7\u00e3o dos principais biomas de forma\u00e7\u00f5es abertas brasileiros (Cerrado, Caatinga e Campos).<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">As principais caracter\u00edsticas geogr\u00e1ficas, clim\u00e1ticas e biol\u00f3gicas presentes nos biomas de forma\u00e7\u00f5es abertas brasileiros.<\/li>\n<li style=\"text-align: left;\">A import\u00e2ncia da preserva\u00e7\u00e3o desses biomas brasileiros a partir das suas caracter\u00edsticas do ponto de vista regional e global.<\/li>\n<\/ul>\n<h2>Bibliografia<\/h2>\n<ul>\n<li>AB\u2019SABER, A. N. Dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos e prov\u00edncias fitogeogr\u00e1ficas no Brasil.\u00a0<i>Orienta\u00e7\u00e3o<\/i>, S\u00e3o Paulo, n. 3, p. 45-48, 1967. [Republicado em\u00a0<i>Grandes paisagens brasileiras<\/i>. S\u00e3o Paulo: Eca, 1970a; e como parte do artigo \u201cProv\u00edncias geol\u00f3gicas e dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos no Brasil\u201d.\u00a0<i>Geomorfologia<\/i>, S\u00e3o Paulo, n. 20, p. 1-26, 1970b.<\/li>\n<li>AB\u2019SABER, A. N. Os dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos na Am\u00e9rica do Sul: primeira aproxima\u00e7\u00e3o.\u00a0<i>Geomorfologia<\/i>, S\u00e3o Paulo, n. 52, p. 1-22, 1977a<\/li>\n<\/ul>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Dom\u00ednio morfoclim\u00e1tico tamb\u00e9m podem ser chamados de dom\u00ednio paisag\u00edstico,  \u00e9 classificado de acordo com crit\u00e9rios geomorfol\u00f3gicos, clim\u00e1ticos e bot\u00e2nicos. Nessa aula vamos ver e entender os dom\u00ednios morfoclim\u00e1ticos brasileiros.<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":15094,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[45,38,78],"tags":[35],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4198"}],"collection":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=4198"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4198\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":14527,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4198\/revisions\/14527"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/15094"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=4198"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=4198"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=4198"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}