{"id":4320,"date":"2016-10-06T21:51:57","date_gmt":"2016-10-07T00:51:57","guid":{"rendered":"http:\/\/planetabiologia.com\/?p=4320"},"modified":"2022-11-21T21:49:32","modified_gmt":"2022-11-21T21:49:32","slug":"malaria-sintomas-tratamento-causa-prevencao-e-ciclo-de-vida","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/planetabiologia.com\/malaria-sintomas-tratamento-causa-prevencao-e-ciclo-de-vida\/","title":{"rendered":"Mal\u00e1ria: sintomas, tratamento, causa, preven\u00e7\u00e3o e ciclo de vida"},"content":{"rendered":"
H\u00e1 quem diga que a mal\u00e1ria<\/strong> \u00e9 a doen\u00e7a que mais influenciou o curso da hist\u00f3ria. Guerras foram perdidas ou se prolongaram por causa dela; a constru\u00e7\u00e3o do canal do Panam\u00e1 (entre 1880 e 1914) foi interrompida por longo per\u00edodo, e a empresa respons\u00e1vel pela obra foi \u00e0 fal\u00eancia, em raz\u00e3o da alta incid\u00eancia da doen\u00e7a entre os oper\u00e1rios, provocando numerosas mortes.<\/p>\n Tamb\u00e9m conhecida como impaludismo, febre palustre ou maleita, mal\u00e1ria tem seu nome derivado do italiano\u00a0mala aria,<\/em>\u00a0maus ares.<\/p>\n Acreditava-se que fosse provocada por “ares pestilentos”, hip\u00f3tese rejeitada em 1881, quando se descobriram os protozo\u00e1rios parasitas<\/strong> do g\u00eanero\u00a0Plasmodium<\/a>.<\/em><\/p>\n \u00c9 uma doen\u00e7a infecciosa com manifesta\u00e7\u00f5es agudas, em surtos. De todas as doen\u00e7as parasit\u00e1rias, talvez esta seja a mais antiga e a mais universalmente distribu\u00edda. Estima-se que, em todo o mundo, cerca de 300 milh\u00f5es de pessoas sejam infectadas por ano.<\/p>\n Mal\u00e1ria \u00e9 uma doen\u00e7a transmitida pela picada do mosquito Anopheles que injeta um protozo\u00e1rio chamado\u00a0plasm\u00f3dio<\/b><\/a>. Caracteriza-se por uma febre aguda e intensa e se n\u00e3o tratada pode levar a morte em poucos dias. A picada do mosquito costuma ser durante o anoitecer.<\/p>\n <\/a><\/p>\n Existem dezenas de esp\u00e9cies de plasm\u00f3dios (protozo\u00e1rios esporozo\u00e1rios do g\u00eanero\u00a0Plasmodium)<\/em>\u00a0que utilizam como hospedeiro, durante o ciclo de vida, um mosquito e um vertebrado.<\/p>\n Dessas esp\u00e9cies, quatro t\u00eam o ser humano como hospedeiro vertebrado e causam a mal\u00e1ria. No Brasil, encontram-se as esp\u00e9cies\u00a0P. vivax<\/em>\u00a0(respons\u00e1vel pela maioria dos casos),\u00a0P. falciparum<\/em>\u00a0e\u00a0P. malariae.<\/em>\u00a0A esp\u00e9cie\u00a0P. ovale<\/em>\u00a0\/ n\u00e3o ocorre no pa\u00eds. Os plasm\u00f3dios s\u00e3o parasitas heterox\u00eanicos: o ser humano \u00e9 seu hospedeiro vertebrado, e o mosquito, o hospedeiro invertebrado.<\/p>\n O vetor da mal\u00e1ria \u00e9 o mosquito-prego, inseto do g\u00eanero\u00a0Anopheles<\/em>.\u00a0Somente as f\u00eameas, que s\u00e3o hemat\u00f3fagas, transmitem o parasita.<\/p>\n Quando pica uma pessoa infectada, junto com o sangue a f\u00eamea de\u00a0Anopheles<\/em>\u00a0ingere gamet\u00f3citos (formas geradoras de gametas).<\/p>\n <\/p>\n No tubo digest\u00f3rio do mosquito, os gamet\u00f3citos diferenciam-se em gametas, que se unem, formando um zigoto. Por ser o local da reprodu\u00e7\u00e3o sexuada do plasm\u00f3dio, o mosquito \u00e9 considerado seu hospedeiro definitivo.<\/p>\n O zigoto invade a parede do tubo digest\u00f3rio do mosquito e converte-se em uma estrutura multinucleada denominada\u00a0oocisto,\u00a0que se divide em milhares de pequenas c\u00e9lulas alongadas, os\u00a0esporozo\u00edtos.<\/p>\n Estes migram para as gl\u00e2ndulas salivares do mosquito e s\u00e3o por ele inoculados na corrente sangu\u00ednea de outra pessoa.<\/p>\n Mosquitos que t\u00eam as gl\u00e2ndulas salivares repletas de esporozo\u00edtos sugam menor volume sangu\u00edneo do que os mosquitos n\u00e3o infectados; por isso, repetem v\u00e1rias vezes os ataques aos hospedeiros, o que aumenta a chance de transmiss\u00e3o.<\/p>\n Os esporozo\u00edtos, ent\u00e3o, alcan\u00e7am o f\u00edgado da pessoa, em cujas c\u00e9lulas realizam m\u00faltiplas divis\u00f5es. Os produtos, chamados\u00a0merozo\u00edtos,\u00a0atingem a corrente sangu\u00ednea e invadem hem\u00e1cias, nas quais se modificam e se replicam.\u00a0<\/strong><\/p>\n Dessa forma, originam novos merozo\u00edtos e acabam por provocar lise celular, o que lhes permite invadir outras hem\u00e1cias, em epis\u00f3dios c\u00edclicos acompanhados por febre e calafrio, que se repetem a cada 36, 48 ou 72 horas.<\/p>\n Alguns parasitas sofrem diferencia\u00e7\u00e3o celular dentro das hem\u00e1cias, originando os gamet\u00f3citos, que s\u00e3o transferidos para outro mosquito e nele iniciam a fase sexuada do ciclo.<\/strong><\/p>\n De acordo com o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, em 2009 foram confirmados no Brasil 300 mil casos de mal\u00e1ria, sendo 99% deles na Amaz\u00f4nia Legal (que inclui os estados do Acre, Amap\u00e1, Amazonas, Par\u00e1, Rond\u00f4nia, Roraima, Tocantins e parte do Mato Grosso e Maranh\u00e3o).<\/p>\n Por essa raz\u00e3o, os estados amaz\u00f4nicos s\u00e3o considerados \u00e1rea end\u00eamica de mal\u00e1ria. A maioria dos casos (85%) ocorre em \u00e1reas rurais, mas h\u00e1 registro tamb\u00e9m em \u00e1reas urbanas.<\/p>\n <\/a><\/p>\n Ainda que o n\u00famero de casos da doen\u00e7a seja elevado, observa-se diminui\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a anos anteriores na Amaz\u00f4nia Legal, que registrou mais de 600 mil doentes em 1999.<\/p>\n Esses resultados devem-se \u00e0 expans\u00e3o da rede de diagn\u00f3stico, \u00e0 detec\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a e ao tratamento oportuno dos pacientes e \u00e0 inclus\u00e3o de novos medicamentos no programa terap\u00eautico. No Brasil, a letalidade da mol\u00e9stia \u00e9 baixa e n\u00e3o chega a 0,1 % do total de enfermos.<\/p>\n As \u00e1reas coloridas do mapa apresentam registros cont\u00ednuos de casos da doen\u00e7a durante todo o ano. A incid\u00eancia parasit\u00e1ria anual (IPA) indica o risco de contrair a doen\u00e7a e classifica as \u00e1reas de transmiss\u00e3o em alto, m\u00e9dio e baixo risco, de acordo com o n\u00famero de casos por mil habitantes.<\/p>\n Para complementar seus estudos veja o artigo\u00a0Parasitismo, parasitoses, parasitas e hospedeiros<\/a>.<\/strong><\/p>\n As manifesta\u00e7\u00f5es t\u00edpicas da mal\u00e1ria s\u00e3o epis\u00f3dios de febre acompanhados por calafrios, dor de cabe\u00e7a, fadiga, del\u00edrios e v\u00f4mitos.<\/p>\n Quando os parasitas rompem as hem\u00e1cias, ocorre libera\u00e7\u00e3o de hemozo\u00edna, o “pigmento mal\u00e1rico . Essa subst\u00e2ncia \u00e9 resultante da degrada\u00e7\u00e3o da hemoglobina da qual os parasitas se alimentam. A libera\u00e7\u00e3o de hemozo\u00edna no plasma \u00e9 respons\u00e1vel pelos caracter\u00edsticos epis\u00f3dios de febre da mal\u00e1ria.<\/p>\nO que \u00e9 mal\u00e1ria<\/h2>\n
Agente etiol\u00f3gico e vetor<\/strong><\/h2>\n
Ciclo de vida do parasita<\/strong><\/h2>\n
A mal\u00e1ria no Brasil<\/strong><\/h2>\n
Manifesta\u00e7\u00f5es<\/strong><\/h2>\n