{"id":6858,"date":"2019-04-22T19:47:09","date_gmt":"2019-04-22T19:47:09","guid":{"rendered":"http:\/\/planetabiologia.com\/?p=6858"},"modified":"2022-11-23T15:25:25","modified_gmt":"2022-11-23T15:25:25","slug":"mitocondrias-funcao-e-estrutura-o-que-e","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/planetabiologia.com\/mitocondrias-funcao-e-estrutura-o-que-e\/","title":{"rendered":"Mitoc\u00f4ndrias: fun\u00e7\u00e3o, estrutura, o que \u00e9"},"content":{"rendered":"<p>Toda c\u00e9lula necessita de energia para realizar os diferentes tipos de atividades, para isso, organelas como as mitoc\u00f4ndrias, produzem mol\u00e9culas ricas em energia chamada de <a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/o-que-e-atp-adenosina-trifosfato\/\"><strong>trifosfato de adenosina<\/strong><\/a>. Popularmente conhecidas como ATP.<\/p>\n<p>Essas organelas s\u00e3o estruturas especializadas exclusivas das c\u00e9lulas de animais, plantas e fungos. Eles servem como baterias, alimentando diversas fun\u00e7\u00f5es da c\u00e9lula e do organismo como um todo.<\/p>\n<p>Embora as mitoc\u00f4ndrias sejam parte integrante da c\u00e9lula, h\u00e1 evid\u00eancias que mostram que eles evolu\u00edram a partir de bact\u00e9rias primitivas. Antes de continuar a leitura, d\u00ea uma olhada nesse v\u00eddeo logo abaixo.<\/p>\n<h2>O que s\u00e3o mitoc\u00f4ndrias<\/h2>\n<p><strong>Mitoc\u00f4ndrias<\/strong> s\u00e3o organelas presentes em c\u00e9lulas eucariontes com a fun\u00e7\u00e3o de realizar a respira\u00e7\u00e3o celular e produzir energia para as c\u00e9lulas.\u00a0 Elas possuem duas membranas que a delimitam e possuem seu pr\u00f3prio DNA, RNA e <a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/estrutura-e-funcao-dos-ribossomos-como-funcionam\/\"><strong>ribossomos<\/strong><\/a> para produzirem as pr\u00f3prias prote\u00ednas.<\/p>\n<p>Essas organelas conseguem produzir energia a partir da quebra de mol\u00e9culas de <a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/o-que-e-carboidrato\/\"><strong>carboidratos<\/strong><\/a>. A energia produzida nesse processo \u00e9 transferida para mol\u00e9culas de ADP que ir\u00e3o se transformar em ATP.<\/p>\n<p><iframe loading=\"lazy\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/Gh7B7JnTVMo\" width=\"560\" height=\"315\" frameborder=\"0\" allowfullscreen=\"allowfullscreen\"><\/iframe><\/p>\n<h2><strong><b>Fun\u00e7\u00e3o das mitoc\u00f4ndrias<\/b><\/strong><\/h2>\n<p>A principal fun\u00e7\u00e3o das mitoc\u00f4ndrias \u00e9 metabolizar ou quebrar carboidratos e \u00e1cidos graxos para gerar energia.\u00a0As c\u00e9lulas eucari\u00f3ticas usam energia na forma de uma mol\u00e9cula qu\u00edmica chamada ATP (trifosfato de adenosina).<\/p>\n<p><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"size-full wp-image-6871 aligncenter\" src=\"http:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Mitocondria-Fun\u00e7\u00e3o.jpg\" alt=\"Mitoc\u00f4ndrias \u2013 fun\u00e7\u00e3o e estrutura \u2013 O que \u00e9\" width=\"520\" height=\"300\" srcset=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Mitocondria-Fun\u00e7\u00e3o.jpg 520w, https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Mitocondria-Fun\u00e7\u00e3o-300x173.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 520px) 100vw, 520px\" \/><\/p>\n<p>A gera\u00e7\u00e3o de ATP ocorre dentro da matriz mitocondrial, embora os passos iniciais do metabolismo de carboidratos (glicose) ocorram fora da organela.<\/p>\n<p>De acordo com Geoffrey Cooper em &#8221; <a href=\"https:\/\/www.ncbi.nlm.nih.gov\/books\/NBK9839\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\">The Cell: A Molecular Approach<\/a> 2nd Ed &#8221; (Sinauer Associates, 2000):<\/p>\n<blockquote><p>&#8230; a glicose \u00e9 convertida em piruvato e depois transportada para a matriz. Os \u00e1cidos gordurosos, por outro lado, entram nas mitoc\u00f4ndrias tal como est\u00e3o.<\/p><\/blockquote>\n<p>O ATP \u00e9 produzido ao longo de tr\u00eas etapas vinculadas. Primeiro, usando enzimas presentes na matriz, o piruvato e os \u00e1cidos gordurosos s\u00e3o convertidos em uma mol\u00e9cula conhecida como acetil-CoA.<\/p>\n<p>Isso ent\u00e3o se torna o material de partida para uma segunda rea\u00e7\u00e3o qu\u00edmica conhecida como ciclo do \u00e1cido c\u00edtrico ou Ciclo de Krebs.<\/p>\n<p>Este passo produz bastante di\u00f3xido de carbono e duas mol\u00e9culas adicionais, NADH e FADH 2, que s\u00e3o ricas em el\u00e9trons. As duas mol\u00e9culas se movem para a membrana mitocondrial interna e come\u00e7am o terceiro passo: fosforila\u00e7\u00e3o oxidativa.<\/p>\n<p>Nesta \u00faltima rea\u00e7\u00e3o qu\u00edmica, NADH e FADH 2\u00a0\u00a0doam seus el\u00e9trons para oxig\u00eanio, o que leva a condi\u00e7\u00f5es adequadas para a forma\u00e7\u00e3o de ATP.<\/p>\n<p>Uma fun\u00e7\u00e3o secund\u00e1ria das mitoc\u00f4ndrias \u00e9 sintetizar prote\u00ednas para seu pr\u00f3prio uso. Eles trabalham de forma independente e executam a transcri\u00e7\u00e3o de DNA para RNA, e a tradu\u00e7\u00e3o de RNA para amino\u00e1cidos (os blocos de constru\u00e7\u00e3o da prote\u00edna), sem usar nenhum componente da c\u00e9lula.<\/p>\n<p>No entanto, aqui tamb\u00e9m, existem diferen\u00e7as nos eucariotas. A sequ\u00eancia de tr\u00eas DNA nucleot\u00eddeos UAG (uracil-adenina-guanina) \u00e9 uma instru\u00e7\u00e3o para a tradu\u00e7\u00e3o para parar no n\u00facleo eucariota.<\/p>\n<p>De acordo com os autores de &#8221; Molecular Cell Biology 4th Ed &#8221; (WH Freeman, 2000), enquanto esta sequ\u00eancia tamb\u00e9m interrompe a tradu\u00e7\u00e3o nas mitoc\u00f4ndrias das plantas, ele codifica o amino\u00e1cido triptofano nas mitoc\u00f4ndrias de mam\u00edferos, moscas e leveduras de frutos.<\/p>\n<p>Al\u00e9m disso, os transcritos de RNA que surgem de genes mitocondriais s\u00e3o processados \u200b\u200bde forma diferente em plantas do que em animais.<\/p>\n<blockquote><p>&#8220;Muitas modifica\u00e7\u00f5es devem ocorrer nas mitoc\u00f4ndrias das plantas para que esses genes sejam funcionais&#8221;,<\/p>\n<p style=\"text-align: right;\"><a href=\"https:\/\/www.livescience.com\/50679-mitochondria.html\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\">Sloan \u00e0 LiveScience<\/a>.<\/p>\n<\/blockquote>\n<p>Por exemplo, em plantas, os nucleot\u00eddeos individuais de transcritos de RNA s\u00e3o editados antes da transforma\u00e7\u00e3o ou s\u00edntese proteica ter lugar. Al\u00e9m disso, os intr\u00f5es, ou por\u00e7\u00f5es de RNA mitocondrial que n\u00e3o carregam instru\u00e7\u00f5es para a s\u00edntese prot\u00e9ica, s\u00e3o empalhados.<\/p>\n<h2><strong><b>Ocorr\u00eancia<\/b><\/strong><\/h2>\n<p>Todos os organismos vivos s\u00e3o constru\u00eddos com um tijolo fundamental: a c\u00e9lula. Em alguns casos, uma \u00fanica c\u00e9lula constitui um organismo inteiro.<\/p>\n<p>As c\u00e9lulas cont\u00eam material gen\u00e9tico ( DNA\u00a0\u00a0e RNA), e desempenham fun\u00e7\u00f5es essenciais, como o metabolismo e s\u00edntese proteica.<\/p>\n<p>As c\u00e9lulas tamb\u00e9m s\u00e3o capazes de auto-replicar. No entanto, o n\u00edvel de organiza\u00e7\u00e3o varia dentro das c\u00e9lulas de diferentes organismos. Com base nessas diferen\u00e7as, os organismos s\u00e3o divididos em dois grupos: eucariotas e procariotas.<\/p>\n<p>Plantas, animais e fungos s\u00e3o todos eucariotas e possuem c\u00e9lulas altamente ordenadas. O seu material gen\u00e9tico \u00e9 empacotado em um n\u00facleo central.<\/p>\n<p>Eles tamb\u00e9m possuem componentes celulares especializados denominados\u00a0\u00a0<a href=\"http:\/\/planetabiologia.com\/funcoes-das-organelas-celulares-resumo\/\"><strong>organelas celulares<\/strong><\/a>, cada um dos quais executa uma tarefa espec\u00edfica.<\/p>\n<p>Organelas como a mitoc\u00f4ndria, o ret\u00edculo endoplasm\u00e1tico rugoso e o <a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/complexo-golgiense\/\">complexo golgiense<\/a> servem, respectivamente, para gerar energia, sintetizar prote\u00ednas e prote\u00ednas de pacote para transporte para diferentes partes da c\u00e9lula e al\u00e9m.<\/p>\n<p>O n\u00facleo, bem como a maioria dos organelas eucari\u00f3ticos, est\u00e1 ligado por membranas que regulam a entrada e sa\u00edda de prote\u00ednas, enzimas e outros materiais celulares para e do organelo.<\/p>\n<p>Os procariontes, por outro lado, s\u00e3o organismos unicelulares, como bact\u00e9rias e arqueias. As c\u00e9lulas procari\u00f3ticas s\u00e3o menos estruturadas que as c\u00e9lulas eucari\u00f3ticas, pois eucariontes tem n\u00facleo.<\/p>\n<p>Em vez disso, seu material gen\u00e9tico est\u00e1 flutuando livremente dentro da c\u00e9lula. Eles tamb\u00e9m\u00a0\u00a0n\u00e3o possuem muitos organelos ligados \u00e0 membrana\u00a0\u00a0encontrados em c\u00e9lulas eucari\u00f3ticas. Assim, os procariotas n\u00e3o t\u00eam mitoc\u00f4ndrias.<\/p>\n<h2>As partes de uma mitoc\u00f4ndria.<\/h2>\n<p><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"size-full wp-image-6868 aligncenter\" src=\"http:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Mitoc\u00f4ndrias-fun\u00e7\u00e3o-e-estrutura-O-que-\u00e9.jpg\" alt=\"partes de uma mitocondria\" width=\"450\" height=\"320\" srcset=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Mitoc\u00f4ndrias-fun\u00e7\u00e3o-e-estrutura-O-que-\u00e9.jpg 450w, https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Mitoc\u00f4ndrias-fun\u00e7\u00e3o-e-estrutura-O-que-\u00e9-300x213.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 450px) 100vw, 450px\" \/><\/p>\n<h2><strong><b>Estrutura<\/b><\/strong><\/h2>\n<p>Em uma\u00a0\u00a0revis\u00e3o de 1981 da hist\u00f3ria das mitoc\u00f4ndrias\u00a0\u00a0no Journal of Cell Biology, os autores Lars Ernster e Gottfried Schatz observam que a primeira observa\u00e7\u00e3o verdadeira das mitoc\u00f4ndrias foi feita por Richard Altmann em 1890.<\/p>\n<p>Enquanto Altmann os chamava de &#8220;bioblastos&#8221;, sua atual, visualmente descritiva O nome foi dado por Carl Benda em 1898, com base em suas observa\u00e7\u00f5es de desenvolvimento de esperma. &#8220;Mitoc\u00f4ndria&#8221; deriva de duas palavras gregas: &#8220;mitos&#8221; que significa &#8220;fio&#8221;, e &#8220;chondros&#8221; que significa granulado.<\/p>\n<p>Conforme descrito por Karen Hales, professora de biologia no Davidson College, em\u00a0\u00a0Nature Education , essas organelas s\u00e3o din\u00e2micas e constantemente fundem-se para formar cadeias e depois se separam.<\/p>\n<p>As mitoc\u00f4ndrias individuais s\u00e3o em forma de c\u00e1psula, com uma membrana externa e uma membrana interior ondulada, que se assemelha a dedos salientes.<\/p>\n<p>Estes plissados \u200b\u200bmembranosos s\u00e3o chamados de cristas, e servem para aumentar a superf\u00edcie total da membrana. Quando comparada \u00e0s cristas, a membrana externa \u00e9 mais porosa e menos seletiva sobre os materiais que ela permite.<\/p>\n<p>A matriz \u00e9 a por\u00e7\u00e3o central da organela e \u00e9 cercada por cristas. Cont\u00e9m enzimas e DNA. As mitoc\u00f4ndrias s\u00e3o diferentes das organelas (com exce\u00e7\u00e3o dos <a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/cloroplasto\/\"><strong>cloroplastos<\/strong><\/a> vegetais), na medida em que possuem seu pr\u00f3prio conjunto de DNA e genes que codificam prote\u00ednas.<\/p>\n<p>As mitoc\u00f4ndrias de plantas foram observadas pela primeira vez por Friedrich Meves em 1904, como mencionado por Ernster e Schatz ( Journal of Cell Biology, 1981 ).<\/p>\n<p>Embora as mitoc\u00f4ndrias de plantas e animais n\u00e3o diferem em sua estrutura b\u00e1sica,\u00a0\u00a0Dan Sloan , professor assistente da Universidade do Colorado, disse que seus\u00a0\u00a0genomas\u00a0\u00a0s\u00e3o bastante diferentes. Eles variam em tamanho e estrutura.<\/p>\n<p>De acordo com Sloan, os genomas da maioria das plantas com flores s\u00e3o cerca de 100.000\u00a0\u00a0pares de bases\u00a0\u00a0em tamanho e podem ser t\u00e3o grandes como 10 milh\u00f5es de pares de bases.<\/p>\n<p>Em contraste, os genomas de mam\u00edferos s\u00e3o de cerca de 15.000 a 16.000 pares de bases de tamanho. Al\u00e9m disso, enquanto o genoma mitocondrial animal tem uma configura\u00e7\u00e3o circular simples, Sloan disse que o genoma mitocondrial da planta, embora retratado como circular, poderia assumir formas alternativas. &#8220;Sua estrutura real in vivo [dentro da planta] n\u00e3o \u00e9 bem compreendida. Podem ser mol\u00e9culas ramificadas complexas &#8220;, disse ele.<\/p>\n<h2><strong><b>Origem das mitoc\u00f4ndrias: A teoria\u00a0<\/b><\/strong>endossimbionte<\/h2>\n<p>Em seu artigo de 1967, &#8220;On the Origins of Mitosing Cells&#8221;, publicado no <a href=\"https:\/\/www.journals.elsevier.com\/journal-of-theoretical-biology\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\">Journal of Theoretical Biology<\/a>, a cientista Lynn Margulis prop\u00f4s uma teoria para explicar como as c\u00e9lulas eucari\u00f3ticas, juntamente com suas organelas, foram formadas.<\/p>\n<p>Ela sugeriu que as mitoc\u00f4ndrias e os cloroplastos de plantas eram uma vez c\u00e9lulas procari\u00f3ticas livres que foram engolidas por uma c\u00e9lula hospedeira eucari\u00f3tica primitiva.<\/p>\n<p>A hip\u00f3tese de Margulis \u00e9 agora conhecida como a &#8220;teoria endossibionte&#8221;.\u00a0\u00a0Dennis Searcy , professor em\u00e9rito da Universidade de Massachusetts Amherst, explicou o seguinte: &#8220;Duas c\u00e9lulas come\u00e7aram a viver juntas, trocando algum tipo de substrato ou metabolito [produto do metabolismo, como ATP]. A associa\u00e7\u00e3o tornou-se obrigat\u00f3ria, de modo que agora, a c\u00e9lula hospedeira n\u00e3o pode viver separadamente &#8220;.<\/p>\n<p>Mesmo no momento em que Margulis o prop\u00f4s, j\u00e1 existiam vers\u00f5es da teoria do endosimbionte, algumas datadas de 1910 e 1915. &#8220;Embora essas id\u00e9ias n\u00e3o sejam novas, neste artigo foram sintetizadas de forma a serem consistentes com dados recentes sobre bioqu\u00edmica e <strong>citologia<\/strong> de organelas subcelulares&#8221;, escreveu ela em seu artigo.<\/p>\n<p>De acordo com um artigo de 2012\u00a0\u00a0sobre a evolu\u00e7\u00e3o mitocondrial\u00a0\u00a0de<a href=\"https:\/\/www.ncbi.nlm.nih.gov\/pmc\/articles\/PMC3428767\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\"> Michael Gray na revista Cold Spring Harbor Perspectives in Biology<\/a>, Margulis baseou sua hip\u00f3tese em duas provas fundamentais.<\/p>\n<p>Primeiro, as mitoc\u00f4ndrias possuem seu pr\u00f3prio DNA. Em segundo lugar, os organelos s\u00e3o capazes de traduzir as mensagens codificadas em seus genes para prote\u00ednas, sem usar nenhum dos recursos da c\u00e9lula eucari\u00f3tica.<\/p>\n<p>O sequenciamento do genoma e as an\u00e1lises do DNA mitocondrial estabeleceram que Margulis estava correto sobre as origens das mitoc\u00f4ndrias.<\/p>\n<p>A linhagem da organela foi rastreada at\u00e9 um antepassado bacteriano primitivo conhecido como alfaproteobact\u00e9rias (\u03b1-proteobact\u00e9rias).<\/p>\n<p>Apesar da confirma\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio bacteriano das mitoc\u00f4ndrias, a teoria do endosimbiont continua a ser pesquisada. &#8220;Uma das maiores quest\u00f5es agora \u00e9:&#8221; Quem \u00e9 a c\u00e9lula hospedeira? &#8220;, Sloan disse \u00e0 LiveScienc<\/p>\n<p>. Como Gray observou em seu artigo, as quest\u00f5es que demoram \u00e9 se as mitoc\u00f4ndrias se originaram ap\u00f3s a c\u00e9lula eucari\u00f3tica surgir (como hip\u00f3tese na teoria do endosimbio) ou se a mitoc\u00f4ndria e a c\u00e9lula hospedeira emergiram juntas, ao mesmo tempo.<\/p>\n<h2>Mitoc\u00f4ndrias Resumo<\/h2>\n<p>Diversas c\u00e9lulas t\u00eam atividade metab\u00f3lica muito intensa e requerem grande quantidade de energia. No citoplasma dessas c\u00e9lulas \u00e9 poss\u00edvel encontrar muitas organelas denominadas mitoc\u00f4ndrias, respons\u00e1veis pela respira\u00e7\u00e3o celular. Nessas organelas ocorre a rea\u00e7\u00e3o de compostos org\u00e2nicos com o g\u00e1s oxig\u00eanio e a libera\u00e7\u00e3o de energia na forma de ATP.<\/p>\n<p>A estrutura de uma mitoc\u00f4ndria em uma imagem t\u00edpica de microscopia eletr\u00f4nica de grande amplia\u00e7\u00e3o (cerca de 100 mil vezes). A imagem foi colorizada por computador, adicionando a cor vermelha \u00e0 mitoc\u00f4ndria. O ret\u00edculo endoplasm\u00e1tico granuloso ficou azul, e as ves\u00edculas de secre\u00e7\u00e3o aparecem em tons de verde.<\/p>\n<figure id=\"attachment_13294\" aria-describedby=\"caption-attachment-13294\" style=\"width: 450px\" class=\"wp-caption aligncenter\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"wp-image-13294 size-full\" src=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Mitocondrias-Fotografia-ao-microscopio-eletronico-de-transmissao.jpg\" alt=\"estrutura de uma mitoc\u00f4ndria\" width=\"450\" height=\"356\" srcset=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Mitocondrias-Fotografia-ao-microscopio-eletronico-de-transmissao.jpg 450w, https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Mitocondrias-Fotografia-ao-microscopio-eletronico-de-transmissao-300x237.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 450px) 100vw, 450px\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-13294\" class=\"wp-caption-text\">Fotografia ao <a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/microscopia-eletronica-de-transmissao\/\">microsc\u00f3pio eletr\u00f4nico de transmiss\u00e3o<\/a>, colorizada por computador, conferindo cor vermelha \u00e0 mitoc\u00f4ndria, que tem cerca de 1 \u03bcm de comprimento.<\/figcaption><\/figure>\n<p>O interior da mitoc\u00f4ndria tem um complexo sistema de membranas que \u00e9 indicador da grande quantidade de rea\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas dessa organela. As dobras da membrana s\u00e3o chamadas cristas. O espa\u00e7o interno da mitoc\u00f4ndria \u00e9 preenchido pela matriz mitocondrial, a parte funcional, especializada em rea\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas.<\/p>\n<p>Al\u00e9m da membrana interna, as mitoc\u00f4ndrias tamb\u00e9m possuem uma membrana externa. Existe grande diferen\u00e7a na permeabilidade dessas duas membranas. A externa tem grande permeabilidade, com canais proteicos que permitem a passagem de subst\u00e2ncias como \u00e1gua, e mesmo compostos<\/p>\n<p>org\u00e2nicos, como mol\u00e9culas de tamanho avantajado. A membrana interna \u00e9 imperme\u00e1vel a elas, o que torna o espa\u00e7o inter-membranas praticamente um prolongamento do citosol da c\u00e9lula.<\/p>\n<p>C\u00e9lulas musculares t\u00eam muitas mitoc\u00f4ndrias no citoplasma, o que \u00e9 compreens\u00edvel em raz\u00e3o da alta demanda energ\u00e9tica dessas c\u00e9lulas. As c\u00e9lulas do m\u00fasculo card\u00edaco, que est\u00e1 constantemente se contraindo e relaxando, tamb\u00e9m apresentam grande quantidade de mitoc\u00f4ndrias.<\/p>\n<p>Embora as mitoc\u00f4ndrias classicamente sejam representadas como nas imagens anteriores, \u00e9 importante saber que elas t\u00eam estrutura flex\u00edvel e se modificam de acordo com os espa\u00e7os dispon\u00edveis e at\u00e9 mesmo com suas fun\u00e7\u00f5es espec\u00edficas. Observe a forma das diversas mitoc\u00f4ndrias vistas at\u00e9 aqui.<\/p>\n<p>\u00c9 compreens\u00edvel que nas c\u00e9lulas musculares elas estejam ajustadas em pequenos espa\u00e7os, alongando-se paralelamente \u00e0s miofibrilas. No entanto, nas c\u00e9lulas dos espermatozoides de mam\u00edferos, com alta demanda energ\u00e9tica, o formato das mitoc\u00f4ndrias \u00e9 muito diferente.<\/p>\n<p>Observe, na figura abaixo, a fotografia (e um esquema) de um espermatozoide de morcego, mostrando em destaque a cabe\u00e7a e a pe\u00e7a intermedi\u00e1ria. As mitoc\u00f4ndrias envolvem a pe\u00e7a intermedi\u00e1ria do espermatozoide.<\/p>\n<p><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"aligncenter size-full wp-image-13295\" src=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Fotografia-obtida-ao-microscopio-eletronico-de-transmissao-de-espermatozoide.jpg\" alt=\"espermatozoides de mam\u00edferos\" width=\"600\" height=\"348\" srcset=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Fotografia-obtida-ao-microscopio-eletronico-de-transmissao-de-espermatozoide.jpg 600w, https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/Fotografia-obtida-ao-microscopio-eletronico-de-transmissao-de-espermatozoide-300x174.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 600px) 100vw, 600px\" \/><\/p>\n<p>A fotografia acima foi obtida por microsc\u00f3pio eletr\u00f4nico de transmiss\u00e3o de espermatozoide de <a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/ecolocalizacao-dos-morcegos\/\"><strong>morcego<\/strong><\/a> com aumento de 2 mil vezes. Os espermatozoides de mam\u00edferos t\u00eam uma pe\u00e7a intermedi\u00e1ria muito rica em mitoc\u00f4ndrias. Veja no esquema ao lado que essas organelas (em azul) n\u00e3o t\u00eam a forma caracter\u00edstica tradicionalmente utilizada em representa\u00e7\u00f5es gr\u00e1ficas.<\/p>\n<p>As mitoc\u00f4ndrias t\u00eam outra particularidade muito importante. Observe as formas variadas das mitoc\u00f4ndrias e preste especial aten\u00e7\u00e3o \u00e0 indicada pela seta, que parece estar se dividindo.<\/p>\n<figure id=\"attachment_13296\" aria-describedby=\"caption-attachment-13296\" style=\"width: 377px\" class=\"wp-caption aligncenter\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" class=\"wp-image-13296 size-full\" src=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/formas-variadas-das-mitocondrias.jpg\" alt=\"formas variadas das mitoc\u00f4ndrias\" width=\"377\" height=\"308\" srcset=\"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/formas-variadas-das-mitocondrias.jpg 377w, https:\/\/planetabiologia.com\/wp-content\/uploads\/2017\/09\/formas-variadas-das-mitocondrias-300x245.jpg 300w\" sizes=\"(max-width: 377px) 100vw, 377px\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-13296\" class=\"wp-caption-text\">Fotografia obtida em microsc\u00f3pio eletr\u00f4nico de transmiss\u00e3o, colorizada por computador, que adicionou a colora\u00e7\u00e3o azul \u00e0 parte central das mitoc\u00f4ndrias e verde \u00e0 sua membrana externa. A menor mitoc\u00f4ndria tem cerca de 1 \u03bcm de di\u00e2metro.<\/figcaption><\/figure>\n<p>De fato, as mitoc\u00f4ndrias s\u00e3o capazes de se autoduplicar e possuem, inclusive, DNA pr\u00f3prio, embora dependam do DNA nuclear para suas fun\u00e7\u00f5es, inclusive para sua duplica\u00e7\u00e3o. Assim, elas funcionam de maneira parecida com microrganismos internos, com a diferen\u00e7a de que as mitoc\u00f4ndrias se tornaram indispens\u00e1veis \u00e0 sobreviv\u00eancia da maioria das c\u00e9lulas que as possuem.<\/p>\n<h2>Leitura sugerida<\/h2>\n<ul>\n<li><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/estrutura-celular-e-organelas-citoplasmaticas\/\">Organelas citoplasm\u00e1ticas<\/a><\/li>\n<li><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/teoria-celular-a-descoberta-das-celulas\/\">Teoria celular<\/a><\/li>\n<li><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/hipotese-heterotrofica\/\">Hip\u00f3tese heterotr\u00f3fica<\/a><\/li>\n<li><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/celula-animal-estrutura-caracteristicas-gerais\/\">C\u00e9lula animal<\/a><\/li>\n<li><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/a-celula-vegetal-caracteristicas-gerais\/\">C\u00e9lula vegetal<\/a><\/li>\n<li><a href=\"https:\/\/planetabiologia.com\/acido-nucleico\/\">\u00c1cidos nucleicos<\/a><\/li>\n<\/ul>\n<p><strong><b>Recursos adicionais<\/b><\/strong><\/p>\n<ul>\n<li>National Institutes of Health Genetics Refer\u00eancia Inicial:<a href=\"http:\/\/ghr.nlm.nih.gov\/glossary=mitochondria\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\">Mitoc\u00f4ndria<\/a><\/li>\n<li>National Science Foundation: <a href=\"http:\/\/science360.gov\/obj\/video\/3f83df2e-6513-4728-a1d6-1959efa4b06c\/chalk-talk-mitochondria\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\">Chalk Talk on Mitochondria<\/a><\/li>\n<\/ul>\n<h2>Refer\u00eancias Bibliogr\u00e1ficas<\/h2>\n<ol class=\"references\">\n<li id=\"cite_note-1\"><span class=\"reference-text\"><cite class=\"citation book\">Sperelakis, Nicholas (editor); Freedman, Jeffrey C. (autor do cap\u00edtulo); Ferguson, Donald G. (autor do cap\u00edtulo). \u00ab6:Ultrastructure of cell\u00bb.\u00a0<i>Cell Physiology Sourcebook<\/i>. A Molecular Approach (em ingl\u00eas) 3\u00aa ed. San Diego, California: Academic Press. p.\u00a0105. 1235\u00a0p\u00e1ginas.\u00a0ISBN\u00a00-12-656977-0<\/cite><\/span><\/li>\n<li>Karp, Gerald (2008).\u00a0<i>Cell and Molecular Biology<\/i>. Concepts and Experiments (em ingl\u00eas) 5\u00aa ed. New Jersey: John Wiley. p.\u00a0180-213.\u00a0ISBN\u00a0978-0-470-04217-5<\/li>\n<li>Youtube &#8211; <a href=\"https:\/\/www.youtube.com\/watch?v=Gh7B7JnTVMo&amp;feature=youtu.be\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\">Estrutura e fun\u00e7\u00e3o das mitoc\u00f4ndrias<\/a> &#8211; Acessado em 14 de janeiro de 2021<\/li>\n<\/ol>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>As mitoc\u00f4ndrias s\u00e3o as organelas respons\u00e1veis por produzir a energia para c\u00e9lulas eucariontes. \u00c9 nas mitoc\u00f4ndrias que acontece um processo chamado de respira\u00e7\u00e3o celular. Atrav\u00e9s da oxida\u00e7\u00e3o de carboidratos e \u00e1cidos graxos, as mitoc\u00f4ndrias conseguem produzir mol\u00e9culas energ\u00e9ticas chamadas de ATP.<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":15277,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[77,38,50],"tags":[4,95],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6858"}],"collection":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=6858"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6858\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":15278,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6858\/revisions\/15278"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/15277"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=6858"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=6858"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/planetabiologia.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=6858"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}