O que é saneamento básico – importância – tudo sobre
Nesta aula veremos o que é saneamento básico e sua importância. Também chamado de saneamento ambiental, podemos dividir o saneamento básico em três partes: ETA, que são as estações de tratamento de água; as ETE, que são as estações de tratamento de esgoto; e a coleta e destinação dos resíduos sólidos. Veja uma vídeo aula logo abaixo e depois continue com a leitura.
O que é saneamento básico
Em todos os países, os governantes têm o dever de realizar o tratamento da água e do esgoto a fim de garantir condições de higiene e saúde à população e condições ambientais. Esses procedimentos são chamados de saneamento básico.
Os principais objetivos do saneamento básico são prevenir doenças e promover a saúde das comunidades. Esses objetivos podem ser obtidos por meio dos seguintes procedimentos:
- tratamento e distribuição da água potável;
- coleta e tratamento do esgoto;
- coleta e destinação adequada do lixo.
Tratamento de esgoto
Esgoto é toda água já usada em residências, comércios e indústrias. Em casa, por exemplo, é a água que foi utilizada para tomar banho, lavar a louça, dar a descarga, escovar os dentes, limpar a casa etc.
Para controlar a poluição das águas, a coleta e o tratamento dos esgotos são fundamentais. No Brasil, existe coleta de esgoto tanto na zona urbana como na zona rural.
É importante saber que nem todo esgoto coletado é tratado. No Brasil, segundo os dados mais recentes disponibilizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2008, 28,5% dos municípios faziam tratamento do esgoto coletado.
Estação de tratamento de esgoto – ETE
Embora uma ETE seja uma instalação muito complexa, as etapas básicas do tratamento de esgoto podem ser entendidas pelo esquema simplificado mostrado a seguir.
1 Entrada de esgoto bruto recolhido da rede de esgoto da cidade,
2 Conjunto de grades grossas de metal, que retém objetos e materiais grandes.
3 Conjunto de grades médias de metal, que retém objetos e materiais menores. O material retido pelas grades é retirado e levado para aterros ou encaminhado para reciclagem.
4 Caixa de areia, onde ocorre a sedimentação de areia e de outras partículas maiores.
5 No tanque chamado decantador primário ocorre a sedimentação de partículas sólidas pequenas e de matéria orgânica.
6 No tanque de aeração, o ar é borbulhado para aumentar a quantidade de gás oxigênio na água. Esse processo favorece a multiplicação de microrganismos que consomem o material orgânico ainda presente na parte líquida.
7 No tanque chamado decantador secundário ocorre a sedimentação do material orgânico decomposto, o lodo. Esse lodo é retirado, tratado e pode ser utilizado como adubo na agricultura, por ser rico em matéria orgânica, ou para produzir gás metano, pela decomposição da matéria orgânica.
8 Após a retirada do lodo, podem ser adicionados compostos com cloro, que agem como desinfetantes.
9 O esgoto tratado é lançado no rio.
Fossa séptica
Nas casas em que o esgoto não é coletado, ele deve ser recolhido em uma fossa séptica.
A fossa séptica, muito usada na zona rural, recebe os dejetos do banheiro, da pia e dos ralos. Inicialmente, são feitos dois buracos no solo, com aproximadamente 2 a 3 metros de profundidade. As paredes devem ser revestidas por alvenaria ou por concreto e ligadas entre si por um tubo. O esgoto é coletado na fossa séptica, onde o material sólido se acumula no fundo e vai se decompondo. A parte líquida que contém alguns resíduos fica na parte superior. Essa parte líquida, com menos impurezas, passa para o segundo tanque (sumidouro), que tem fundo de terra e permite a infiltração desse líquido.
A terra funciona como um filtro, retendo a parte sólida não dissolvida e microrganismos como bactérias, fungos, protozoários e vírus.
Obtenção e tratamento de água
Poços
Normalmente, nas regiões onde não existe coleta de esgoto, também não existe o fornecimento de água encanada; a água consumida é retirada diretamente de um rio, de uma nascente ou de poços.
Para fazer um poço raso, deve-se escavar um buraco até um aquífero. A profundidade necessária para isso varia de uma região para outra, geralmente de 5 a 20 metros.
Os poços devem ser revestidos com tijolos ou anéis de concreto, Na parte superior, acima da superfície, deve ser construída uma mureta com aproximadamente 30 centímetros de altura, e a abertura do poço deve ser coberta.
A água do poço, antes de ser utilizada, deve ser analisada para comprovar a ausência de toxinas e microrganismos. A análise deve ser repetida periodicamente. Outro cuidado que se deve ter ao usar a água do poço é filtrá-la e fervê-la. A fervura é importante para matar os microrganismos.
Há cuidados que devem ser tomados ao se perfurar um poço no mesmo terreno onde existem fossas sépticas e sumidouros. Acompanhe na ilustração abaixo.
Estação de tratamento de água – ETA
A água que vai ser tratada é geralmente captada de represas e rios (mananciais). Observe a ilustração e acompanhe as explicações de cada etapa.
- Antes de chegar à estação de tratamento,, a água passa por grades metálicas (filtro grosseiro), que retêm materiais sólidos de grande tamanho.
- Na fase chamada pré-floculação, a água recebe a adição de cal e sulfato de alumínio, que se combinam formando flocos (partículas de aspecto gelatinoso).
- Essa mistura passa para o tanque de floculação, onde é agitada, e as partículas sólidas de sujeira em suspensão se aderem aos flocos.
- Os flocos com a sujeira aderida, junto com a água, são encaminhados para o tanque de decantação. A decantação é um processo de separação de misturas no qual as partes sólidas se depositam no fundo.
- Após a decantação, a água escoa pela parte superior do tanque e passa para outro tanque, onde ocorrerá a filtração.
- Ao final do processo, são adicionadas substâncias contendo hipoclorito ou gás cloro, desinfetantes que têm a capacidade de matar os microrganismos que ainda estiverem na água e, em algumas estações de tratamento, ainda são adicionados compostos de flúor.
O flúor ajuda a reduzir as cáries nos dentes ou evitar a formação delas.
A água tratada é encaminhada para os reservatórios de água da cidade, por encanamentos apropriados. Desses reservatórios, geralmente localizados nas regiões mais altas da cidade, a água é distribuída para as residências.
A captação, o tratamento e a distribuição da água têm um custo. Esse é um dos motivos pelos quais pagamos pela água que recebemos.
Custo da água
O aparelho que mede a quantidade de água utilizada em uma residência é chamado de hidrômetro.
A passagem da água pelo hidrômetro faz com que sua hélice interna gire. O número de giros registrado no mostrador corresponde à quantidade de água consumida.
Mensalmente, um funcionário da companhia de águas e esgoto faz a leitura do hidrômetro, que indica, em metros cúbicos, o volume de água consumida. A partir dessa leitura, é emitida a conta de água.
Quanto mais água se consome, mais dinheiro é gasto. Sabemos que os recursos hídricos são limitados. O consumo excessivo e o desperdício poderão levar a uma redução da quantidade de água disponível para consumo. Esse é o principal motivo pelo qual devemos evitar desperdícios.
Uso correto da água
Durante muito tempo a água foi considerada um recurso natural infinito. No entanto, o crescimento da população e das atividades econômicas, tanto industriais como agrícolas, tem sido responsável pelo aumento do consumo de água e pela maior produção de esgoto, poluindo cada vez mais rios e mares.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), desde 1950, a quantidade de água retirada de rios, aquíferos e outras fontes aumentou 9 vezes, enquanto a população cresceu 3 vezes. O consumo de água por pessoa dobrou nesse período.
O Brasil, como diversos outros países, começa a perceber que é essencial administrar melhor os recursos hídricos. Assim será possível aumentar o número de pessoas com acesso à água potável, aumentar a produtividade agrícola, reduzir a degradação do solo e a poluição da água.
Evitando desperdícios
Você e sua família, em casa, podem contribuir para diminuir o consumo de água, adotando atitudes que evitem o desperdício.
- Pressionar a válvula da descarga do vaso sanitário somente o tempo necessário (3 segundos é o suficiente).
- Uma válvula comum consome cerca de 20 litros em cada descarga,
- Não jogar lixo no vaso sanitário economiza água e evita entupimentos.
- Fechar a torneira enquanto escova os dentes.
- Reduzir o tempo de banho para 5 minutos e deixar o chuveiro fechado enquanto se ensaboa.
- Utilizar um recipiente (bacia ou balde) para lavar as frutas e verduras, mantendo a torneira fechada.
- Utilizar balde ou escovão para limpar a casa.
- Não usar a água como vassoura.
- Ficar atento para a existência de vazamentos nos encanamentos de sua casa e avisar um adulto caso encontre um.
- Lavar o carro com balde. Não usar mangueira na lavagem de veículos.
- Evitar usara máquina com pequena quantidade de roupa.
- Não lavar roupa com água corrente. Utilizar o tanque e, quando necessário, renovar a água.
- Reservar uma pequena quantidade de água para ensaboar pratos, copos e panelas na pia da cozinha. Abrir a torneira apenas para enxaguar.
Essas atitudes, e muitas outras que você pode descobrir, contribuem para diminuir o desperdício de água,
Acesse o site : www.usp.br/qambiental/tratamentoAgua.html para saber como saber se você gasta mais do que consome.
Observação: consulte, na conta de água de sua residência, o campo em que está indicado o consumo em m3 e transforme o valor para litros (1 m3 = 1 000 L).
Resumo da aula o que é saneamento básico
- O que é saneamento básico.
- Como funciona uma estação de tratamento de esgoto.
- O que é fossa séptica e os cuidados ao construí-la.
- O que é um poço raso e os cuidados ao construí-lo.
- Como funciona uma estação de tratamento de água.
- Como verificar o custo da água.
- Desperdício de água e como evitá-lo.