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O que é reprodução assistida

A reprodução assistida é o uso de intervenção médica para provocar uma gravidez. É um conjunto de procedimentos médicos que auxiliam nos problemas de fertilidade para engravidar. O desejo de ter filhos é ajudado medicamente.

Nos últimos anos, têm sido muito pesquisadas formas de promover a gravidez em casais com dificuldades biológicas para ter filhos. Por exemplo, a obstrução nas tubas uterinas, que pode ocorrer em função de diversos fatores, como uma infecção, impede a fecundação.

Os principais métodos de reprodução assistida disponíveis hoje são a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV) , que podem ser combinadas com técnicas como doação de óvulos e espermatozoides ou diagnóstico genético pré -implantação (PGD), entre outras.

Conceito de reprodução assistida

O conceito de reprodução assistida é baseado em uma série de métodos e tratamentos que substituem o processo natural de reprodução para facilitar a gravidez.

Dependendo da causa e origem da infertilidade, especialistas em reprodução assistida ou tratamentos de fertilidade (ginecologistas e embriologistas) têm maior ou menor influência no sistema reprodutor masculino e feminino.

Em geral, é possível interferir em qualquer parte do processo reprodutivo; no entanto, a maioria das intervenções são as seguintes:

  • Crescimento do óvulo nos ovários
  • Ovulação
  • Transporte de gametas (óvulos e espermatozoides) através do trato reprodutivo
  • Fertilização: união de óvulo e espermatozoide

A formação de muco cervical espesso é outro exemplo de problema que pode impedir a reprodução. O tratamento com hormônios faz com que sejam produzidos diversos ovócitos simultaneamente, que são recolhidos por procedimento cirúrgico e podem ser manipulados sob observação microscópica.

Os espermatozoides são previamente selecionados e injetados individualmente nos ovócitos, promovendo a fecundação. O aparecimento de dois pronúcleos sinaliza o sucesso da fecundação.

O que é reprodução assistida
Em laboratório de reprodução assistida, com o auxílio de uma microagulha (à direita), o espermatozoide é injetado no ovócito II, para que ocorra a fecundação. À esquerda, é possível ver a ponta de uma micropipeta, utilizada para segurar o ovócito. – Clinica e centro de pesquisa em reprodução humana Roger Abdelmassih, Attribution, via Wikimedia Commons

Em clínicas de fertilização artificial, diversos embriões são produzidos para serem implantados no útero, na tentativa de aumentar as chances de gravidez.

Os embriões excedentes permanecem congelados, no estágio intermediário entre a segunda e a terceira clivagem, em temperaturas baixíssimas (−196 ºC).

Após alguns anos, esses embriões estão impróprios para procedimentos de fertilização e são descartados. A legislação recente de diversos países, como Brasil e Inglaterra, permite realizar experimentos com esses embriões, desde que certas condições sejam respeitadas.

Espera-se desenvolver pesquisas que permitam compreender o processo de diferenciação celular, isto é, a maneira como as células-tronco se transformam em células de diferentes tecidos e órgãos, bem como o processo inverso.

Pesquisas recentes têm conseguido induzir células de mamíferos adultos a retornar a estágio próximo daquele embrionário, as chamadas “células-tronco pluripontentes induzidas” (iPS). Tais células trazem esperança para a cura de diversas doenças humanas e para reparar órgãos como a medula espinal e o coração. No entanto, serão necessários muitos anos de pesquisas antes de desenvolver técnicas clínicas seguras com células-tronco.

O cordão umbilical humano tem células-tronco que não são idênticas às das mórulas, mas que podem ser comprovadamente utilizadas em muitas aplicações médicas.

O uso em transplantes de medula óssea é o mais indicado, mas há estudos para outras aplicações. Há bancos de sangue públicos que aceitam doações de cordões umbilicais logo após o parto.

Logo após o parto, o cordão umbilical é cortado
Logo após o parto, o cordão umbilical é cortado e pode ser desprezado ou congelado para futura utilização em pesquisa ou tratamento médico.

As células retiradas ficam congeladas e podem ser utilizadas por muito tempo, havendo registro de viabilidade após 21 anos. As pesquisas com células-tronco embrionárias geram controvérsia, pois muitas comunidades têm valores morais que não admitem experimentos com células humanas, como as de embriões, mesmo que sejam mórulas de apenas oito células. Em determinados países, como na Itália, tais pesquisas são proibidas.

Curiosidade

Em 1962, o biólogo inglês John C. Gurdon realizou um experimento clássico trocando um núcleo celular de um ovócito de rã por um núcleo de célula intestinal, percebendo que o ovócito desenvolvia um girino.

Em 2006, o médico japonês Shinya Yamanaka descobriu como reprogramar células maduras de camundongo de maneira a se tornarem células-tronco. Por suas descobertas, os dois cientistas receberam o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2012.

Resumo

6 1. Pesquisas sobre a maneira como as células- -tronco do embrião se transformam em diferentes tecidos e órgãos trazem esperanças para a cura de diversas doenças.

2. Células de mamíferos adultos, inclusive humanos, podem ser reprogramadas e retornam ao estado de células-tronco, capazes de se transformar em células de diferentes órgãos.

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Referências Bibliográficas

MOURA, Marisa Decat de; SOUZA, Maria do Carmo Borges de; SCHEFFER, Bruno Brum. Reprodução assistida: um pouco de história. Revista da SBPH, v. 12, n. 2, p. 23-42, 2009. link

ABDELMASSIH, Roger. Aspectos gerais da reprodução assistida. Revista Bioética, v. 9, n. 2, 2009.

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