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O que são Métodos contraceptivos: naturais, hormonais e de barreira

entenda como funcionam e saiba diferenciar os diferentes tipos de métodos contraceptivos

Os métodos contraceptivos são métodos que reduzem a probabilidade de concepção e gravidez apesar da relação vaginal. também são chamados de anticoncepcionais A pílula anticoncepcional e o preservativo são particularmente os mais difundidos hoje em dia, mas não são os únicos.

A abordagem pedagógica sobre métodos contraceptivos se alterou muito com o surgimento do vírus HIV, agente causador da Aids. Até o início dos anos 1980, esses métodos eram apresentados quase que exclusivamente como recursos para controle de natalidade e planejamento familiar.

Com os riscos trazidos pela disseminação desse novo vírus, os métodos contraceptivos passaram a ser considerados sempre em associação com o preservativo, que se tornou um importante recurso para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Esses métodos podem ser agrupados em duas classes principais: os que não demandam o auxílio médico e estão ao alcance de qualquer pessoa (métodos de uso leigo), e os procedimentos que demandam um profissional especializado para sua utilização – um médico, na maior parte das vezes. A primeira classe compreende tanto métodos naturais quanto artificiais.

 Métodos  contraceptivos para uso livre

Abstinência sexual: controlar o impulso sexual e não praticar o ato sexual com outra pessoa é recomendado por alguns grupos como a melhor maneira para evitar a gravidez indesejada.

Tabelinha: sabendo que os espermatozoides podem permanecer ativos por no máximo 72 horas no corpo da mulher e que o ovócito é receptivo por no máximo 24 horas, pode-se calcular o período aproximado em que um casal deve evitar relações sexuais para não correr o risco de uma gravidez.

O método costuma ser mais eficiente quando é utilizado por casais cuja mulher tenha ciclo menstrual regular. Junto com o cálculo do período estimado, observa-se também o aspecto do muco cervical, que se altera com a ovulação.

Para certos casais essa prática é razoavelmente segura, tendo em vista que o período fértil é relativamente curto (3-4 dias por mês). Esse método tem eficiência inicial de 70%, ou seja, de cada cem casais que começam a utilizá-lo, trinta enfrentam, ao final do primeiro ano, uma gravidez, o que é um número relativamente elevado.

Outro inconveniente da tabelinha é deixar os parceiros expostos a contaminações.

Coito interrompido: a retirada do pênis antes da ejaculação é uma recomendação antiga que hoje nem sequer se considera como método contraceptivos. Não funciona porque, nas secreções expelidas antes do esperma, há uma certa quantidade de espermatozoides.

Além de não evitar a gravidez, o coito interrompido deixa os parceiros expostos ao risco de doenças.

Camisinha: preservativo masculino, recomendado por autoridades médicas, é uma forma comprovada tanto de evitar a gravidez quanto de proteger os parceiros de doenças.

Com um pouco de prática, esse método torna-se eficiente e seguro. Existe uma versão feminina de preservativo, com nível de proteção semelhante ao do masculino.

Como método contraceptivos, o preservativo tem eficiência inicial de 85%, ou seja, de cada cem casais que começam a utilizá-lo, quinze deles deparam, ao final do primeiro ano, com uma gravidez.

Métodos contraceptivos com assistência médica

Diafragma com gel espermicida: trata-se de um dispositivo vaginal que é colocado na entrada do útero pouco antes do ato sexual, besuntado por um gel com substâncias que prejudicam a motilidade dos espermatozoides e diminuem as chances de fecundação.

Este método tem eficiência de 78% e não protege contra a transmissão de doenças. A indicação do tamanho de diafragma apropriado para cada mulher depende de orientação médica.

Pílula contraceptivos convencional (combinada): uma combinação de hormônios femininos em pastilha, que tomados regularmente impedem o desenvolvimento dos folículos e, consequentemente, da ovulação. Bastante eficiente contra a gravidez, esse método não traz nenhuma proteção contra a transmissão de doenças.

As pílulas anticoncepcionais são medicamentos e, como tais, devem ser prescritos por médicos, levando em conta que há diferentes tipos e contraindicações significativas conforme o medicamento adotado e o perfil da paciente. A eficiência inicial da pílula é próxima de 93%.

Minipílula anticoncepcional: medicamento que contém apenas um tipo de hormônio, semelhante à progesterona, que altera o muco cervical, dificultando a progressão dos espermatozoides.

É indicada para mulheres que têm reações adversas ao estrógeno das pílulas convencionais e também para nutrizes (mães aleitando bebês), pois o hormônio não interfere na lactação. Como as demais pílulas, não protege contra a transmissão de doenças.

Pílula anticoncepcional emergencial: conhecida como “pílula do dia seguinte”, trata-se de um medicamento com doses altas de hormônio feminino sintético, que atua de maneira a baixar os níveis de progesterona rapidamente. Isso impede a gravidez e promove a menstruação.

O método não deve ser utilizado com frequência, pois envolve riscos e possíveis efeitos colaterais, além de não proteger contra a transmissão de doenças. A pílula do dia seguinte é indicada, por exemplo, em casos de erro no uso do preservativo, ou nos raros casos de ruptura de preservativo durante o período potencialmente fértil.

A eficiência é variável, mas reduz a probabilidade de gravidez em cerca de 75%; ou seja, se havia risco de 40%, com sua administração ele passa a ser próximo a 10%.

Dispositivo intrauterino (DIU): pequeno dispositivo plástico, normalmente com cobre, colocado dentro do útero por um médico, em um procedimento ambulatorial. Oferece boa proteção contra gravidez, mas não contra a transmissão de doenças.

Dependendo do tipo, atua de diferentes formas; a maioria dos dispositivos promove espessamento do muco cervical, dificultando a progressão dos espermatozoides no trato feminino.

A eficiência inicial do dispositivo intrauterino é ao redor de 94%, e a Organização Mundial da Saúde não recomenda este método (como todos os métodos com dispositivos intrauterinos) para mulheres que nunca ficaram grávidas (nulíparas).

Contracepção endometrial: método surgido no início dos anos 1990 e muito utilizado na Europa, baseia-se na combinação do princípio da minipílula com o dispositivo intrauterino.

Trata-se de um implante de um dispositivo no útero, sem metal, que libera pequena quantidade de hormônio semelhante à progesterona (levonorgestrel) por cinco anos.

Promove o espessamento do muco cervical, impede a progressão dos espermatozoides e inibe a fase proliferativa do endométrio. Assim, a menstruação tende a ter menor duração e intensidade.

É especialmente indicado para nutrizes e mulheres com mais de 30 anos, mas, como método intrauterino, não é indicado para nulíparas. A eficiência do método é de 99%.

Esterilização masculina (vasectomia): consiste em um procedimento cirúrgico muito simples que secciona os ductos deferentes, o que impede que os espermatozoides saiam dos testículos.

Vasectomia
Vasectomia: duas pequenas incisões nos ductos deferentes impedem que os espermatozoides saiam dos testículos.

Ficando ali, eles acabam sendo destruídos pelo próprio corpo. A cirurgia não requer ambiente hospitalar e não tem nenhum efeito sobre a sexualidade do homem. É indicada para homens que não desejam mais ter fi lhos, uma vez que sua reversão não é simples e nem sempre é possível. A eficiência do método é de 99%.

Esterilização feminina (ligadura ou laqueadura tubária): método correspondente à vasectomia do homem, consiste em seccionar as tubas uterinas, impedindo o encontro do ovócito com os espermatozoides.

Dois tipos de ligadura tubária, uma delas com secção dos órgãos.
Dois tipos de ligadura tubária, uma delas com secção dos órgãos.

Trata-se de cirurgia mais complexa que a vasectomia, e requer ambiente hospitalar. O método é indicado para mulheres que não desejam mais ter fi lhos. A eficiência é alta, em torno de 99%.

Resumo

Existem métodos anticoncepcionais para uso leigo e métodos que devem ser acompanhados por médicos. É possível prevenir a gravidez e as doenças sexualmente transmissíveis de maneira fácil e segura com o uso do preservativo.

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Referências Bibliográficas

KALCKMANN, Suzana et al. O diafragma como método contraceptivo: a experiência de usuárias de serviços públicos de saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 13, p. 647-657, 1997.

COSTA, Alcione et al. História do planejamento familiar e sua relação com os métodos contraceptivos. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 37, n. 1, p. 74-74, 2013.

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