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O sistema genital masculino: órgão características

Vejas as principais características, função e anatomia do sistema genital masculino

Compõem o sistema genital masculino vários órgãos mais os gametas masculinos, ou espermatozoides, que são produzidos nos testículos e as duas gônadas alojadas na bolsa escrotal. Os testículos são também os principais responsáveis pela produção de hormônio masculino, a testosterona, além de outras secreções.

Sistema genital masculino
Sistema genital masculino, em suas estruturas externas

Os espermatozoides são levados ao longo de um órgão tubular, o epidídimo, muito contorcido (com cerca de seis metros de comprimento, se esticado), onde amadurecem e ficam armazenados até serem expelidos. Para tanto, percorrem o ducto deferente, que, no adulto tem cerca de 60 cm.

As glândulas seminais, localizadas atrás da bexiga urinária, produzem uma secreção que nutre os espermatozoides e é liberada em um trecho alargado do ducto deferente, a ampola. O líquido com os espermatozoides (sêmen ou esperma) passa para a uretra e percorre o interior do corpo do pênis.

Sistema genital masculino, em suas estruturas internas.
Sistema genital masculino, em suas estruturas internas.

O esperma sairá do organismo masculino na ejaculação, percorrendo todo o trajeto do epidídimo por meio de contrações da musculatura das paredes desse órgão. Esse processo ocorre durante o ato sexual, quando a excitação sexual leva grande quantidade de sangue ao pênis, provocando sua ereção: o corpo cavernoso, um tecido lacunar, se enche de sangue e enrijece o membro.

Quando a excitação diminui, o sangue reflui e o membro retoma a condição flácida. O sêmen ou esperma (líquido que contém os espermatozoides e as secreções produzidas pelas glândulas sexuais masculinas) ganha secreções de diversos órgãos, as quais são responsáveis pela ativação, pela nutrição e pela proteção dos espermatozoides contra a acidez do meio vaginal.

Principais secreções produzidas pelas glândulas acessórias masculinas e suas funções.
Principais secreções produzidas pelas glândulas acessórias masculinas e suas funções.

A próstata contribui com secreção seminal, em especial com substâncias alcalinas, (pH até 7,5) como o cálcio e o citrato, que combatem a acidez das secreções da vagina (que tem pH entre 3,5 e 4).

As glândulas seminais contribuem com substâncias nutritivas, como a frutose e o ácido cítrico, e as glândulas bulbouretrais lubrificam a uretra e a preparam para a passagem do sêmen, diminuindo a acidez provocada pela passagem da urina neste canal.

Funções testiculares

Veja na figura abaixo os testículos são compostos de estruturas tubulares, os túbulos seminíferos, no interior dos quais os espermatozoides são produzidos e armazenados. A unidade do testículo é o lóbulo, dentro do qual se aloja um túbulo seminífero contorcido.

Estrutura interna do testículo.
Estrutura interna do testículo. Os espermatozoides se formam em longas estruturas tubulares.

Os espermatozoides são coletados por túbulos seminíferos retos e, por meio de uma rede de dúctos eferentes, chegam ao ducto do epidídimo. Este é um longo órgão tubular com cinco a seis metros de comprimento, no qual os espermatozoides amadurecem e, na parte terminal, ficam armazenados.

É durante o ato sexual que a musculatura desses órgãos se contrai e movimenta os espermatozoides ao longo do ducto deferente. A temperatura ideal para o amadurecimento dos espermatozoides é aproximadamente 32 °C, portanto abaixo dos 36 °C da média corporal humana, o que explica a projeção da bolsa escrotal para fora do corpo, uma vez que isso promove a redução da temperatura dos testículos e dos túbulos seminíferos.

Os vasos sanguíneos que chegam aos testículos (artérias), com temperatura ao redor de 36 °C, encontram, no sistema de veias, o sangue que está deixando os testículos, cuja temperatura é mais baixa, ao redor de 32 °C.

Assim, o sangue que deixa os testículos pelas veias rouba calor do sangue que chega pelas artérias, auxiliando na redução da temperatura dos testículos. A formação dos espermatozoides (espermatogênese) é realizada ao longo da vida do indivíduo pela reprodução das espermatogônias (2n) por mitose.

Na ilustração esquemática abaixo de corte em testículo mostra, ao centro, um túbulo seminífero em secção transversal; os espermatozoides já formados estão reunidos no lúmen (ou luz) do túbulo. Perto do canto inferior direito, ao lado de uma célula de Leydig, vê-se um vaso sanguíneo seccionado (e parte de outro túbulo seminífero)

Sistema genital masculino

Abaixo, espermatogônia em divisão no interior do túbulo seminífero. Observe como o citoplasma da célula de Sertoli envolve os espermatócitos, impedindo que substâncias eventualmente presentes do lado externo do túbulo seminífero entrem em contato com os gametas em formação.

formação de espermatozoides

Elas dão origem a espermatócitos primários (2n), que iniciam a meiose: eles se dividem em espermatócitos secundários e, em seguida, em espermátides (n). Como vimos no capítulo 7, no item “De espermatogônia a espermatozoide…”, cada espermatogônia inicia mitoses e dará origem a 64 espermatozoides.

Cada espermatócito primário dá origem a quatro espermátides; estas se transformam em espermatozoides, que perdem parte do citoplasma e desenvolvem uma longa cauda, empregada como um flagelo móvel que permite nadar a uma velocidade de 1mm/min.

flagelo móvel

A formação do flagelo nas espermátides está relacionada com a presença de centríolos, que, como vimos nos capítulos 5 e 6, têm uma estrutura de microtúbulos. Um par de centríolos está alojado no pescoço do espermatozoide e é uma das peças que parecem controlar a deposição de tubulina, formando a estrutura típica dos flagelos dos espermatozoides.

Anatomia do espermatozoide
Partes de um espermatozoide humano. O flagelo é formado por fi bras densas e por uma estrutura central de nove pares de microtúbulos, com um par central feito de tubulina. Os microtúbulos crescem a partir de um par de centríolos, que se mantém no pescoço do espermatozoide. Logo abaixo está a peça intermediária, com mitocôndrias altamente especializadas, de forma espiralada.

A presença dos centríolos no espermatozoide, no caso humano, é crucial na fecundação, como veremos adiante. O ovócito, o gameta feminino, não possui centríolo; assim, para a fecundação, o espermatozoide não contribui apenas com seu núcleo, mas com essas estruturas que estão em seu citoplasma.

A espermatogênese depende da ação de células grandes e muito ativas, que residem no interior dos túbulos, as células de Sertoli (assim denominadas por terem sido descobertas pelo histologista italiano Enrico Sertoli, 1842-1910).

Elas desempenham diferentes funções, fornecendo nutrientes e realizando uma barreira testículo-sanguínea que isola os espermatozoides em formação do contato com substâncias nocivas. Substâncias tóxicas que eventualmente circulam no sangue dificilmente conseguem atravessar essa barreira, e isso é muito importante para manter a integridade do material genético das espermatogônias.

Partes do citoplasma das espermátides são recolhidas pelas células de Sertoli e reprocessadas. A testosterona, hormônio esteroide, ou seja, de natureza lipídica (reveja o item 5 do capítulo 3), é produzida na parte externa dos túbulos pelas células de Leydig (descobertas pelo histologista alemão Franz von Leydig, 1821-1908).

Parte da testosterona produzida atravessa os vasos sanguíneos e é levada para o resto do corpo pelo sangue; a outra parte atravessa a lâmina basal que envolve os túbulos seminíferos e, no interior dos túbulos, acelera a formação de espermatozoides. A testosterona atua ativando a síntese de proteínas, em especial nas células dos diversos órgãos e tecidos-alvo responsáveis pelo desenvolvimento das características masculinas.

O aumento da musculatura e o crescimento ósseo são resultados da atuação anabolizante da testosterona. A testosterona é um anabolizante produzido pelo próprio organismo, em resposta às suas necessidades e dentro dos seus limites de saúde.

Ela existe também em medicamentos, que, se tomados sem a indicação médica, podem afetar seriamente o metabolismo cardíaco e hepático, bem como interferir no balanço de lipídios do organismo – entre outros efeitos negativos, que costumam ser mais duradouros do que os efeitos positivos buscados.

Em um homem adulto, a testosterona é o principal hormônio masculino (andrógeno), e as células de Leydig produzem cerca de 10 mg de testosterona por dia. Os testículos do embrião produzem esse hormônio, conferindo-lhe características masculinas.

A produção cessa completamente durante a infância e ressurge na puberdade, a partir dos 10 anos, de maneira progressiva, com efeitos para os órgãos sexuais. Observa- -se o crescimento do pênis, dos testículos e das glândulas acessórias, como a próstata e as glândulas seminais.

Características sexuais secundárias, como aumento da musculatura, crescimento do esqueleto, engrossamento de voz e pilosidade, também são atribuídas à testosterona. Ela também atua sobre o cérebro, em especial sobre o hipotálamo, região relacionada às emoções.

Hormônios da hipófise As funções dos testículos são controladas por hormônios peptídicos produzidos pela hipófise, a glândula endócrina de funcionamento mais versátil nos vertebrados, também chamada pituitária. Localizada na base do cérebro, ela produz, sob a ação direta do hipotálamo, dois hormônios gonadotrópicos: o LH (do inglês luteinising hormone) e o FSH (de follicle stimulating hormone).

O LH, ou hormônio luteinizante, atua sobre as células de Leydig, estimulando-as a produzirem testosterona. O FSH, ou hormônio folículo estimulante, estimula a produção de espermatozoides pelas células de Sertoli.

No homem adulto a produção de testosterona se mantém praticamente constante. A manutenção dos níveis de testosterona no sangue é controlada por um mecanismo de equilíbrio dinâmico conhecido como retroalimentação negativa.

Hormônios masculinos
Esquema representando o mecanismo de retroalimentação negativa na manutenção dos níveis de testosterona no sangue

A partir de um determinado ponto, o aumento na quantidade de testosterona passa a inibir a produção do LH. Assim, quando diminui a quantidade de LH, a produção de testosterona cai também, e isso faz aumentar a produção de LH.

O mesmo tipo de controle ocorre com o hormônio FSH: as células de Sertoli, além de produzirem espermatozoides, produzem um hormônio peptídico denominado inibina. A presença de inibina diminui a produção de FSH; com menos FSH, a produção de inibina diminui e a produção de FSH aumenta, o que explica o equilíbrio dinâmico também desse hormônio.

Um pouco sobre o aparelho reprodutor feminino

Compõem o aparelho reprodutor feminino vários órgãos mais os ovócitos, gametas que são liberados regularmente, produzidos pelos ovários, duas gônadas alojadas no abdome. Os ovários são responsáveis também pela produção de hormônios femininos:
estrógeno e progesterona.

Os ovócitos, como já vimos, deslocam-se pela tuba uterina, onde eventualmente ocorre o encontro com os espermatozoides, que pode resultar em fecundação e formação do óvulo.

As duas vistas do sistema genital feminino, permitem perceber a disposição dos órgãos na mulher adulta. Observe como os ovários ocupam uma posição mais elevada e são envoltos pela projeção das tubas uterinas, as fímbrias.

O ovócito é recolhido e se dirige ao infundíbulo, depois segue para outra região da tuba, a ampola, onde pode ocorrer a fecundação. Adiante, a tuba se estreita (istmo) até chegar ao útero, que acolhe o pequeno embrião em desenvolvimento.

O útero é um órgão formado por uma espessa musculatura e que se comunica com a vagina. A abertura da vagina é envolta por dois pares de pregas, os lábios maiores e os lábios menores. O hímen é uma membrana que recobre parcialmente a abertura da vagina e pode romper-se na primeira relação sexual.

Resumo

1. No embrião masculino, os testículos se desenvolvem na cavidade abdominal e se projetam para a bolsa escrotal no final da gestação.

2. O sistema genital masculino é composto de testículos que produzem gametas, órgãos tubulares e glândulas acessórias; essas glândulas produzem diferentes substâncias que, juntamente com os espermatozoides, formam o sêmen.

3. Os espermatozoides são produzidos no interior de túbulos seminíferos e se mantêm isolados do sangue.

4. A formação dos espermatozoides (espermatogênese) é mantida ao longo da vida do indivíduo devido à reprodução, por mitose, das espermatogônias.

5. As espermatogônias (2n) formam espermatócitos e espermátides (n).

6. A formação do flagelo nas espermátides es tá relacionada com a presença de centríolos.

7. O sistema genital feminino é composto de o vá rios que produzem gametas (ovócitos), de órgãos tubulares e do útero, que aloja o embrião durante a gravidez.

8. O útero é um órgão com uma espessa musculatura e que se comunica com a vagina.

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Referências Bibliográficas

NOGUEIRA, José C. Morfologia do sistema genital masculino de marsupiais brasileiros. 2ª Edição, p. 215, 2012.

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