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Relações ecológicas entre os seres vivos

Veja os diferentes tipos e o que são relações ecológicas

Hoje você vai ficar sabendo pouquinho sobre as principais relações ecológicas entre os seres vivos, suas características e exemplos que vão ilustrar este tema.

Vamos dividir as relações ecológicas em dois tipos: relações harmônicas e desarmônicas. Logo abaixo tem uma vídeo-aula sobre as relações ecológicas. Veja.

O que são relações ecológicas

Relações ecológicas são interações entre seres vivos que ocupam o mesmo ecossistema. Essas relações podem ser entre seres da mesma espécie ou de espécies diferentes. Dependendo da interação, pode trazer benefícios ou prejudicar algum indivíduo dessa relação

Quando dois indivíduos interagem, essa relação pode:

  •    trazer benefícios para ambos;
  •    ser vantajosa apenas para um deles, prejudicando o outro;
  •    trazer prejuízos para os dois;    ‘
  •    beneficiar um deles sem interferir no desenvolvimento do outro.

Tipos de Relações ecológicas

As relações ecológicas entre os seres vivos podem ser divididas em: harmônicas, desarmônicas, intra-específica ou extra-específica.

  • Relações intra-específicas: são relações entre seres da mesma espécie
  • Relações extra-específicas: são relações entre seres de espécies diferentes
  • Relações harmônicas: são relações onde nenhum indivíduo é prejudicado
  • Relações Desarmônicas: são relações em que pelo menos um dos indivíduos é prejudicado

Veremos em detalhes cada um dos tipos de relações ecológicas.

Relações Harmônicas

Nas relações harmônicas nenhum dos indivíduos é prejudicado. Pode acontecer dessa relação ser vantajosa para ambos ou ainda beneficiar apenas um deles, mas de forma alguma irá interferir no modo de vida do outro.

Comensalismo, inquilinismo, sociedade, protocooperação, mutualismo, simbiose são exemplos de relações harmônicas.

Para você ter uma aula bem mais completa sobre esse assunto, veja aqui no site a nossa aula sobre Relações Harmônicas

Comensalismo

Tubarão e remoras comensalismo
Duncan Wright (User:Sabine’s Sunbird), CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

O comensalismo é uma relação ecológica entre espécies diferentes na qual uma delas se beneficia sem, contudo, prejudicar a outra. Essa relação ecológica está ligada, principalmente, à necessidade de obtenção de alimentos.

Um exemplo de comensalismo ocorre entre a rêmora e o tubarão. A rêmora é um peixe que consegue se fixar ao corpo do tubarão. Além de ser transportada por ele, a rêmora aproveita os restos de sua alimentação. O tubarão não é prejudicado pela presença da rêmora.

Veja também:

Inquilinismo

O inquilinismo é uma relação ecológica em que uma espécie, o inquilino, se beneficia, obtendo abrigo ou suporte no corpo de outra espécie, sem prejudicá-la.

As epífitas, como as orquídeas e as bromélias, são exemplos de plantas inquilinas que crescem sobre os troncos e galhos maiores das árvores, sem lhes trazer prejuízo.

A vantagem em crescer sobre as árvores é que as epífitas conseguem, assim, receber mais luz para realizar a fotossíntese do que receberiam se crescessem no solo (em geral, sombreado).

Isso é particularmente importante nas florestas fechadas, onde a luz pode ser escassa nas camadas mais inferiores da mata.

Muitas aves constroem seus ninhos em galhos e troncos de árvores e, assim, estabelecem com elas uma relação de inquilinismo.

Mutualismo

Uma relação mutualista é aquela em que organismos de espécies diferentes interagem e ambos se beneficiam. Nessa relação, há dependência entre as espécies envolvidas, ou seja, elas não conseguem sobreviver se estiverem separadas uma da outra.

Por exemplo, os animais não são capazes de digerir a celulose, substância presente em grande quantidade nas plantas. Os animais herbívoros, como bois, girafas, coelhos, entre outros, dependem da associação com microrganismos que vivem no interior do seu sistema digestório e que são capazes de digerir essa substância. Nessa relação, um organismo não sobrevive sem o outro.

Os microrganismos fornecem aos herbívoros produtos da digestão da celulose. Os herbívoros, por sua vez, fornecem abrigo e celulose aos microrganismos.

Protocooperação

Protocooperação
Juan Carlos Fonseca Mata, CC BY 4.0, via Wikimedia Commons

Na relação de protocooperação, também há benefício para às duas espécies envolvidas, porém não existe dependência entre uma espécie e outra.

Alguns exemplos são a polinização das flores por insetos, aves e a dispersão de sementes por aves e morcegos.

Certos insetos e aves se alimentam do néctar das flores de algumas plantas e, quando fazem isso, levam o pólen, que é uma estrutura reprodutiva da planta, de uma flor para outra, permitindo a produção de frutos e sementes.

Nessa associação, todos são beneficiados — plantas e aves, ou plantas e insetos — sem serem dependentes uns dos outros, pois uma espécie de inseto pode obter néctar de várias espécies de plantas, e uma espécie de planta pode ser polinizada por várias espécies de insetos.

Relações Desarmônicas

Nas relações desarmônicas pelo menos um dos indivíduos da interação terá seu desenvolvimento afetado. Pode ser também que dois ou mais indivíduos possa sair perdendo nessa relação.

Você pode ver uma aula completa aqui no site sobre Relações Desarmônicas.

Vejamos logo abaixo os principais tipos de relações desarmônicas

Competição

A competição pode ocorrer entre indivíduos da mesma espécie ou entre indivíduos de espécies diferentes. É a disputa por recursos como a água, o alimento, o espaço, a luminosidade, locais para reprodução e refúgio e até mesmo parceiros sexuais, quando eles não são suficientes para todos os indivíduos da comunidade ou população.

Por exemplo, espécies vindas de outros continentes podem competir com as que existem em um lugar, causando alterações no ecossistema.

É o que ocorre com o pardal (Passer domesticus), espécie que veio da Europa para o Brasil. Em nosso país há outras espécies com hábitos alimentares similares e ocupam nichos ecológicos parecidos com o dos pardais, como o tico-tico (Zonotrichia capensis).

Assim, se pardais e tico-ticos estiverem em um mesmo hábitat, provavelmente competirão por alimento, caso esse recurso não seja suficiente para todos os indivíduos.

Predação

A predação, ou predatismo, é a relação em que um indivíduo se alimenta de outro indivíduo, de uma espécie diferente da sua. Nessa relação, o indivíduo que se alimenta é o predador e o indivíduo que serve de alimento é a presa.

Os predadores são geralmente maiores em tamanho, porém em menor número que suas presas.

Camuflagem mimetismo

Se os predadores têm adaptações que os ajudam a capturar suas presas, estas também apresentam algumas adaptações relacionadas à defesa contra a predação, como a camuflagem e o mimetismo.

camuflagem é a presença de características que fazem o animal parecer em cor ou formato com o ambiente em que vive. O louva-a-deus, por exemplo, se assemelha a folhas ou galhos, o que dificulta a sua localização, tanto por seus predadores, quanto por suas presas.

Outra adaptação que pode ajudar a proteger determinada presa de seus predadores naturais são o mimetismo (do grego mimetós, imitar).

Nesse caso, duas espécies diferentes possuem características de formato e coloração corporal que as tornam parecidas o suficiente para serem confundidas uma com a outra.

O predador evitará ambas, caso uma delas seja venenosa ou não, ela não será apreciada como alimento. Isso ocorre, por exemplo, com as serpentes falsa-coral e coral e com as borboletas vice-rei e monarca.

A borboleta-monarca [Danausplexippus) tem toxinas armazenadas em seus tecidos que provocam vômitos violentos quando ingeridas por seus predadores, as aves.

Isso faz com que as aves não se alimentem mais dessa espécie, que são facilmente reconhecidas graças às cores fortes e brilhantes de suas asas.

    Já a espécie de borboleta-vice-rei (Limenitis archippus) não tem toxinas, porém apresenta coloração muito parecida com a das borboletas-monarca.

Dessa maneira, dificilmente será atacada por predadores que já tentaram comer uma borboleta-monarca.

Você quais são as diferenças entre ecossistemas, biomas e biosfera? Clica no link e veja.

Parasitismo

O parasitismo é a relação em que um indivíduo de uma espécie, o parasita, se instala no corpo do indivíduo de outra espécie, o hospedeiro.

O parasita retira alimento do corpo do hospedeiro e, como consequência, causa danos que podem levar o hospedeiro à morte, mas, de modo geral, essa morte não é imediata nem conveniente ao parasita.

O parasita pode se instalar sobre o corpo do hospedeiro, como pulgas, pulgões e piolhos, ou no interior de organismo do hospedeiro, como os “vermes” intestinais.

Pulgões (insetos da família Aphididae, que medem cerca de 1 mm) parasitam plantas, se alimentando da seiva orgânica, rica em açúcares. As joaninhas (insetos da família Coccinellidae, que medem cerca de 0,5 cm) são predadoras dos pulgões.

Herbivoria

Diferentemente dos organismos que se locomovem e podem se esconder, escapar e defender-se ativamente, as plantas geralmente são fixas e permanecem expostas, vulneráveis ao ata­que de consumidores.

Todavia, observam-se estratégias de defesa das plantas, como espinhos e toxinas, capazes de deter os consumidores, uma vez que estes podem reduzir e até dizimar populações inteiras de determinadas espécies vegetais.

A relação entre os animais e as plantas que lhes servem de alimento chama-se herbivoria.

Dependendo do tipo de dano causado à planta (em partes ou no todo), o herbívoro pode ser considerado um predador ou um parasita.

O consumo de apenas parte dos tecidos de uma planta é denominado pastagem (geralmente são consumidas grandes áreas de gramíneas e vegetações rasteiras de herbáceas) ou desfolhação (as partes consumidas são de vegetação lenhosa e correspondem principalmente às folhas e ramos, sem a retirada dos troncos).

Um mundo de interações

No Brasil, a baquearia (gênero Brachiaria), gramínea de origem africana, é utilizada em pastagens e atua como invasora, ocupando vários biomas (como os cerrados).

Substâncias liberadas no solo pela baquearia impe­dem a germinação de sementes de espécies nativas, como o capim-pojuca (Paspalum atratum).

Bovinos alimentam-se das folhas da baquearia, que, no estômago dos animais, sofrem a ação de microrganismos (protozoários, principalmente) que digerem a celulose.

Parte do produto da digestão é assimilada pelos microrganismos e parte é disponibilizada para o animal. Quando os bovinos forrageiam, sementes de baquearia aderem-se aos lábios e ao focinho dos animais e podem ser transporta­das por longas distâncias.

Carrapatos instalam-se na superfície do corpo dos bovinos e sugam-lhe o sangue. Garças-boiadeiras (Bubulcus ibis) alimentam-se desses ácaros, que retiram da pele dos bovinos.

Veja também:

Veja o slide logo abaixo para te ajudar a entender e identificar esses os tipos de relações ecológicas.

Resumo da aula Relações ecológicas entre os seres vivos

  • Podem ser divididas em relações harmônicas e relações desarmônicas.
  • Entre as principais relações podemos citar: inquilinismo, mutualismo, protocooperação, competição predação e parasitismo.

Tem um artigo, um post, ou algo qualquer relacionado a ciências, educação, e biologia? Que tal publicar aqui? Se você encontrou algo indevido deixe nos comentários que assim que puder vou analisar.

Fonte: Projeto Arariba – obra coletiva – editora moderna – organização: Vanessa Shimabukuro

https://www.youtube.com/watch?v=wPoJsJMab2M

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13 Comentários

  1. Olá muito bom o slide. Sou professora da rede pública do Mato Grosso e gostaria de saber se vocês poderiam disponibilizar o slide que tá no começo da página. Você cobram alguma coisa?

    1. Oi Odete, tudo bem.

      Não cobramos nada não. =)
      Adoramos compartilhar.

      Já enviei o slide para o seu email. Veja se deu ceto. Qualquer problema escreve aqui tá bom?

      Até mais

  2. Olá. Estão de parabéns as pessoas que organizaram esse site. Eu gostaria de saber se vocês podem me disponibilzar o sli de para uma apresentação, desde já agradeço.

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