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Relações Harmônicas entre os seres vivos: o que são, tipos, exemplos

Aprenda a caracterizar e diferenciar os tipos de relações harmônicas

Os seres vivos estão a todo momento interagindo entre si e essas interações podem ser relações harmônicas. Nessa aula vamos ver o que é uma relação harmônica, os seus principais tipos e vários exemplos.

Essas relações podem acontecer tanto com seres vivos da mesma espécie como seres vivos de espécies diferentes.

É diferente das relações desarmônicas, pois em relações desarmônicas pelo menos uma das espécies saem prejudicadas.

O que são relações harmônicas

As relações harmônicas entre os seres vivos são aquelas em que há interação entre esses seres, nenhum deles será prejudicado e pelo menos um deles vai tirar benefício dessa relação. Podem ser intraespecífica, quando é da mesma espécie, ou interespecífica, quando são espécies diferentes.

Podemos dividir as relações harmônicas basicamente em duas:

  • intraespecíficas: quando os indivíduos pertencem à mesma espécie;
  • interespecíficas: quando os indivíduos pertencem a espécies diferentes.

O que são relações harmônicas interespecíficas

São as relações entre seres de espécies diferentes, pois interespecíficas significa “entre espécies diferentes”. Também são chamadas de relações  heterotípicas.

Entre as interações harmônicas interespecíficas, vamos conhecer agora aquelas em que os organismos envolvidos são de espécies diferentes:

  • mutualismo
  • protocooperação
  • simbiose
  • comensalismo
  • inquilinismo
  • epifitismo.

Vamos ver a seguir em detalhes as relações harmônicas interespecíficas

Mutualismo

Nessa interação, indivíduos de espécies diferentes vivem juntos, de maneira permanente, e ambos se beneficiam dessa união.

Um exemplo de mutualismo é o líquen, uma associação de fungos e algas microscópicas, que parece ser um único organismo. Essa associação permanente é tão íntima que um líquen pode se reproduzir, gerando novos líquens.

Na quase totalidade dos líquens, as algas e os fungos são beneficiados: as algas realizam fotossíntese e fornecem matéria orgânica para o fungo, que cria uma camada protetora capaz de impedir que as algas morram ressecadas.

Abaixo uma imagem de um líquen em um tronco de árvore.

liquem

liquem” by linense85 is licensed under CC BY-NC-SA 2.0 .

Não é possível separar as algas dos fungos. Se isso for feito em um laboratório, o líquen é destruído e as duas partes morrem, pois uma não sobrevive sem a outra.

Protocooperação

A protocooperação é parecida com o mutualismo, mas os indivíduos que se relacionam não permanecem unidos de forma duradoura, podendo viver separadamente.

É o caso do paguro e da anêmona do mar. Observe o aspecto desses dois animais marinhos nas imagens a seguir.

Relações Harmônicas entre os seres vivos: o que são, tipos, exemplos
Satheesha J., CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

O paguro, também conhecido como bernardo eremita, é do mesmo grupo das lagostas e dos caranguejos. O abdômen do paguro é mole e fica protegido dentro de conchas vazias de moluscos, que o paguro encontra no fundo do mar.

A anêmona do mar, por sua vez, é do mesmo grupo das águas-vivas. Ela se fixa, pela base, a rochas ou outros substratos no fundo do mar, e possui tentáculos que liberam substâncias que podem irritar ou até matar. Com os tentáculos, a anêmona do mar captura alimento e se defende de predadores.

O paguro e a anêmona do mar podem viver separados, mas é comum observá-los juntos.

Com suas pernas dianteiras que mais parecem pinças, o paguro coloca anêmonas do mar sobre a concha como uma forma de proteção contra os predadores, que se afastam da anêmona do mar.

Esta, por sua vez, sendo um animal que vive fixo em rochas ou recifes, beneficia-se da locomoção do paguro. A probabilidade de capturar alimentos com seus tentáculos aumenta, além de recolher restos de alimento deixados pelo paguro.

Assim, essa é uma interação vantajosa para o paguro e também para a anêmona do mar, mas não é permanente.

Veja também: características e curiosidades das anêmonas-do-mar

Comensalismo

O urubu alimenta-se dos restos deixados por outros animais, como o lixo orgânico produzido pelo ser humano e os restos de algum animal atacado por um predador.

O urubu não disputa o alimento com um ser humano nem com o animal predador, que não são prejudicados. O urubu, no entanto, beneficia-se da atividade de outros para se alimentar, sendo por isso uma relação harmônica

Também é bastante conhecido o exemplo dos peixes-pilotos, que nadam próximos aos tubarões. Seu nome popular vem do fato de que eles parecem guiar os tubarões durante o nado, mas, na verdade apenas os acompanham.

Quando um tubarão abocanha uma presa, sobras de alimento escapam de sua boca e servem de alimento aos peixes-pilotos.

Esses dois exemplos representam um tipo de interação chamado comensalismo. Alguns participantes se beneficiam da interação, pois obtêm alimento — caso dos urubus e dos peixes-pilotos. Para os outros envolvidos não há vantagens, mas também não há prejuízos.

Inquilinismo

No inquilinismo, a situação é semelhante ao comensalismo, pois uma espécie é beneficiada pela convivência com outra, que não é afetada.

No entanto, o beneficio não é o alimento, mas sim o abrigo. O caso mais conhecido é o de um pequeno peixe que se abriga dentro do corpo do pepino do mar, um animal invertebrado marinho.

Epifitismo

Entre as plantas, existem espécies que vivem sobre outras e não são parasitas, pois não retiram nutrientes da planta que serve de suporte. Essas plantas, que vivem sobre outras sem serem parasitas, são chamadas epífitas.

Muitas espécies de orquídeas e bromélias são epífitas, vivendo sobre os galhos de árvores, que servem apenas de sustentação.

As epífitas realizam fotossíntese. Ao viverem sobre plantas como as árvores, as epífitas captam mais facilmente a luz, indispensável à fotossíntese.

Elas retiram gás carbônico do ar e, com raízes especiais, absorvem água (algumas delas são capazes até de obter água da umidade do ar). As raízes das plantas epífitas não retiram nutrientes ou água da planta que serve de suporte e não prejudicam sua sobrevivência.

Epifitas
Bodofzt, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

Assim, o epifitismo é uma interação que não traz prejuízos ou vantagens para a planta que atua como suporte, mas é benéfica para as epífitas

O que são relações harmônicas intraespecíficas

São as relações entre seres da mesma espécie, pois intraespecífica significa “entre a mesma espécie”. Também pode ser chamada de relação homotípica.

Entre as interações harmônicas, vamos conhecer agora aquelas em que os organismos envolvidos pertencem à mesma espécie: sociedade e colônia.

Sociedade

sociedade é uma relação entre indivíduos de uma mesma população, que vivem juntos e dividem tarefas, como se fosse uma organização social.

É o caso dos insetos sociais: abelhas, vespas, cupins e formigas. Trabalhando em conjunto, com divisão de tarefas, os indivíduos garantem sua proteção, alimentação e reprodução de modo mais eficiente do que se vivessem isolados.

sociedades ecológicas

Na sociedade das abelhas, por exemplo, existem uma rainha e os machos, chamados zangões, com função de reprodução.

As outras abelhas da colmeia são fêmeas, mas não se reproduzem: elas coletam néctar, produzem mel e cera, cuidam dos ovos produzidos pela rainha, constroem e defendem a colmeia.

Colônia

Em uma colônia, os indivíduos, todos da mesma espécie, vivem unidos, formando o que parece muitas vezes ser um único grande organismo. Nas colônias também pode existir divisão de tarefas.

Os exemplos mais conhecidos de colônia estão entre os cnidários: os corais e os falsos corais, por exemplo, são colônias formadas por milhares de pequenos indivíduos, os pólipos. Em uma espécie de coral, todos os minúsculos pólipos pertencem àquela determinada espécie.

corais cnidários

A caravela é uma colônia de cnidários. Quando se vê uma caravela, a impressão é de que se trata de um único indivíduo, e não de uma colônia, pois os minúsculos pólipos vivem unidos.

Nessa colônia há divisão de tarefas e alguns pólipos apresentam adaptações de acordo com sua função. Existem pólipos responsáveis pela captura de alimento e defesa e outros têm função reprodutiva.

Nas caravelas, a colônia apresenta uma estrutura cheia de ar, que funciona como um flutuador, ficando acima da superfície da água.

Bibliografia

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