AulasCitologia

Técnicas de manipulação de DNA e de marcação por radioisótopos

Técnicas recentes permitem identificar a região do material genético que contém a receita para a fabricação de substâncias de interesse. Um amplo campo de estudos tem sido aberto com o desenvolvimento de diversas técnicas de manipulação de DNA, permitindo identificar segmentos específicos desse ácido nucleico e, em seguida, transferir esses segmentos de um organismo a outro (transgenia) ou mesmo fabricar sequências específicas de DNA.

Observe, na figura abaixo, as colônias de bactérias cultivadas em uma placa de Petri e sua coloração. O DNA das bactérias da cultura passou a conter um pedaço de DNA proveniente do material genético de medusa, sendo nomeado DNA recombinante. A receita para a fabricação da proteína luminosa veio, portanto, do DNA da medusa. A utilização das tecnologias de manipulação do DNA pode se estender desde a agricultura até outras áreas, permitindo, por exemplo, a identificação de pessoas com base em pequenas quantidades de DNA presentes em fios de cabelos ou em poucas células de sangue.

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Cultura de bactérias que receberam um segmento de DNA de medusas fluorescentes. As bactérias adquiriram a capacidade de produzir a proteína que provoca esse brilho especial. – Blueiridium, CC0, via Wikimedia Commons

O uso de substâncias com átomos radioativos (radioisótopos) foi decisivo em diversos experimentos históricos. A base da técnica de marcação por radioisótopos consiste em administrar substâncias marcadas com partículas radioativas a células vivas, bases nitrogenadas ou aminoácidos, por exemplo, e localizar a radiação, logo em seguida, em partes da célula ou em produtos, como os ácidos nucleicos.

Em pesquisa biológica, utilizam-se elementos radioativos de baixa periculosidade, emissores de partículas-Beta. Essas partículas não atravessam obstáculos finos, como folhas de papel e de alumínio, sendo de uso seguro.

A técnica de marcação radioativa pode ser combinada com a autorradiografia, na qual um filme fotográfico especial é sobreposto à montagem microscópica. Os elementos radioativos produzem manchas típicas na chapa fotográfica, evidenciando sua localização. Outra técnica consiste em usar uma substância que deposita grânulos de prata onde há radiação, o que evidencia a localização das substâncias.

Abaixo, uma fotomicrografia de bactérias ao microscópio eletrônico de transmissão (TEM) com técnica de autorradiografia. A bactéria da parte superior da foto foi cultivada em meio que continha timina (base nitrogenada dos ácidos nucleicos) com hidrogênio radioativo.

Fotomicrografia de bactérias ao microscópio eletrônico de transmissão com técnica de autorradiografi a.

A bactéria marcada com átomos radioativos foi colocada em uma cultura diferente e transmitiu a radioatividade a outras bactérias (manchas claras), evidenciando a capacidade de transmissão de material genético. A bactéria maior tem cerca de 2 μm.

Por meio de técnicas como essa, foi possível acompanhar a atividade celular e constatar que quase todas as moléculas de uma célula viva estão constantemente sendo degradadas e repostas, mesmo quando a célula não está em crescimento ou divisão. Da mesma forma, o trânsito de substâncias pela célula pôde ser compreendido, em sua dinâmica, por estudos que utilizaram essa técnica.

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