Nessa aula iremos estudar as principais características e classificação da ordem Squamata. Os squamatas, que também são conhecidos como escamados.
São o maior grupo de répteis e seus principais representantes são: os sauros (lagartos), os ofídios (serpentes) e anfisbena. A principal característica do grupo dos escamados é a presença de escamas revestindo a pele.
A diversidade dos Squamatas, principalmente dos sauros, é muito grande. Veja uma vídeo-aula sobre répteis e depois continue com a leitura.
Classificação dos Squamatas
Filo: Cordados
Classe: Répteis
Ordem: Squamata (escamados)
Subordens: Lacertília ou Sauria; Sepentes; Anfisbena
Sauros (lagartos)
A maioria dos lagartos apresenta patas e cauda e habita os mais diversos ambientes, incluindo regiões áridas como os desertos e a Caatinga.
O teiú ou teju é o maior e o mais comum dos lagartos brasileiros, encontrado em buracos perto de sítios e chácaras. Alimenta-se de restos de comida e ataca os galinheiros para comer os ovos. Na imagem abaixo um teiú.

A lagartixa-de-parede é um réptil que se alimenta de pequenos insetos e aranhas. Apresenta ventosas em suas patas e consegue agarrar-se às superfícies.
Esse animal é originário da Europa e provavelmente chegou ao Brasil nas grandes embarcações com os primeiros colonizadores portugueses.
Há lagartos que durante o processo evolutivo perderam suas patas e se locomovem com o ventre arrastando no chão, e por isso, são muitas vezes confundidos com serpentes, como é o caso da “cobra-de-vidro”, que, na verdade, é um lagarto.
Ofídios (serpentes)
As serpentes são um dos maiores grupos da ordem squamata. Elas evoluíram a partir de ancestrais de lagartos que tinham patas. Apresentam locomoção rastejante e uma extraordinária capacidade de abrir a boca, graças à articulação móvel entre suas maxilas e o crânio e também devido ao fato de às duas metades de suas maxilas, a esquerda e a direita, não serem unidas na região anterior.
Todas as serpentes têm glândulas de veneno, isto é, são venenosas, porém a maioria delas não é peçonhenta, ou seja, não consegue injetar seu veneno em outro animal.
As serpentes não peçonhentas não apresentam um órgão inoculador de veneno, entretanto, podem causar acidentes. Deve-se tomar cuidado e nunca se aproximar.
Acidentes com serpentes não peçonhentas são raros, mas podem ocorrer, por exemplo, com mordidas de sucuri, boipeva e jiboia, que causam inchaço e muita dor.
Diversas serpentes peçonhentas, como as jararacas, cascavéis e surucucus, apresentam um órgão chamado fosseta loreal, um orifício localizado entre o olho e a narina. A única serpente peçonhenta brasileira que não tem fosseta loreal é a cobra-coral verdadeira.
A fosseta loreal é um órgão bastante sensível, capaz de perceber diferenças muito pequenas de temperatura. Essa característica permite às serpentes localizarem animais endotérmicos, como aves e mamíferos, mesmo que estejam em um ambiente totalmente escuro.
As cobras-corais verdadeiras apresentam anéis pretos, vermelhos e brancos ou amarelos ao redor do corpo. No entanto, existem serpentes com colorido muito similar ao delas e que não são peçonhentas: são as chamadas falsas corais. A diferença entre ambas é muito sutil, e mesmo especialistas podem se confundir.
Ao deparar-se com uma serpente, não se deve agir impulsivamente e correr, atraindo sua atenção. Ande calmamente e vá se afastando da serpente, devagar.
O que fazer em casos de acidentes com serpentes
É importante saber como proceder quando uma pessoa é picada por uma serpente peçonhenta e como ela deve ser tratada.
O Instituto Butantan de São Paulo – o maior centro brasileiro de pesquisa sobre ofídios – sugere uma série de procedimentos no caso de acidentes:
- manter a calma, pois os efeitos do veneno só se agravam após 3 horas;
- não fazer sangramentos ou sucções no local da picada;
- não colocar esterco, urina ou qualquer outra substância sobre a picada;
- nunca fazer torniquetes (forma de amarrar de alguma maneira a área próxima do local da picada para impedir o fluxo de sangue), pois isso pode agravar seriamente a situação. O uso do torniquete é geralmente recomendado para diminuir o sangramento em caso de acidentes com hemorragia externa;
- dirigir-se imediatamente a um hospital ou a um posto de saúde.
O tratamento para picadas de serpentes peçonhentas é feito com a aplicação de soro antiofídico, na dosagem adequada de acordo com a gravidade do quadro.
A seguir há um infográfico com informações sobre jararaca, cascavel, surucucu e coral verdadeira, os tipos de serpentes para os quais existem soros antiofídicos específicos. Quando a serpente não é identificada, usa-se um soro polivalente.
Serpentes peçonhentas encontradas no Brasil
As jararacas (gênero Bothrops) são encontradas em todo o território brasileiro e habitam regiões de florestas, como a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica, mas também o Cerrado e a Caatinga.
As surucucus ou pico-de-jaca (gênero Lachesis) são encontradas apenas em áreas de floresta tropical densa, tais como Amazônia e alguns pontos da Mata Atlântica.
As jararacas apresentam cauda fina, enquanto nas surucucus a cauda termina em uma ponta de escamas eriçadas, como uma escova.
O veneno de ambas provoca dor e inchaço, necrose (morte) dos tecidos e insuficiência renal, além de outros sintomas. A necrose pode provocar a amputação do membro atingido. O veneno da surucucu pode levar à morte.
As cascavéis (gênero Crotalus) são facilmente encontradas em áreas abertas e secas de grande parte do Brasil. São facilmente reconhecíveis pelo “chocalho” na extremidade da cauda, resultado de anéis de pele produzidos a partir das mudas efetuadas pela serpente. Não é possível calculara idade do animal por meio deles.
O veneno das cascavéis e corais verdadeiras provoca dor e inchaço no local da picada, além de paralisias relacionadas ao sistema nervoso, urina avermelhada e insuficiência renal; nesses casos, a ação do veneno pode levar ao óbito.
Coral
As cobras-corais verdadeiras (gênero Micrurus) podem ser encontradas principalmente no litoral e na Mata Atlântica. Costumam esconder-se em tocas, preferencialmente em ambientes florestados e próximos à água.
O veneno da cobra-coral, além dos mesmos efeitos comentados para as cascavéis, pode ainda paralisar músculos respiratórios, provocando a morte.
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Bibliografia
Wiens, John J; Burbrink, Frank T (2013). «A phylogeny and revised classification of Squamata, including 4161 species of lizards and snakes». BMC Evolutionary Biology. Consultado em 9 de janeiro de 2020
E as anfisbenas???