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IST – Infecções sexualmente transmissíveis: o que são, fotos

As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são causadas por vários tipos de agentes etiológicos, virais ou não. Embora a via principal de transmissão dessas infecções seja sexual, algumas IST também podem ser transmitidas através da placenta, seja durante a gravidez, seja durante o parto (caso da sífilis congênita, por exemplo).

Essas situações podem provocar a interrupção espontânea da gravidez ou causar graves lesões no feto.

Mães aguardam atendimento em posto de saúde de São Paulo
Mães aguardam atendimento em posto de saúde de São Paulo, SP (fevereiro de 2007).

O que é IST

IST é uma sigla que significa Infecções Sexualmente Transmissíveis. São todas aquelas infecções que são transmitidas principalmente através das relações sexuais. Elas também eram referidos como doenças sexualmente transmissíveis.

Essas infecções podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos ou protozoários. Alguns patógenos também podem ser transmitidos por outros meios que não a relação sexual, por exemplo , através de uma infecção por esfregaço, contato direto com sangue, de mãe para filho durante a gravidez ou o parto, transfusão de sangue ou compartilhamento no uso de drogas.

As infecções sexualmente transmissíveis são mais comuns em mulheres e homens na faixa etária de 20 a 30 anos. O uso consistente de preservativos oferece a melhor proteção.

Quais são as principais ISTs?

Principais ISTs não virais

Estas doenças infectocontagiosas podem ser prevenidas e são curáveis. O tratamento é feito com antibióticos prescritos pelo médico, vendidos em farmácia e distribuídos nos serviços públicos de saúde. Deve ser seguido pela pessoa infectada e por todos os seus parceiros, rigorosamente. Mulheres grávidas devem fazer o acompanhamento pré-natal, fundamental para prevenir problemas decorrentes das IST.

Blenorragia ou uretrite gonocócica (gonorreia): muito comum, é causada pela bactéria Neisseria gonorrheae, que infecta especialmente a uretra, cau sando, no homem, ardência ao urinar.

Na mulher, pode não causar sintomas. Essa bactéria se dissemina pela corrente sanguínea e pode atingir articulações, causar feridas na pele ou atingir os testículos e causar esterilidade; se transmitida para a criança pela mãe, no parto, pode causar cegueira no bebê. A detecção é feita com análise laboratorial do corrimento uretral.

Infectocontagiosa: diz-se de uma doença causada por infecção de vírus, bactéria ou outro parasita e que também seja contagiosa, isto é, que possa ser transmitida de uma pessoa para outra.

Clamídia: outra IST muito comum, com sintomas parecidos com os da gonorreia: corrimento uretral e dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela clamídia podem não apresentar nenhum sintoma, mas se a infecção atingir o útero e as tubas uterinas torna-se grave.

O agente infeccioso é a bactéria Chlamydia trachomatis. t Sífilis: doença causada pela bactéria Treponema pallidum, que, na falta de tratamento, se torna crônica e compromete outros órgãos. É adquirida, na maior parte das vezes, por contato sexual, mas existe também a forma congênita, transmitida pela gestante infectada ou que não foi tratada adequadamente, por via transplacentária.

Os sintomas aparecem e regridem, dando a falsa impressão de cura espontânea. Há três estágios, definidos por quadros clínicos característicos. No primeiro estágio, as manifestações aparecem geralmente de duas a três semanas depois da contaminação, mas podem variar entre 3 e 90 dias.

Forma-se nos órgãos genitais uma pequena erupção com aspecto de ferida, de consistência dura e pouco dolorosa, chamada cancro duro. Como a lesão é variável, recomenda-se recorrer ao serviço médico sempre que houver aparecimento de feridas nos órgãos genitais.

A regressão espontânea da ferida não significa interrupção da doença, que tem progressão lenta e muito penosa. No segundo estágio aparecem lesões escamosas nas mucosas e na pele, além de dores no corpo, febre, dor de cabeça e indisposição.

Na fase mais avançada, são atingidos coração, cérebro e outros órgãos, causando dificuldade de coordenação motora e cegueira. O tratamento é feito com penicilina ou outros antibióticos e não pode ser interrompido.

Tricomoníase: também chamada tricomoníase ou tricomonose, é causada por um microrganismo eucarioto que parasita tecidos epiteliais e provoca corrimento vaginal. Pode se tornar crônica na mulher, que a transmite sem ter consciência da infecção.

Como o epitélio vaginal é muito mais espesso que o da uretra masculina (veja “Tecido epitelial de revestimento”,), o parasita se desenvolve melhor no trato feminino.

Os sintomas principais são dor ao urinar e, na mulher, corrimento com odor e dor abdominal. Embora se admita que a transmissão possa ocorrer por via não sexual (banheiros públicos sujos, por exemplo), a infecção de crianças deve ser investigada diante da suspeita de abuso sexual. Não há vacina, e o tratamento conduz à cura.

Principais ISTs causadas por vírus

Estas doenças devem ser tratadas em serviços especializados em IST, para evitar a transmissão e prevenir a infecção do doente por outras IST. Síndrome da imunodeficiência adquirida ou Aids (acquired immune deficiency syndrome): quadro que pode se manifestar em pessoas infectadas pelo vírus HIV (human immunodeficiency virus).

Esse vírus instala-se no sistema imunitário (ou imune) e, em situações ainda pouco conhecidas, diminui a capacidade do organismo de combater infecções que, na ausência do vírus, seriam debeladas mais facilmente – porém, na manifestação da síndrome acumulam-se e agravam-se. A transmissão do vírus ocorre pelo contato com sangue e fluidos corporais (inclusive o leite materno).

É considerada uma pandemia, ou seja, há grande número de pessoas infectadas em diversas partes do mundo. De 1980 a junho de 2007 foram notificados 474 273 casos de Aids no Brasil.

Não existe cura para a infecção pelo vírus, mas o tratamento permite evitar a instalação da síndrome por anos ou décadas, dando qualidade de vida aos pacientes.

A detecção é feita por exame laboratorial. tHPV: o condiloma acuminado é uma lesão na região genital causada pelo papilomavírus humano (HPV).

A doença é também conhecida como crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Esse vírus é transmitido pelo contato direto com a pele contaminada, mesmo quando não apresenta lesões visíveis; há risco de contaminação por toalhas, roupas íntimas, vasos sanitários ou banheiras.

Existem vacinas contra os tipos mais comuns desse vírus. Para mulheres, a presença do HPV é um fator de vulnerabilidade para o câncer de colo de útero.

Herpes genital é uma doença relativamente benigna, cujos sintomas são pequenas bolhas nos genitais, que aparecem e desaparecem de tempos em tempos, dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo e outros. O vírus permanece no organismo para sempre. Há medicação eficaz de controle das manifestações.

Prevenção e transmissão

A prevenção de doenças é chamada de profilaxia. Para profilaxia das IST, é fundamental o uso de preservativos, mesmo entre pessoas que se conhecem e namoram.

Cartaz de campanha pelo uso de camisinha - ist
Cartaz de campanha pelo uso de camisinha como forma de prevenção da Aids e de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).

É errada a ideia de que apenas pessoas que não têm confiança no companheiro devem se proteger contra o vírus da Aids. Além do uso regular de preservativos, há medidas de higiene básica que devem ser observadas, em especial em locais públicos, além de se evitar o contato com sangue humano, mesmo pelo compartilhamento de objetos que tenham tido contato com sangue.

O compartilhamento de seringas e agulhas (principalmente entre os usuários de drogas injetáveis) é outra forma significativa de transmissão de IST.

Alicates de manicure e lâminas de barbear também podem promover a contaminação se não forem esterilizados. Ter um conjunto particular de alicates é uma medida recomendada para quem frequenta salões de beleza. Nas práticas esportivas, o surgimento de qualquer tipo de sangramento deve ser observado com rigor.

Controle e prevenção e de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

Em setembro de 2011 foi publicada pelo Ministério da Saúde a versão final da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas relacionada às DST e Aids da População Brasileira de 15 a 64 anos de idade, realizada no ano de 2008.

Segundo a pesquisa, cerca de 17% dos homens sexualmente ativos declararam ter apresentado pelo menos um antecedente relacionado às DST.

Com relação às mulheres, esse número foi ainda maior, perfazendo 56,5% das entrevistadas, incluindo- -se a presença do corrimento vaginal.

A prevalência entre as DSTs declaradas pelos homens foi o corrimento no canal uretral, totalizando 11,5% dos entrevistados; entre as mulheres, as feridas (7,3%) e bolhas (2,2%) foram os sintomas mais comuns, excluindo-se o corrimento (55,2%).

A pesquisa revelou ainda que a busca por tratamento no último episódio foi consistentemente maior entre as mulheres (88,6%) quando comparadas aos homens (82%).

s, a maioria deles em indivíduos do sexo masculino. Segundo a Organização Mundial da Saúde, esse número é mais que o dobro do esperado em uma sociedade com mecanismos de prevenção eficientes.

Outro dado do relatório afirma que grande parte dos entrevistados acometidos por uma DST não receberam orientações sobre a importância do diagnóstico precoce.

Esse fato pode estar relacionado ao pouco conhecimento dos profissionais da saúde sobre as diretrizes para diagnósticos e tratamentos precoces, incluindo nesse contexto o compartilhamento de informações com parceiros sexuais, visando à quebra de cadeia de transmissão.

Essa é mais uma razão para que a população seja esclarecida sobre as maneiras de prevenir (figura 10.45) e tratar adequadamente as DSTs. Reconhece-se que as ações preventivas são as mais indicadas para enfrentar as DSTs, em especial entre os jovens.

Por isso, a busca por assistência médica ao primeiro sinal ou sintoma é essencial para evitar problemas mais sérios. Essa pesquisa é de extrema importância para o monitoramento, prevenção e controle das doenças sexualmente transmissíveis.

A pesquisa foi realizada com 8 000 entrevistados e considerou informações de faixa etária, grau de escolaridade, cor ou raça, classe econômica, região e localização de residência.

Resumo

1. A saúde não pode ser definida apenas como ausência de doença. Ela inclui um conjunto de medidas relacionadas às condições de vida da população e sua influência na formulação de políticas públicas. O Sistema Unificado de Saúde (SUS) garante assistência médica a todas as pessoas, incluindo crianças e adolescentes.

2. As infecções sexualmente transmissíveis devem ser tratadas adequadamente logo que aparecem, mesmo as benignas, e a assistência médica é essencial tanto para o tratamento quanto para evitar problemas mais sérios. A automedicação é perigosa porque pode mascarar sintomas e agravar a doença.

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Referências Bibliográficas

PEREIRA, Gerson Fernando Mendes et al. HIV/aids, hepatites virais e outras IST no Brasil: tendências epidemiológicas. Revista brasileira de epidemiologia, v. 22, p. e190001, 2019.

AMORAS, Bruna Corrêa; CAMPOS, Atos Rorigues; BESERRA, Eveline Pinheiro. Reflexões sobre vulnerabilidade dos adolescentes a infecções sexualmente transmissíveis. PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP, v. 8, n. 1, p. 163-171, 2015.

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