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Sistema Nervoso: central e periférico – Anatomia e fisiologia

Veja os órgãos do sistema nervoso, suas funções, conceitos de sistema nervoso autônomo, simpático e parassimpático

Nessa aula sobre o sistema nervoso, veremos alguns conceitos importantes, as funções de cada órgão, a diferença entre sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. Veremos porque ele é tão importante.

Além disso, vamos ver também um pouco de sua anatomia e fisiologia. Para introduzir o assunto dá uma olhada nessa vídeo-aula e depois continue com a leitura.

O que é o sistema nervoso

O sistema nervoso é o conjunto de órgãos que transmite informações entre diferentes partes de um organismo. Ele controla e coordena ações e movimentos voluntários e involuntários.

Está presente na maioria dos animais, porém, é muito mais desenvolvidos em cordados, especialmente os mamíferos.

Função do sistema nervoso

A função do sistema nervoso é controlar ações voluntárias e involuntárias. Através de órgãos e estruturas como os nervos, o sistema nervoso mantém a comunicação entre as partes de um organismo.

Durante o sono, o organismo mantém todas as suas atividades ajustadas, independentemente de nossa vontade, sendo que esse papel é mediado pelo sistema nervoso.

Quando acordamos, somos informados sobre as condições do mundo exterior (sons, temperatura, luz etc.) e nos movimentamos conscientemente, comandando nosso sistema locomotor.

Em uma situação de emergência, o ritmo do batimento cardíaco é acelerado, a ventilação dos pulmões é ampliada e aumenta o fluxo de sangue nos músculos e no cérebro. Isso apressa o raciocínio e aumenta a força física, condições importantes tanto para a luta como para a fuga.

Em qualquer situação, os sistemas do organismo funcionam, cooperativamente, mantendo as funções vitais integradas e respondendo adequadamente às condições externas.

O corpo é capaz de realizar essas tarefas graças aos sistemas nervoso e do sistema endócrino.

Todos nossos órgão sensoriais como os olhos ou ouvidos por exemplo, só conseguem funcionar porque o sistema nervoso entre em ação processando e interpretando as informações recebidas

Anatomia do sistema nervoso

A anatomia do sistema  nervoso pode ser dividida em duas partes principais:

  • Sistema nervoso central (SNC): formado pelas estruturas do encéfalo e medula nervosa
  • Sistema nervoso periférico: formado pelos gânglios nervosos e pelos nervos

Logo abaixo veremos em mais detalhes cada uma dessas partes.

O sistema nervoso central

O material que forma o encéfalo e a medula é macio e muito delicado. Nos vertebrados, essas partes que formam o sistema nervoso central são bem protegidas pelos ossos do crânio e da coluna vertebral.

Esquema do sistema nervoso central. encéfalo
Esquema do sistema nervoso central. Fonte: Toda Matéria

O tecido nervoso não se atrita com os ossos porque há entre eles três membranas chamadas meninges: piamáter (macia, cobre a superfície externa do sistema nervoso central); aracnoide (delicada, fica entre às duas outras capas) e dura-máter (resistente, reveste a superfície interna dos ossos do crânio e da coluna vertebral).

Entre a pia-máter e a aracnoide há um líquido denominado líquor ou líquido cefalorraquidiano. O líquor amortece pancadas e mantém o sistema nervoso central flutuando.

Veja também aqui no Planeta Biologia uma aula sobre Sistema Nervoso Autônomo para entender sobre o sistema nervoso simpático e parassimpático.

O encéfalo

O encéfalo apresenta partes com formas e funções características. Por exemplo, o cérebro, o cerebelo, o hipotálamo e a medula oblonga.

A imagem abaixo ilustra os órgãos que compõe o encéfalo. De verde, em destaque, aparece a região do cérebro chamada  de lobo frontal.

Attention deficit hyperactivity disorder - Attention deficit hyperactivity disorder - Reduced brain volume on the left side from ADHD
https://www.scientificanimations.com/, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

 

os principais órgãos do corpo humano

Cérebro

O cérebro é o local onde acontecem as sensações e o pensamento, onde é armazenada a memória e são decididos os movimentos que ocorrem no corpo. Pesando cerca de 1200 gramas, é a parte mais volumosa do encéfalo.

Devido à sua intensa atividade, é um grande consumidor de oxigênio. Embora represente apenas uma porcentagem mínima com relação ao peso de uma pessoa, ele consome 20% do oxigênio transportado pelo sangue.

O cérebro cobre as demais partes do encéfalo e apresenta um lado esquerdo e um direito, chamados hemisférios cerebrais. Os hemisférios são ligados um ao outro por uma estrutura denominada corpo caloso.

O hemisfério cerebral direito comanda o lado esquerdo do corpo e o hemisfério es­querdo comanda o lado direito. Isso ocorre porque há sempre um cruzamento das fibras nervosas.

Os nervos que levam estímulos dos olhos para o córtex, por exemplo, cruzam-se numa região chamada de quiasma óptico, dirigindo-se do nervo do olho direito para o he­misfério esquerdo e vice-versa.

O cérebro tem a periferia cinzenta, mas o interior é branco.

A massa cinzenta é formada por corpos celulares de neurônios. Essa região periférica é chamada córtex cerebral. A massa branca é formada principalmente pelos axônios, que fazem a ligação entre os neurônios.

O córtex cerebral apresenta dobras chama­das circunvoluções cerebrais, que aumentam sua área permitindo maior número de corpos celulares do que haveria se o cérebro fosse liso.

Fazendo experiências, principalmente com gatos e com pessoas que sofreram operações no cérebro, os cientistas descobriram que há regiões cerebrais especializadas na recepção dos diferentes estímulos sensitivos e no comando dos diversos movimentos musculares.

Foram loca­lizadas, assim, as áreas sensitivas visuais, auditiva, olfativa e motora do córtex cerebral. Se essas áreas fossem pressionadas, o cérebro do indivíduo “verá” luzes que não existem.

Isso acontece porque as células sensitivas do olho, tanto são esti­muladas pela luz como pela pressão, mas o cérebro sempre interpreta o estímulo como sendo de luz. Quem enxerga, por­tanto, é o cérebro, a partir dos estímulos transmitidos a ele pelo nervo óptico.

Há capacidades, porém, que não se relacionam a uma área específica do cór­tex, pois dependem de todo ele. A capa­cidade de usar e interpretar a linguagem (ler, entender, falar) é um exemplo.

Dessa maneira, o tipo de sensação que percebemos não depende do estímulo que che­ga ao órgão sensitivo, mas da área cerebral aonde chega o nervo que vem do órgão estimulado.

Por exemplo: se você fechar os olhos e pensar na palavra avião, seu cérebro vai formar a imagem de um avião mesmo que você não esteja vendo um agora.

Hipotálamo

O hipotálamo é uma região que fica logo abaixo do cérebro. Nele acontece o controle de diver­sas funções básicas, como apeti­te, sede, raiva, prazer e também o controle da temperatura e da pressão arterial.

Cerebelo

O cerebelo é uma estrutura fa­cilmente identificável, pois parece um cérebro pequeno situado atrás dos hemisférios cerebrais. Essa estrutura também se apresenta

repartida em dois hemisférios, com dobras e com massa cinzenta na periferia e branca no in­terior. Quando cortamos o cerebelo, vemos que a profundidade das dobras (em cuja periferia fica a massa cinzenta) sugere a imagem de uma árvore.

O cerebelo recebe continuamente informações sobre o estado de contração da musculatu­ra estriada e sobre os movimentos que deverão ser executados. Assim, ele influencia todos os movimentos que exigem precisão e possibilitam o equilíbrio do corpo, ajustando-os.

Embora pareça simples ficar em pé e andar, na realidade essas atividades exigem uma com­plexa tarefa de coordenação muscular. Se o cerebelo de uma pessoa for lesado, ela passa a andar como um bêbado, tem tremores e mal consegue escrever e falar.

Esses sintomas são com­paráveis aos de um bêbado porque, na verdade, o álcool em excesso perturba o funcionamento do cerebelo (e não só dele!).

O corpo caloso

O corpo caloso é a estrutura do encéfalo formada por um feixe de nervos que comunica o hemisfério esquerdo do cérebro com o hemisfério direito.

Medula oblonga – também conhecida como bulbo

A medula oblonga (bulbo), situa-se na passagem do encéfalo para a medula nervosa. Nela há regiões que funcionam no controle de ações que realizamos automaticamente.

Sobre algumas podemos impor nossa vontade, como na sucção, deglutição, tosse ou no movimento respiratório. Sobre outras não temos controle voluntário, como no batimento cardíaco e na secreção das glândulas salivares e lacrimais.

Por sua importância no controle das funções vitais, quando a medula oblonga é lesada, a pessoa corre perigo de morte. Há nela um local particularmente importante, situado na nuca, que controla os batimentos cardíacos e os movimentos respiratórios. Pra entender melhor veja uma aula sobre sistema respiratório.

Medula nervosa

O crânio tem uma abertura circular que fica exatamente sobre o canal que percorre a colu­na vertebral. A medula nervosa atravessa este canal e liga-se ao encéfalo.

A medula nervosa tem a forma de um cilindro achatado, do qual saem vários cordões, que são os nervos que se dirigem aos diversos órgãos do corpo. São esses nervos que formam o sistema nervoso periférico.

Ao contrário do encéfalo, na medula a massa branca ocupa a região exterior e a cinzenta preenche o interior.

A massa cinzenta apresenta quatro pontas (como numa letra H), às quais estão ligados os nervos do sistema periférico. A massa branca é composta pelos feixes de axônios das células, que enviam impulsos em direção ao encéfalo e recebem outros vindos dele.

Da medula nervosa saem nervos que recebem informações colhidas em várias partes do corpo para então serem conduzidas ao encéfalo. Além disso, é nela que se realiza o controle dos atos reflexos, como tirar a mão de uma superfície inesperadamente quente.

O sistema nervoso periférico

O sistema nervoso periférico é formado a partir de 43 pares de nervos que se originam no sistema nervoso central. Do encéfalo se originam 12 pares – os nervos cranianos – e da medula partem os outros 31 pares, chamados de nervos raquianos.

Sistema nervoso periférico
Fonte: http://saladeobservacao.blogspot.com/2012/09/como-funciona-nosso-corpo-o-sistema.html

Conforme sua função, os nervos podem ser sensitivos, motores ou mistos. Os nervos sensi­tivos trazem informações sensoriais para o sistema nervoso central. Os nervos motores levam ordens a músculos ou glândulas. Nervos mistos contêm fibras sensitivas e motoras.

Gânglios Nervosos

No gânglio nervoso são encontrados cor­pos celulares de neurônios. Os nervos são formados por feixes de axônios.

O conjunto de gânglios e nervos que fa­zem a comunicação entre o sistema nervoso central e os órgãos do corpo forma o siste­ma nervoso periférico.

Nervos

Os nervos são as estruturas funcionais do sistema nervoso periférico. A percepção do frio, calor a dor em uma parte do corpo, são mediadas pelos nervos.

Diferentes sensações também são mediadas pelos nervos. Por exemplo, o medo. Essa sensação pode desencadear uma série de outras reações tendo efeito por todo o corpo.

Entre esses efeitos o corpo pode ficar em alerta para uma emergência: aumento da frequência cardíaca, dilatação dos vasos sanguíneos nos músculos, dilatação dos brônquios (aumenta a entrada de ar nos pulmões) e assim estimula a atividade física e mental necessária para lutar ou fugir.

Mas isso não dura muito tempo, pois o sistema parassimpático logo reage e reequilibra o funcionamento do organismo.

Nervos cranianos

Por meio dos nervos cranianos, chegam ao cérebro informações sobre o mundo exterior, captadas pelos órgãos dos sentidos presentes na face, e também sobre os órgãos internos. São esses nervos também que controlam os movimentos dos olhos e da língua, principalmente.

Por exemplo, o avô de um idoso começou a entortar a boca, de uma hora para outra. Um de seus olhos não fechava e a testa parecia tensa.

A família levou-o ao pronto-socorro, onde descobriram que ele estava com paralisia facial. Problemas nos nervos cranianos afetam várias partes do corpo, ocasionando sintomas dos mais diversos. Essa doença decorre de problemas nos nervos cranianos.

Desenvolvimento embrionário e formação do sistema nervoso

O estudo do desenvolvimento embrionário mostra como se dá a interligação de todos os órgãos do corpo pelo sistema nervoso.

Após um mês de desenvolvimento, um embrião humano tem meio centímetro de comprimento e nem parece que vai originar um bebê.

Logo no início da formação, desenvolve-se ao longo das costas do embrião um tubo que originará os neurônios do sistema nervoso, o tubo neural.

Conforme o embrião cresce, ocorre intensa multiplicação das células da re­gião anterior do tubo neural, o que leva à formação do encéfalo. E acontece o crescimento constante do restante do tubo, originando a medula nervosa.

O encéfalo e a medula formam, assim, o sistema nervoso central.

À medida que o embrião se desenvolve, do sistema nervoso central nascem cordões de neurônios, que vão se li­gando aos vários órgãos do corpo em cresci­mento. Esses cordões formam dois tipos de estrutura: os gânglios nervosos e os nervos.

Neurônio

O neurônio é a célula típica do sistema nervoso. É uma célula altamente especializada com função de fazer conexões com outros neurônios, transmitir impulsos elétricos e neurotransmissores e armazenar informações.

A célula nervosa é bem diferente das demais células do corpo. É estrelada e apresenta finos prolongamentos que se ramificam. Um desses prolongamentos é mais grosso e mais longo.

Estrutura de um neurônio - sistema nervoso
Esquema de um neurônio. Fonte: Infoescola

A parte da célula nervosa que contém o núcleo é chamada de corpo celular. Os pequenos prolongamentos são os dendritos e o longo é o axônio.

Através dos dendritos e do axônio, as células nervosas comunicam-se entre si e com os tecidos do corpo.

A informação é captada pelos dendritos, caminha como uma onda em direção ao corpo celular e segue pelo axônio.

Transmissão através de neurônios

Qual é a natureza da informação transmitida pelo neurônio? Descobriu-se que o impulso que percorre o neurônio é de natureza comparável à corrente elétrica que percorre um fio. Essa descoberta foi realizada no século XVIII, quando se começou a explorar e entender o que é eletricidade.

O médico e físico italiano Luigi Galvani (1737-1798) ficou famoso por suas experiências sobre o efeito da eletricidade em músculos de rãs, que se contraíam quando passava por eles uma corrente elétrica.

Mais tarde, percebeu-se que o músculo se contraía não só quando o estímulo elétrico era aplicado diretamente sobre ele. Quando se estimulava apenas o nervo ligado a esse músculo, a contração era mais imediata e intensa.

A partir disso, foi ficando cada vez mais claro que os nervos funcionam como condutores de impulsos; que esses impulsos são de natureza elétrica; e que os músculos respondem aos impulsos transmitidos pelos nervos.

Assim, quando um estímulo é aplicado nos dendritos de um neurônio, ele se transforma em uma onda elétrica que caminha através da célula e de seu axônio, sendo, então, transmitida para os dendritos de neurônios vizinhos.

Neurônios vizinhos não se tocam

Observando-se neurônios vizinhos em microscópio eletrônico, ficou claro que eles não se tocam. Há um pequeno espaço entre a ponta do axônio de um e a ponta do dendrito de outro. Essa região, através da qual o impulso de um neurônio é transmitido ao outro, é chamada de sinapse nervosa.

Sistema Nervoso Resumo

Se os neurônios não se tocam, como ocorre a transmissão do impulso? Ocorre através de substâncias químicas que são secretadas na ponta do axônio e estimulam o dendrito do neurônio seguinte. Essas substâncias são chamadas de neurotransmissores.

Na junção entre um axônio e uma fibra muscular, também há uma sinapse. O neurotransmissor secretado pelo axônio excita a fibra muscular, que, então, se contrai.

Veja também:

Resumo da aula Sistema Nervoso

  • Os componentes e as funções do sistema nervoso.
  • A organização do sistema nervoso: o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico.
  • O sistema nervoso voluntário e o sistema nervoso autônomo.
  • O sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático.
  • A comunicação entre os neurônios.
  • Os fenômenos de natureza elétrica e química responsáveis pela comunicação entre os neurônios.
  • O ato reflexo.
  • A ação de algumas drogas no sistema nervoso.

O artigo Sistema Nervoso Resumo, está em constante atualização. Se faltou alguma coisa aqui nessa matéria não se esqueça de nos dizer. O Planeta Biologia depende muito de sua participação para melhorar.

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Fonte: O corpo humano – nossa vida na Terra – de Helvio Niolau Moises – IBEP

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4 Comentários

  1. O conhecimento nunca é demais quero conhecer mais do vertebrados e dos invertebrados porque eu vejo no dia – a – dia como qualquer outro ser não detalhado assim, quero ter bastante volta de ler estudar e respeitar os animais em geral porque são seres vivos também, como ser humano.
    Gostaria que você sempre mada – se e – mail para eu ficar por dentro da Histologia Embrionária.
    Grande abraço Roque vieira

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